Manifestantes fizeram, desde o final da tarde de ontem (7), passeata no Centro da capital paulista contra o aumento do preço das passagens do transporte coletivo em São Paulo. No primeiro dia do ano, a tarifa básica de ônibus, metrô e trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) passou de R$ 4,30 para R$ 4,40.
A manifestação começou por volta das 17h, em frente ao prédio da prefeitura, no Viaduto do Chá, e seguiu em passeata pelas ruas do Centro da capital paulista. Em nota nas redes sociais, o Movimento Passe Livre (MPL), organizador do ato, criticou a elevação do preço das passagens e afirmaou que a tarifa não deveria existir, já que o transporte é um direito da população.
“Mesmo com a crise econômica e as altas taxas de desemprego, no último dia 20, [o governador do estado, João] Doria e [o prefeito da capital, Bruno] Covas anunciaram mais um aumento: 10 centavos na tarifa unitária. O anúncio foi feito com uma tentativa de acalmar os ânimos argumentando que o aumento ainda é abaixo da inflação. Mas o argumento não se sustenta, pois, se os aumentos seguissem sempre a inflação, hoje a tarifa teria que ser reduzida, não subir ainda mais. Além disso, se o transporte é um direito, a tarifa nem deveria existir”, diz o texto.
Em nota conjunta, a Prefeitura e o governo do Estado afirmaram que o reajuste é de 2,33% e “está abaixo da inflação anual prevista pelo boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, que é de 3,86%”. De acordo com a nota, se as tarifas seguissem a recomposição inflacionária, deveriam estar em R$ 4,47.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumulada nos últimos 12 meses, até novembro de 2019, último período com dados consolidados, foi de 3,27%.
Diariamente, 8,3 milhões de passageiros são transportados nas 13 linhas disponíveis no Metrô e na CPTM e 8,8 milhões, nos ônibus da Capital.
Grupo de manifestantes foi detido pela Polícia
Segundo a Polícia Militar de São Paulo, já na dispersão do ato, um grupo de manifestantes invadiu a estação Trianon Masp do Metrô e danificou as dependências.
“Os policiais se posicionaram à frente do acesso e contiveram os manifestantes, que passaram a lançar tintas e objetos contra os agentes. Um major da PM foi ferido por um estilhaço de vidro, sendo socorrido ao Hospital das Clínicas. Após orientação dos PMs, os manifestantes foram conduzidos para a área externa da estação. Um grupo de 29 manifestantes foi detido e encaminhado ao 78º DP (Jardins), onde foi registrado um Termo Circunstanciado de dano, desacato e lesão corporal. Com os detidos, foi apreendida uma mochila contendo dez coquetéis molotov”, informou em nota a Secretaria de Segurança Pública.
Após a assinatura do Termo Circunstanciado, os detidos foram liberados.