Aliar tecnologia ao plano de negócios é uma estratégia de extrema importância para garantir o crescimento das startups. Sobre este desafio no mercado de crédito B2B, veja a entrevista de Nathan Yoles, VP de Growth da WEEL - a primeira fintech de antecipação de recebíveis online do Brasil.
Como você está vendo o nível de uso da inteligência artificial no Brasil?
Nathan: Comparado com a América Latina, o Brasil está em um patamar elevado em inteligência artificial, mas quando olhamos para o play global, principalmente de startups, o Brasil ainda tem muito a desenvolver. Ainda importamos tecnologia de fora para conseguir colocar no mercado proposta de valor baseada em inteligência artificial. Tanto os reguladores quanto as fintechs estão em movimento crescente no uso dessa tecnologia. O País precisa continuar nessa crescente. O desejo da disrupção tem que continuar existindo para que essas tecnologias tomem formas cada vez mais inovadoras para agregar valor ao mercado.
Qual o maior desafio que o mercado de análise de dados para dar crédito enfrenta no Brasil e no mundo?
Nathan: O grande desafio é garantir um crescimento sustentável, e que seja alimentado pela inteligência de dados. Isso permite às empresas ofertar um crédito cada vez mais eficiente em novos territórios. Quando digo novos territórios, digo geral, tanto Brasil quanto no exterior.
Qual a região do Brasil a WEEL tem uma maior atuação?
Nathan: Naturalmente, pela concentração de business que o Brasil tem no Sudeste, a WEEL também tem uma atuação mais numerosa nesta região. Porém, temos clientes em 21 Estados do País.
Você acredita que o Brasil está preparado e sente a necessidade da antecipação de recebíveis?
Nathan: Quando falamos de distribuição de produtos, não apenas identificamos que os canais de aquisição acabam sendo diferentes para cada um dos Estados, como o apetite para inovação também acaba sendo diferente. Apesar da região Sudeste ser a que sedia empresas e a maior oferta de crédito, os outros Estados têm um acesso menor ao crédito. Por exemplo: entendemos que o agronegócio na região Centro-Oeste tem uma demanda enorme por um capital mais eficiente.
Mas você percebe que os empresários estão preparados para lidar com esse movimento? Há uma estratégia da WEEL?
Nathan: Quando você fala desse assunto financeiro, uma questão tão delicada para o empresário brasileiro, percebemos que a oferta está se desenvolvendo e oferecendo para o mercado um serviço mais rápido, digital e menos burocrático. Mas, também percebemos a desconfiança e resistência de empresários para começar a consumir produtos financeiros que não são provenientes de players tradicionais. O nosso objetivo é criar uma experiência do usuário na nossa plataforma para mostrar que é possível garantir o acesso ao capital descomplicado.
Quem pode ser cliente da WEEL?
Nathan: A WEEL atende empresas com faturamento anual de R$ 1 milhão até aquelas que faturam R$ 500 milhões ao ano. Temos uma força maior em empresas que faturam nota mercantil – indústrias dos segmentos de Metalurgia, Plásticos, Agronegócios, Química - mas também atendemos empresas que emitem nota de serviço.
Há outros países na América Latina que faz o uso da Automação e Inteligência Artificial?
Nathan: Na América Latina, três países possuem estrutura bem desenvolvida de nota fiscal eletrônica: Brasil, Chile e México. No Brasil e no México, já é possível perceber movimentação neste mercado de recebíveis eletrônicos, nos quais fintechs estão se desenvolvendo e usando essa tecnologia para garantir um crédito mais eficiente para pequenas e médias empresas.
Para finalizar, quais os diferenciais que a automação e a inteligência artificial fizeram na WEEL?
Nathan: A WEEL oferece uma operação 100% digital. A análise inicial de crédito e processo de pré-aprovação acontecem em até 1 dia útil e a liberação do recurso é realizada em até 15 minutos. Nós não temos produtos agregados. Na plataforma, qualquer empresa consegue incluir uma ou mais notas fiscais e simular o valor de antecipação, sem compromisso e conseguindo visualizar todos os custos.