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quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Raio X de Sampa: Conheça a história da Avenida 23 de Maio



Luís Alberto Alves/Hourpress

Até o final do século XIX, a região onde hoje existe a Avenida 23 de Maio (foto) era um fundo de vale que dividia os bairros da Liberdade e Bela Vista, conhecido como Vale do Itororó, por causa do córrego Ribeirão do Anhangabaú. A partir de 1928, a prefeitura começava a delinear a futura Avenida 23 de Maio, mas ela só ficaria pronta em 1969.

De 1930 a 1940, ela era chama de Avenida Anhangabaú. O nome (homenagem à data da Revolução Constitucionalista de 1932) definitivo surgiu em 1954, por meio de Projeto de Lei da Câmara Municipal. O encontro dela com a 9 de Julho, as duas junto à Praça da Bandeira formaria um V, simbolizando a vitória paulista, que mesmo derrotada no campo militar obrigou o governo Getúlio Vargas a rever sua posição ditatorial.

A proposta dos engenheiros  foi a de construir uma avenida que evitasse cruzamentos de nível, contribuindo para o bom fluxo do trânsito. Dai a construção de cinco viadutos. A Avenida 23 de Maio começa no Centro e termina na Vila Mariana (Zona Sul).


segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Fiat: 20 anos do Fiat no mercado brasileiro



Inovador até na hora da compra, foi o primeiro Fiat brasileiro ser vendido na internet- Design autêntico era um dos destaques do hatch médio- Preço atrativo, custo-beneficio e excelente espaço interno também estavam entre os pontos altos


Luís Alberto Alves/Hourpress 
Design autêntico, com linhas arrojadas e amplo espaço interno. Poderia ser a descrição de mais um novo modelo da Fiat. E quase é! Na verdade, trata-se do Brava, hatchback lançado em setembro de 1999, exatos vinte anos atrás, com o slogan “Pecado é não ter um”.  Além do visual mais arredondado, exibia conjuntos óticos muito característicos do modelo, com faróis estreitos e lanternas traseiras divididas em três partes, uma ousadia tamanha até nos dias de hoje.
Por dentro, o Brava também surpreendia. Com bom aproveitamento do espaço interno, o modelo tinha painel bem desenhado, com comandos de som e climatização incorporados, o que melhorava a ergonomia, garantindo mais conforto e ajudando até no prazer ao dirigir.
Em relação aos equipamentos, o Brava era bem servido para a época. A versão de entrada SX trazia de série direção hidráulica, regulagem de altura do volante, ajuste elétrico dos faróis e limpador traseiro. A configuração de topo ELX ainda incluía ar-condicionado automático, vidros elétricos dianteiros, sistema de som com toca-fitas e imobilizador. Os principais opcionais eram os air bags frontais e laterais, faróis auxiliares, toca-CD, alarme e rodas de liga leve.
Inovação desde a compra
A inovação acompanhava o Brava já no momento da compra, pois foi o primeiro Fiat brasileiro a ser vendido na internet, passo importante para as relações com o cliente. O preço e custo beneficio também eram bons atrativos do modelo, que recebia o motor de 1,6 litro e 16 válvulas do Palio, que rendia 106 cv de potência e 15,1 kgfm de torque.
No ano seguinte, o hatch ganhava uma versão esportiva HGT, inaugurando essa sigla entre os Fiat no país. Um Brava mais “bravo”, com propulsor 1.8 de 132 cv e 16,7 kgfm. Outros diferenciais eram defletor traseiro, rodas de 15 polegadas e interior revestido de tecido especial. O Brava HGT ainda contava com suspensão recalibrada, mais firme, para melhor comportamento dinâmico.
Em 2001, era a vez de o Fiat Brava receber o motor 1.6 Corsa Lunga (“curso longo” em italiano), em referência ao curso maior dos pistões em relação ao motor anterior. O propulsor tinha mais 0,3 kgfm de torque e melhor distribuição da potência por todas as faixas de operação, mantendo os 106 cv. Com isso, ele pedia menos trocas de marcha e tornava mais agradável a dirigibilidade. Junto ao novo motor vinham rodas de aro 15” na versão ELX e opcionais como bancos de couro e teto solar na HGT.
O modelo foi comercializado em vários países ao redor do mundo. Até no Japão, onde foi rebatizado de Bravissima, porque já havia outro modelo com o nome Brava por lá. Totalizando 43 mil unidades, o Fiat Brava foi produzido no Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG) até 2003. O Brava, na prática o hatch do Marea – um dos principais sedãs dos anos 2000 –, acabou abrindo caminho para o Stilo que, por sua vez, foi seguido do Bravo, que agora tem o espaço ocupado pelo Argo. 

Veículos: As automáticas Allison respondem por 65% das vendas dos caminhões médios Hino na Austrália


A popularidade das transmissões automáticas, como opção para veículos comerciais médios, levou a japonesa Hino a equipar 65% dos seus caminhões da Série 500, com cabine standard, com as automáticas Allison


Luís Alberto Alves/Hourpress

 A grande aceitação das transmissões totalmente automáticas Allison como um opcional nos caminhões médios da Hino que são comercializados na Austrália exemplifica claramente uma mudança no mercado de caminhões no sentido de satisfazer as demandas dos frotistas que operam nas áreas urbanas cada vez mais movimentadas.
De acordo com o gerente de estratégia de produtos da Hino Austrália, Daniel Petrovski, a demanda pelas automáticas Allison tem aumentado, e continua a crescer.

“Os clientes estão mudando seus conceitos e evoluindo para os modelos totalmente automáticos porque não há penalização no consumo de combustível ou no desempenho. Na verdade, as automáticas aceleram mais rapidamente em situações de trânsito e permitem menor tempo de deslocamento no trânsito pesado da cidade”, disse Petrovski.

A tendência global aponta para operações com caixas totalmente automáticas e, nesse caso, as Allison são as preferidas. Essa tendência vem sendo defendida principalmente por frotistas que têm dificuldade em conseguir motoristas que não querem — ou não podem — dirigir um caminhão manual, principalmente em áreas metropolitanas.

“Há uma década fizemos a previsão de que cerca de 80% dos caminhões médios seriam automáticos até 2019, e parece que estamos perto de atingir esse patamar. E a tendência continua a apontar nessa direção”, afirma Petrovski. “Em todos os nossos modelos houve uma forte tendência em direção a esse tipo de transmissão. Mas os caminhões da Série 500, em particular, tem uma alta demanda pelas automáticas e foi uma decisão consciente escolher a Allison. Em determinadas vocações profissionais um modelo totalmente automático é a melhor solução, principalmente na potência de até 350 cavalos”.

"Trabalhamos em estreita colaboração com a Hino para compatibilizar nossa transmissão automática de seis velocidades com os novos caminhões de cabine standard da Série 500, assim como já fizemos com modelos anteriores da marca", explica Robert Cavagnino, gerente de vendas e marketing da Allison Transmission na Austrália. "O desempenho é um ótimo exemplo da estreita colaboração da nossa engenharia".

As transmissões totalmente automáticas Allison também vêm se destacando entre os compradores de caminhões médios de outras marcas de caminhões japoneses como, Fuso, Isuzu e UD, e têm maiores taxas de aceitação quando equipados com modelos da marca.

“As automáticas Allison tem histórico comprovado de proporcionar mudanças de marchas mais suaves e sem a interrupção de potência, e esse é um grande atrativo para os compradores de caminhões desse mercado. A única automática verdadeira é a Allison. Fabricantes de caixas automatizadas afirmam que seus modelos são equivalentes às automáticas, mas, na realidade, isso não representa a verdade. A tarefa cada vez mais difícil de contratar motoristas qualificados tem mostrado que frotas de distribuição que operam em áreas urbanas têm altos custos de manutenção e produtividade reduzida, principalmente pela necessidade de trocar embreagens e outros componentes da transmissão nos caminhões manuais ou manuais automatizados”, afirma Cavagnino.

As automáticas Allison instaladas nos novos Hino da Série 500 são abastecidas com fluido sintético, e a Hino recomenda um intervalo médio de serviço de até 480 mil quilômetros (300 mil milhas) sem ao menos ter de substituir esse fluido — economizando tempo de inatividade, dinheiro e melhorando a produtividade.

Economia: como preparar uma empresa para o futuro?


Descontruir antigos modelos mentais e partir em busca de novas oportunidades 

*Alexandre Pierro
É inegável que o mundo vem se transformando a uma velocidade cada vez maior. Com novos modelos de negócios e tecnologias exponenciais, gerir uma empresa com foco no amanhã tem sido uma tarefa cada vezmais desafiadora. Velhos manuais já não servem para muitas coisas.
Nesse sentido, não nos resta outra alternativa a não ser buscar novos horizontes e possibilidades. Descontruir antigos modelos mentais e partir em busca de novas oportunidades é uma tarefa cotidiana para todos os líderes e gestores. Por isso, manter-se bem informado é tão importante.
Contudo, por mais conteúdo relevante que você tenha acesso, ainda fica difícil fazer a inovação acontecer na prática. Muitas vezes, os cases de sucesso acabam funcionando mais como fonte de depressão do que de inspiração, tamanha a dificuldade de transformar ideias em resultados. Temos a sensação de que todas as outras empresas são capazes de inovar, menos a nossa.
A fim de acabar com essa sensação, foi publicada recentemente na Europa uma norma ISO de inovação, a 56.002, com o objetivo de padronizar terminologias, ferramentas, processo, métricas, métodos e interações na implementação da inovação dentro das organizações. Num primeiro momento, pode parecer contraproducente, mas o fato é que nada acontece dentro de uma empresa, independentemente de porte ou segmento, se não houver um processo.  
Partindo do princípio que apenas ter um mindset inovador não é suficiente para gerar inovação, a ISO, que é uma organização sem fins lucrativos sediada na Suíça, passou 11 anos estudando as melhores práticas em inovação nos 163 países membros. O Brasil foi um dos países que contribuiu e, tenho muito orgulho de ser um dos membros do comitê da ABNT-CEE130 que ajudou na formatação dessa norma.
Diferentemente de outras normas ISO, que pregam requisitos, a 56.002 aponta diretrizes, sugerindo caminhos possíveis para cada empresa, de forma individualizada. Em inovação não há receita de bolo. O que serve para uma empresa, não necessariamente serve para outra. Há ainda a vantagem da integração com outras normais de classe mundial, como a ISO 9.001 e a ISO 14.001, o que garante melhores práticas com a gestão de qualidade e meio ambiente.
A ISO 56.002 está ancorada em oito pilares: gestão de risco, geração de valor, direcionamento estratégico, liderança visionária, cultura adaptativa, resiliência, gestão de insights e gestão por processos. O maior desafio está em criar uma cultura de inovação, fazendo com que as inovações aconteçam de forma sistematizada, e não esporádica. Precisamos primeiro desenvolver o mindset da inovação para depois criar processos que garantam a sua eficácia.
O intuito da norma não é engessar o processo, mas sim definir diretrizes para inovar através de um sistema de gestão que abarque toda a infraestrutura de uma empresa e a possibilite retirar de seu ambiente interno e externo ideias inovadoras que impulsionem seu crescimento. As vantagens envolvidas são inúmeras, dado que as empresas demandam cada vez mais inovação, diante da alta competividade e complexidade do mercado.
As empresas que implementam esse modelo de gestão, se tornam referência dentro de seu mercado por terem um sistema de gestão voltado à inovação. A norma ajuda a controlar os processos, extraindo o melhor de cada fase e ampliando o engajamento dos colaboradores, sem deixar passar oportunidades. O resultado é uma ampliação considerável do marketshare da empresa e o aumento do valor agregado de seus produtos.
A gestão da inovação é hoje, o que a qualidade foi há alguns anos. Vivemos em um mundo onde a incerteza é a única certeza, e lidar com isso demanda uma ferramenta poderosa de gestão. Sem isso, estamos fadados ao ostracismo. A maleabilidade ordenada da inovação é a chave de uma boa gestão, alinhada com o futuro.
*Alexandre Pierro é engenheiro mecânico e bacharel em física nuclear aplicada pela USP com pós-MBA em inovação. Passou por empresas nacionais e multinacionais, sendo responsável por áreas de improvement, projetos e de gestão. É certificado na metodologia Six Sigma - Black Belt, PMBoK e Scrum, além de Master em 4ª Revolução Industrial & Emerging Technologies. É especialista e auditor líder em sistemas de gestão de normas ISO, sendo membro de vários grupos de estudos da ABNT. É um dos responsáveis pela formatação da recém-publicada ISO 56.002, de gestão da inovação.

Economia: Mercado financeiro espera que 2019 termine com inflação em 3,42%




Instituições financeiras reduziram, pela nona vez seguida, a estimativa para a inflação este ano

Agência Brasil
Segundo pesquisa do Banco Central (BC) feita junto ao mercado financeiro, divulgada todas as segundas-feiras pela internet, a previsão para a inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, passou de 3,43% para 3,42% em 2019.
Para 2020, a estimativa caiu de 3,79% para 3,78%, na segunda redução seguida. A previsão para os anos seguintes não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50%, em 2022.
As projeções para 2019 e 2020 estão abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4,25% em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Para o mercado financeiro, a Selic deve terminar 2019 em 4,75% ao ano. Atualmente, a Selic está em 5,5% ao ano.
O mercado financeiro não alterou a estimativa para o fim de 2020: 5% ao ano. Para 2021, a expectativa é que a Selic termine o período em 6,50% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão permanece em 7% ao ano.

Crescimento da economia

A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é mantida em 0,87% em 2019, há cinco semanas consecutivas.
As estimativas para os anos seguintes também não foram alteradas: 2% em 2020; e 2,50% em 2021 e 2022.

Dólar

A previsão para a cotação do dólar segue em R$ 4 e, para 2020, subiu de R$ 3,91 para R$ 3,95.

Economia: Produção de veículos tem queda de 8,3% em setembro


As vendas tiveram queda de 3,3% em setembro em relação a agosto, com a comercialização 234,8 mil unidades


Agência Brasil

A produção de veículos caiu 8,3% em setembro na comparação com agosto. Segundo o balanço divulgado hoje (7), em São Paulo, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram fabricadas 247,3 mil unidades em setembro, contra 269,8 mil de agosto.
Em relação a setembro do ano passado, o número representa uma alta de 10,9%. No acumulado de 2019, a produção automobilística registra um crescimento de 2,9%, com um total de 2,26 milhões de unidades em nove meses.
As vendas tiveram queda de 3,3% em setembro em relação a agosto, com a comercialização 234,8 mil unidades. O número significa um aumento de 10,1% sobre as vendas de setembro de 2018.
No acumulado dos primeiros nove meses, foram comercializados 2,03 milhões de veículos, uma alta de 9,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Exportações

As exportações acumulam queda de 35,6% de janeiro a setembro, com 337,5 mil unidades vendidas para o exterior. Em comparação com setembro de 2018, os 36,6 mil veículos exportados no último mês significam uma retração de 7,1% na comercialização no mercado externo. Entre agosto e setembro deste ano foi verificada ainda uma ligeira queda das exportações (-0,2%).

Emprego

O setor anotou em setembro uma queda de 3,4% no número de postos de trabalho em comparação com o mesmo mês de 2018. Atualmente, 127,9 mil pessoas trabalham na indústria automotiva, uma retração de 0,2% em relação a agosto.

Geral: Exame aponta que cacique morto em julho não ingeriu drogas



Emyra Waiãpi morreu entre os dias 21 e 23 de julho


Agência Brasil

Exame toxicológico realizado por peritos da Polícia Técnica do Amapá (Politec-AP) no corpo do cacique Emyra Waiãpi indica que o indígena falecido na segunda quinzena de julho não consumiu substâncias psicoativas como cocaína, maconha, anfetamina, dentre outras. No entanto, o laudo complementar toxicológico concluído há cerca de 15 dias não é conclusivo a respeito da eventual ingestão de álcool.
Segundo o diretor da Politec, Salatiel Guimarães, como o corpo foi exumado cerca de dez dias após ter sido enterrado pela comunidade indígena no interior da Terra Indígena Wajãpi, em uma região próxima à divisa entre o Amapá e o Pará, qualquer eventual resquício de álcool já havia dissipado, não sendo possível afirmar se Emyra consumiu ou não bebidas alcoólicas antes de morrer.
Guimarães reafirmou à Agência Brasil que tudo leva a crer que o cacique se afogou, conforme já apontara o resultado preliminar do exame necroscópico, divulgado em agosto.
“Tudo sugere que a causa da morte foi afogamento. Não há vestígios que apontem o contrário”, disse o diretor da Politec à Agência Brasil, hoje (7). “O corpo tinha algumas lesões. Uma próxima à orelha, outra na região da virilha, mas nenhum destes ferimentos era fatal. Eram todos superficiais e não há como precisar sua natureza, já que, além do afogamento, o corpo foi transportado e sepultado”, afirmou Guimarães, garantindo que os órgãos internos de Emyra Waiãpi estavam “íntegros” e que não procedem as informações de que o cacique teve os olhos perfurados e o órgão genital decepado. “Temos fotos que demonstram que, salvo alguns ferimentos superficiais, os órgãos estavam íntegros.”
Por um problema com os equipamentos da Politec, os exames toxicológico foram realizados no Departamento de Laboratórios Forenses da Polícia Técnico-Científica do Espírito Santo, em Vitória, com o acompanhamento de um funcionário deslocado de Macapá.
Segundo a Polícia Federal (PF), que investiga o caso, Emyra Waiãpi morreu entre os dias 21 e 23 de julho. No início de agosto, índios e entidades indigenistas denunciaram às autoridades públicas que homens armados tinham invadido a Terra Indígena Waiãpi, e que o cacique Emyra Waiãpi tinha sido morto de forma violenta. A denúncia motivou a Fundação Nacional do Índio (Funai) a deslocar uma equipe para o local, considerado de difícil acesso. Equipes da Polícia Federal (PF) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do Amapá, também estiveram na região a fim de apurar o ocorrido, mas informaram não ter encontrado vestígios de confrontos. A Procuradoria do Ministério Público Federal (MPF) no Amapá instaurou uma investigação criminal para apurar a denúncia.
Em 15 de agosto, a PF tornou público o resultado preliminar do exame necroscópico realizado duas semanas antes, no corpo exumado do cacique. O laudo apontava a existência de uma lesão superficial na cabeça do índio waiãpi, mas  assegurou que esse ferimento não atingiu planos profundos que pudessem causar uma fratura craniana. Os peritos também afirmaram não terem encontrado lesões ou sulcos que pudessem evidenciar a hipótese de enforcamento ou esganadura, nem lesões penetrantes (cortes) na região do tórax. Para a PF, estas conclusões “desmentem as primeiras notícias que davam conta de que a liderança teria sido atacada a facadas”.
Dias depois, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entidade que defende direitos dos índios no país, questionou a conclusão dos peritos, minimizando as chances de um índio conhecedor da região morrer afogado. “É com completa indignação que recebemos a notícia do laudo sobre a morte do cacique Emyrá Wajãpi, no qual o órgão [Politec-AP] nega os indícios de assassinato e afirma que o exame sugere fortemente a ocorrência de afogamento”, manifestou a Apib, em nota em que pede que "as investigações sejam realizadas de maneira séria e responsável para que uma guerra e mais derramamento de sangue seja evitado."
Para a Apib, as informações preliminares contradiziam o testemunho dos índios de que a região foi invadida por homens armados. A reportagem não conseguiu voltar a ouvir, hoje, aos representantes da entidade. Também não conseguimos contato com o Conselho das Aldeias Waiãpi-Apina.