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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Economia: Saúde cresce no País, mas falta integração entre público e privado


Boletim Econômico da FEHOESP- Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo apurou o crescimento do setor saúde em 2018 por meio da análise de dados estatísticos oficiais, mas o funcionamento do sistema de saúde é ineficiente por falta de maior integração entre os setores público e privado

Redação/Hourpress
Em 2018 houve aumento no número de estabelecimentos de saúde, sensível crescimento na porcentagem de beneficiários de planos de saúde, crescimento de empregos no segmento e um considerável aumento de 26% na arrecadação do ICMS em produtos relacionados ao setor saúde. Estas conclusões fazem parte da quinta edição do Boletim Econômico da FEHOESP, que traz um balanço do que ocorreu com o setor no ano passado.
 Na avaliação do presidente da FEHOESP, o médico Yussif Ali Mere Jr, os investimentos do setor privado na saúde vêm crescendo para suprir uma deficiência crônica da área pública. “Somam-se aos baixos investimentos do governo em saúde, a falta de integração entre os dois setores. Funcionam como dois segmentos independentes, causando desperdício e duplicidade de ações”, constata. O presidente da Federação dos Hospitais defende a necessidade de um sistema integrado, com parceria público-privada, melhor gestão e fiscalização.
Arrecadação de impostos cresce no setor saúde
 A arrecadação de Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) em produtos relacionados ao setor da saúde cresceu 26% no acumulado de janeiro a outubro de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017, de acordo com dados mais recentes disponibilizados pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
 No acumulado de janeiro a dezembro de 2018, o número de estabelecimentos de saúde no Brasil cresceu 5,8%. No total, surgiram 18.194 novos estabelecimentos em relação ao mesmo período de 2017, destacando-se a abertura de 2.328 consultórios no Brasil e 278 unidades de empresas dedicadas à prestação de serviços de apoio de diagnose e terapia.
 Houve aumento de 0,4% no número de beneficiários de planos de saúde no país e  de 0,3% no Estado de São Paulo, no acumulado de janeiro a setembro de 2018, em relação ao mesmo período de 2017, último dado disponibilizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Empregos crescem com 82.707 novas vagas

No Brasil e Estado de São Paulo - no acumulado de janeiro a dezembro de 2018- segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho, houve abertura de 82.707 vagas nas atividades do setor de hospitais, clínicas e laboratórios no Brasil, totalizando o contingente de 2.234.940 trabalhadores.
 Entre as atividades, destaca-se a criação de 32.611 postos de trabalho na atividade “atendimento hospitalar” e também a geração de 17.693 vagas de trabalho na atividade “médica ambulatorial”, no período em questão, em relação a dezembro de 2017.
 O Estado de São Paulo registrou, em dezembro de 2018, o contingente de 735.260 trabalhadores no setor de hospitais, clínicas e laboratórios. No acumulado do ano, o setor gerou 24.085 vagas no Estado, destacando-se a geração de 7.607 postos na atividade “atendimento hospitalar”. O Estado de São Paulo emprega 33% do contingente de trabalhadores alocados no setor no País.

Chumbo quente: O bem ainda pode vencer


O que dizem as notícias dos jornais mais recentes?


*Antonio Carlos Lopes 

Viver no Brasil nos dias de hoje realmente não está fácil. Se fizermos uma análise da situação, sem mesmo se aprofundar, a conclusão facilmente pode ser a de que, diante de tantos os desmandos e absurdos, talvez seja melhor largar tudo. Há horas que dá até vontade de sentar à beira da calçada e ficar chorando até ganhar raiz.

Só nos dois primeiros meses de 2019, já temos um saldo gigante de dor e tristezas. Brumadinho, os meninos do Ninho do Urubu, do Flamengo, a perda de Ricardo Boechat, em uma aeronave não habilitada para transporte de passageiros e por aí segue.

Dias atrás, a cidade de Mairiporã, em São Paulo, sofria com a falta de coleta de lixo e a ameaça de pestes. No Rio de Janeiro, agora, quando cai chuva, a ordem é decretar ponto facultativo, pois a infraestrutura está completamente sucateada.

O que dizem as notícias dos jornais mais recentes? Agressões a mulheres ficam impunes. Balas perdidas são corriqueiras. A roubalheira é generalizada. Os laranjas fazem o que querem, em baixo dos olhos das autoridades públicas e de policiais. A nós, o povo, resta desprezo e falta de respeito.

Em meu artigo anterior, tratei uma distorção no campo da saúde que deixou a classe médica em polvorosa por semanas. Natural, se confirmada, poderia causar dado irreversível aos cidadãos. Falo da Resolução 2.227/2018, do Conselho Federal de Medicina, que pretendia disciplinar a telemedicina como forma de assistência mediada por tecnologias.

A normativa liberava os médicos brasileiros para realizar consultas online, assim como telecirurgias e telediagnóstico, entre outras formas de assistência à distância. Enfim, abria uma lacuna perigosa, em especial considerando que a formação em Medicina anda péssima e nem presencialmente muitos médicos conseguem diagnosticar direito uma gripe ou uma prisão de ventre.

Diversas entidades representativas, como a Sociedade Brasileira de Clínica Médica e a Associação Paulista de Medicina, protestaram; inclusive pelo fato de a decisão ter sido tomada sem qualquer debate entre os médicos e os pacientes. Eu mesmo, aqui nesse espaço, registrei que nossa prática profissional não poderia jamais virar marionete de empresas do ramo tecnológico.

Volto a reafirmar meu pensamento, a defender meus princípios. Por mais que novas soluções facilitem a comunicação a distância, elas jamais substituirão aquilo que é a alma da prática médica: o toque, a interação humana.

Neste caso, especificamente, eis que trago aqui uma notícia boa, um desfecho favorável. Tamanha foi a pressão de instituições médicas, tamanha foi a revolta dos pacientes e a polêmica na mídia, que o Conselho Federal de Medicina voltou atrás. Sexta-feira, 22 de fevereiro, soltou um comunicado aos jornalistas e à população, com o seguinte teor:

“Sensíveis às manifestações dos médicos brasileiros e entidades representativas da classe, os conselheiros efetivos do CFM decidiram revogar a Resolução 2.227/2018”.

Nem cabe aqui debater até onde vai a citada sensibilidade. Importante mesmo é que venceu a força da razão, a mobilização das pessoas de bom senso e o clamor da racionalidade.

Como saldo desse episódio, fica um exemplo real de que o certo ainda pode prevalecer sobre o errado. Em um momento assim, até passa aquela vontade de largar tudo ou de chorar até virar raiz, que expressei no início desse artigo. Ganhamos força e voltamos a crer que sempre vale resistir e lutar. Parabéns, brasileiros.

*Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Variedades: Sorriso Maroto lança primeiro EP do projeto "Ao Cubo, Ao Vivo, Em Cores"




Grupo lança nesta segunda-feira (25) cinco faixas do inovador projeto gravado apenas com celulares em uma estrutura em formato de cubo

Redação/Hourpress
Depois de lançar no início do mês uma amostra do que foi a grande noite de gravação do projeto “Sorriso Maroto Ao Cubo, Ao Vivo, Em Cores” com a música “Escondido dos Seus Pais”, que já acumula mais de 2 milhões de visualizações no YouTube, o grupo lança o EP 1, com cinco faixas nesta segunda-feira, 25 de fevereiro.
Pensando em mostrar a versatilidade do Sorriso Maroto, o grupo escolheu as músicas “Reprise”, “Me Arrependi”, com participação de Ferrugem, “Rolo Compressor”, “Ruínas” e “Teoria e Prática”, neste primeiro registro, mas sem deixar de lado seu romantismo característico.
“Esse é um cartão de visita. Uma amostra deste novo projeto. Tem um pouco da sensação do que foi a gravação. Temos músicas com características diferentes. ‘Reprise’, por exemplo, tem um mix de charme com pagode e um tema super inusitado”, conta o vocalista Bruno Cardoso.
Sobre a participação de Ferrugem, Bruno conta: “’Me arrependi’ traz à tona uma linha romântica bem característica e trouxemos o Ferrugem para potencializar isso, já que ele tem esse lado romântico bem latente. Tivemos uma parceria recente muito boa com ele e acreditamos muito nessa música também”.
Confira o EP 1 do projeto “Ao Cubo, Ao Vivo, Em Cores”:

Assista ao clipe de “Reprise”, que estreia hoje:

Variedades: Crimes Obscuros, com Jim Carrey e Charlotte Gainsbourg, estreia nesta quinta-feira (28)


Dirigido por Alexandros Avranas, thriller de suspense traz no elenco Marton Csokas, como o misterioso escritorKrystov Kozlow


Redação/Hourpress

Baseado no artigo True Crime: A Postmodern Murder Mystery, publicado no The New Yorker, pelo escritor David Grann, Crimes Obscuros(Dark Crimes, 2016) estreia nesta quinta-feira, 28 de fevereiro, nos cinemas brasileiros. Acompanhado por Charlotte Gainsbourg e Marton Csokas no elenco, Jim Carrey vive um investigador que, em busca de justiça e redenção, reabre um caso de assassinato arquivado por falta de provas.

Dirigido por Alexandros Avranas (Miss Violence, 2014), o longa tem roteiro assinado por Jeremy Brock, ganhador do BAFTA por Último Rei da EscóciaCrimes Obscuros foi rodado na Polônia e traz a história de Tadek (Jim Carrey, de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças eO Show de Truman  O Show da Vida), um investigador que encontra semelhanças entre um crime não resolvido e um livro do artista polonês Krystov Kozlow (Marton Csokas, de O Espetacular Homem-Aranha).

O caso se torna obsessivo para o policial quando a namorada de Kozlow, uma mulher misteriosa (Charlotte Gainsbourg, de Ninfomaníaca e premiada em Cannes por Anticristo), que trabalha num sex club entra em cena.

Crimes Obscuros é o primeiro filme distribuído nos cinemas pela Cinecolor Films, uma divisão da Cinecolor do Brasil que opera no Brasil desde 1998, oferecendo serviços de pós-produção, distribuição de conteúdo via satélite (ao vivo e offline), para os cinemas e também nos formatos de DVD e Blu-ray.

SINOPSE  CRIMES OBSCUROS / ESTREIA: 28 DE FEVEREIRO
O policial Tadek (Jim Carrey) investiga um caso de assassinato não resolvido e encontra semelhanças do crime em um livro do artista polonês Krystov Kozlow (Marton Csokas). Ele começa a investigar a vida do escritor e da sua namorada, uma mulher misteriosa (Charlotte Gainsbourg) que trabalha num sex club. Sua obsessão aumenta e Tadek fica cada vez mais atormentado, entrando num submundo de sexo, mentiras e corrupção.



Sobre a Cinecolor do Brasil
Presente no país desde 1998, a Cinecolor do Brasil faz parte do Grupo Chilefilms, que atualmente é líder em serviços audiovisuais na América Latina, e a única empresa presente no México, Colômbia, Argentina, Chile, Peru, Venezuela e Brasil. A empresa possui quatro ramificações: Cinecolor SAT (distribuição de conteúdo via satélite), Cinecolor Films (coprodução, produção, distribuição para cinema e home vídeo), Cinecolor Digital (pós-produção) e licenciamento. O escritório, no Brasil, é localizado na Bela Vista/SP. Site oficial:www.cinecolordobrasil.com.br / Redes Sociais: Facebook: @cinecolorfilmsbrasil e Instagram: cinecolorfilmsbrasil.

Geral: Atividade física na infância pode afastar o risco de doenças cardiovasculares na idade adulta


Promover a prática regular de exercícios físicos na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução do sedentarismo na idade adulta. Com a evolução da tecnologia, é muito comum crianças e adolescentes substituírem atividades que demandam gasto energético pelas brincadeiras automatizadas

Redação/Hourpress

Em época repleta de diversões eletrônicas, é cada vez mais raro ver as crianças saírem para praticar exercícios. Sendo assim, o sedentarismo pode ser considerado um fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças, inclusive as cardiovasculares. E para diminuir as probabilidades destes problemas, um estilo de vida mais saudável, aliado a prática de atividade física precisam ser adotados desde cedo.

As crianças devem ser estimuladas a partir do nascimento. Isso é fundamental para o desenvolvimento neuropsicomotor, além de reduzir as chances de diversas doenças. Os pais têm papel fundamental e podem ajudar a despertar o interesse da criança que, quando encorajada a praticar exercícios desde a infância, tendem a se tornar adultos mais ativos.

Para o cardiologista e médico do esporte do HCor (Hospital do Coração), Dr. Daniel Santos, a atividade física auxilia no desenvolvimento do sistema osteomuscular, no controle da glicemia, dos lípedes e da pressão arterial. “Além disso ajuda no tratamento da ansiedade, depressão e, ainda, na prevenção de vários tipos de câncer”, disse o cardiologista.

Dr. Santos explica que é muito importante a realização de avaliação física na infância. "Crianças que apresentam algum tipo de sintoma relacionado à atividade física como cansaço desproporcional ao exercício, palpitações, desmaios, dor induzida pelo esforço ou que ofereçam algum problema de saúde devem ser encaminhadas para avaliação especializada", recomenda.

Cuidado com o sedentarismo:
Segundo uma pesquisa do IBGE, 78% das crianças ficam mais do que duas horas por dia na frente da TV, e apenas 43% fazem mais do que 300 minutos de atividade física por semana. Crianças com excesso de peso tende a ser adulto obeso e mais propenso a desenvolver diabetes, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio em idades mais jovens.

Promover a prática regular de exercícios físicos na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução do sedentarismo na idade adulta. Com a evolução da tecnologia, é muito comum crianças e adolescentes substituírem atividades que demandam gasto energético pelas brincadeiras automatizadas.

“É frequente vê-las por horas na frente da televisão ou do computador, jogando videogame ou navegando na internet. Na maioria das vezes, essas atividades são praticadas consumindo petiscos nada saudáveis como salgadinhos, que possuem elevado teor de sal, colesterol e calorias, batatas fritas, bolachas recheadas. Com o tempo, a prática desses hábitos pode levar a criança à obesidade infantil causada, em boa parte, pelo sedentarismo”, alerta o cardiologista do HCor.

O sedentarismo é definido como a falta ou a diminuição da atividade física, associado à ausência da prática de esportes ou a qualquer outra atividade do cotidiano do indivíduo. “Consideramos sedentário aquele que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais. O sedentarismo pode levar a doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto agudo do miocárdio, além de ser considerado o principal fator de risco para a morte súbita”, esclarece Dr. Santos.

Criança ativa = adulto ativo:
Além de uma reeducação alimentar, a criança deve começar a praticar alguma atividade física no dia-a-dia. É comprovado que uma criança fisicamente ativa tem grandes chances de se tornar um adulto ativo. Promover a prática regular de exercícios físicos na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida.

“É importante lembrarmos que a prática regular de exercícios físicos não implica necessariamente no envolvimento em atividades de caráter competitivo. É necessário conscientizar as crianças e adolescentes que uma simples caminhada já pode trazer benefícios à saúde”, orienta Dr. Santos.
A educação física escolar tem importante papel nesta missão, pois boa parte do dia de uma criança é passado na escola. “Cabe aos pais a responsabilidade de dar o exemplo e criar oportunidades para que seus filhos possam ter uma prática regular de exercícios físicos extracurriculares, como a prática de esportes como judô, futebol, ballet, entre outros que, além de evitar o sedentarismo e a obesidade podem trazer outros benefícios para as crianças, como sociabilização, apresentações, competições, etc”, finaliza o cardiologista do HCor.

Chumbo quente: Bolsonaro já fez o seu papel



O plano era sangrar Dilma Rousseff por longos quatro anos 


Fernando Horta

A direita brasileira vinha fazendo um excelente planejamento para voltar ao poder, desde 2013. Aproveitara a anencefalia dos protestos de 2013, reduzira a taxa de aprovação de Dilma Rousseff para menos da metade do que era, e direcionaram a ira do povo contra um partido. A derrota eleitoral de 2014 deveria ter sido vista como apenas um contratempo no projeto da retomada do poder.

O plano era sangrar Dilma Rousseff por longos quatro anos. A inteligência sórdida de Cunha como chefe da Câmara travava o governo, a associação com os meios de comunicação mantinha os históricos laços de controle sobre a população firmemente assentados nas mãos dos detentores do capital, e o choque internacional da economia (com redução da demanda de todos os parceiros comerciais brasileiros) fazia com que a economia brasileira sentisse demais o baque. 

Cunha controlava as “pautas-bomba”, ampliando sorrateiramente o gasto do governo enquanto travava a aprovação de medidas que poderiam dar algum fôlego à Dilma. Era um torniquete a longo prazo difícil de se desvencilhar. O PT estava em alguma medida rachado, Lula se mantinha afastado do governo de Dilma, e as preferências políticas e técnicas da presidenta eleita não eram efetivamente um sucesso entre os militantes e correligionários.

Levy, Kátia Abreu, Traumann e vários outros nomes desgastavam Dilma e, ao mesmo tempo, davam munição de para Alckmin, Serra e até Aécio. Os anos dourados do governo Lula davam sinais de que haviam acabado e seria necessária uma dose imensa de carisma, capacidade política e criatividade para fazer a roda dos governos de esquerda girar novamente. Tudo o que Dilma demonstrava não dispor.

A linha auxiliar do judiciário seguia incólume e fazendo estragos. Moro, como juiz-justiceiro numa espinha dorsal composta ainda por seu amigo Gebran e Thompson Flores no TRF4, assegurava que a legitimidade das ações criminosas da célula de Curitiba seguiria intocada. No STF, a dobradinha Gilmar Mendes Dias Toffoli seguia afinada e garantia que nenhum “fogo amigo” atingisse os “amigos do rei”. Habeas Corpus, pedidos de vista, arquivamentos, dilações de prazo e toda sorte de malabarismos judiciais eram lançados para manter sob fogo cerrado os políticos da esquerda e, só os políticos da esquerda.

O alto empresariado havia cooptado o médio e pequeno, convencendo-os do engodo de que “todos tinham os mesmos interesses”, e estes eram “tirar o PT”. Sem conhecimento suficiente para compreender que o médio e pequeno empresariado vive do poder de compra da população, a histeria alucinada do anticomunismo fazia o discurso do Seu Chico, que tinha oficina mecânica para carros usados, ser o mesmo do dono da AMBEV. “Tirar o PT” e “acabar com a “mamata” eram as bandeiras que pareciam unificar os diferentes estratos da sociedade governo. Não havia nada de lógico, empírico ou real nelas, mas, controlados, os que acreditavam nestas sandices eram úteis aos planos da direita.

A estratégia era de médio a longo prazo e prometia varrer definitivamente a esquerda do poder. Com Gushiken morto, Genuíno, Dirceu e Lula acuados nas ilegalidades judiciais, o PT padecia de agilidade política, experiência e robustez de ação institucional. O governo Dilma ressentia-se de não ter mais entrada no legislativo ou no judiciário e todos os analistas previam um inverno duro para o Partido dos Trabalhadores que ainda tinha que lidar com os problemas de um partido imenso, cheio de correntes internas e que, muitas vezes, não conseguia consenso suficiente para as ações políticas requeridas nos momentos necessários.

Em março de 2017, na comemoração de aniversário de um figurão jornalista, Aécio perguntava à nata da politicagem da direita ali reunida: “Vamos abrir espaço para um aventureiro salvador da pátria?” Era a justa preocupação daquele que em não tendo a retidão moral e consciência histórica do avô, aprendeu a fazer um tipo de política “epidérmica”, que garantia insights de sobrevivência.

Aécio estava certo. E, após ser escorraçado de uma manifestação da “nova direita” na avenida Paulista, ele e o governador Alckmin devem ter sentido um frio na espinha. Haviam ido longe demais?

É fácil teorizar na vaidade de Aécio, na ganância desmesurada de Serra e no deslocamento geográfico-político de Jereissati para assumir o poder nacional, mas a verdade é que o desespero de Temer, Jucá, Eliseu Padilha, Geddel e Moreira Franco pisavam fortemente no acelerador do carro que embarcavam de carona. A trupe do PMDB não estava contemplada no planejamento a longo prazo, especialmente porque todos estavam imbricados em antigos e conhecidos escândalos de corrupção. E, se Dilma devotava seu mandato a alguma coisa, era “limpar o Brasil”. Graça Foster, na Petrobrás, foi um sinal bastante eloquente.

Além do instinto de sobrevivência do fisiologismo histórico do PMDB, o pré-Sal e o crescimento geopolítico da China jogavam mais gasolina na fogueira. Os EUA precisavam garantir um suplemento de petróleo em caso de conflito (sempre em mente) entre eles e China e Rússia. As rotas vindas do oriente médio seriam imediatamente fechadas pelos “inimigos” e a máquina de guerra americana corria o risco de ser asfixiada. A América Latina e, mais especificamente, a Venezuela, tinham que voltar a ocupar seus lugares de submissão complementar aos EUA. Lula, Chavez, Evo Morales, Rafael Correa, os Kirchner e Mujica se afinavam no discurso anti-imperialista e fechavam as portas da submissão passiva.

De repente, todos acertaram seus ponteiros no credo de que a queda de Dilma e a prisão de Lula resolveria todos os problemas. Esqueceram-se de pensar o depois. Um erro comum em todas as ações de intervenção política no século XX e XXI. Para derrubar Dilma, contudo, apenas as forças em questão pareciam não ser suficientes. O judiciário não poderia ser torcido aos interesses de Moro, Gebran e Thompson Flores sem um intenso apelo midiático. A mídia não queimaria sua imagem de “equidistância” sem a certeza de que haveria um ganho certo ao final da “missão”. Era preciso vozes nas ruas, almas e braços que se dispusessem a ir aos milhões completar a força necessária para criminalizar e afastar um projeto de governo que tinha sido só sucesso durante quase 13 anos.

O pacto desta direita liberal com os grupos neopentecostais e neofascistas, utilizando-se dos canais de comunicação destes, cumpria o papel de apressar a queda de Dilma. Contudo, estes novos grupos se contentariam com abraços e tapinhas nas costas depois do golpe concluído? Janaína Paschoal, por exemplo, faria toda a encenação jocosa da “República da Cobra” por trinta “dinheiros” e só? Alexandre Frota, Olavo de Carvalho, Kim Kataguiri, Joice Hasselmann se conformariam com o “dever cumprido”?

Era este o sentido da pergunta de Aécio.

A resposta é evidente hoje, mas também já era naquela época. Hipotecar legitimidade política da nação na mão de mentecaptos e energúmenos pode cumprir funções táticas de curto prazo, mas exige um preço impagável a longo. Toda a historiografia sobre nazismo e fascismo fazia esta advertência. Há limites civilizatórios cujo custo de ruptura é por demais alto. Nos EUA, por exemplo, os democratas não quiseram pagar. Trump governa com escândalos e mais escândalos em todas as áreas imagináveis. O impeachment é uma vaga ameaça. Do alto dos seus 243 anos de democracia, as elites econômicas e políticas de lá sabem que é melhor uma democracia ruim comandada por opositores políticos do que o autoritarismo ou o pulo no escuro da ruptura institucional.

Bolsonaro completa pouco mais de 40 dias de governo e a direita brasileira é uma terra arrasada. FHC, Serra, Alckmin, Aécio, Temer, Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho e outros falam sozinhos, sem significação ou força. A cena do lançamento da candidatura de Aécio ao cargo de Deputado Federal é a síntese do que aconteceu com a direita. O preço da hipoteca institucional para prender Lula e desmantelar o governo Dilma é a morte política do liberalismo e sua substituição pelo tosco, pelo bruto, pelo incapaz e inconsequente.

Bolsonaro não tem estofo para governar, não sabe se cercar de inteligência institucional para que se possa minimamente dizer que seu governo será “ruim”. Ainda, como partícipe sujo do baixo clero por anos, suas vidraças são muito frágeis. Em trinta dias, o conglomerado de mídia e o capital tentam colocar senso no fascista, apertando os ataques sobre seu filho e as relações com corrupção e milícias. Senso este de que foi imbuído subitamente o vice Mourão. Vendo-se fiador institucional de um bando de loucos, Mourão tenta salvar sua biografia e a imagem do exército. A missão seria difícil até mesmo para uma pessoa sensata e capaz.

Em pouco mais de 40 dias, Bolsonaro demonstra a total incapacidade de governar. Seus filhos acreditam-se príncipes herdeiros, donos de uma “capacidade técnica” e conhecimento que lhes permite transitar entre várias áreas do governo, com a desenvoltura de um rinoceronte com gota. Os supostos “especialistas” conseguem ser ainda mais caricatos e incompetentes do que os membros da “famiglia”. Damares, Ernesto, Ricardo Salles e o colombiano que pensa que está numa viagem antropológica comandando a Educação do país asseguram a chance zero de qualquer coisa neste governo funcionar.

Com a direita arrasada, e o regime fascista envergonhado batendo cabeça e naufragando por completo, a esquerda se revigora. O PT segue vivo e como o maior partido de esquerda da América Latina. O PSOL se fortalece com novos e combativos nomes no Congresso. A aliança de esquerda não somente sobrevive, como se fortalece. O futuro do governo Bolsonaro é acabar na vergonha do fracasso e permitir o retorno da esquerda ou ceder a uma ditadura escancarada. Mourão é a sempre presente carta da ditadura a ser eventualmente usada.

A questão para o país é, contudo, mais importante. Se Bolsonaro não for retirado do poder, os estragos que ele fará ao Brasil são algo perto do irreparável. A destruição que ele e seus “aliados” promoveram na direita está a ponto de ser feita no país todo. O exército já percebeu que embarcou novamente num enorme erro. Vai ser fiador do fracasso histórico de Bolsonaro, e ficará pelas próximas décadas ligado a nomes como estrambólicos como Damares, Ernesto e Olavo de Carvalho.

Em 64 eles tomaram o poder com Otavio Gouveia de Bulhões, Roberto Campos e Delfim Neto. É indiscutível que o atual regime não tem chance alguma de dar certo.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Economia: Camesa lista os dez produtos mais vendidos


Toalhas de banho e acessórios para o quarto aparecem entre os preferidos dos consumidores

Redação/Hourpress
De acordo com uma pesquisa divulgada pelo IEMI, Instituto de Inteligência de Mercado, no fim do ano passado, o setor brasileiro de cama, mesa e banho foi um dos segmentos que se manteve em constante crescimento e com boas expectativas para os próximos semestres. Segundo o estudo, o país possui atualmente cerca de 31 mil pontos de venda, dos quais mais de 28 mil são lojas destinadas aos itens domésticos.
Disponível nas principais redes e também em e-commerces, a Camesa, especialista em desenvolver e comercializar a mais completa linha de cama, mesa, banho e decor, se destaca por estar presente em quase todos os lares brasileiros com produtos que acompanham as tendências mundiais e é por isso que listou os 10 mais vendidos pela marca em 2018.