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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Chumbo quente: Medicina Baseada na Vivência



A nossa Medicina atravessa momentos difíceis


*Antonio Carlos Lopes

Nos dias de hoje, fala-se muito em Medicina baseada em evidência. Porém, esse conceito amplo embute também os significados conquistados em virtude da competência e da experiência. Nada substitui o que se aprende à beira do leito.

A Medicina é a profissão da entrega, do amor. Só aprende e só a exerce com dignidade aquele que realmente vive o problema e as conquistas de seus pacientes.

Não devemos esquecer que o médico tem uma participação social muito intensa na construção da cidadania. Portanto é preciso que nas escolas a atenção seja voltada para esse aspecto que freqüentemente passa despercebido.

A nossa Medicina atravessa momentos difíceis em razão de diversas vertentes, como a falta de verbas e o SUS que não funciona a contento - embora seja um bom sistema de saúde. Também destaco a abertura sem critérios de escolas médicas.

Infelizmente têm sido criadas em nosso meio, particularmente na região sul e mais ainda em São Paulo, faculdades de medicina fundamentadas em bases apenas mercantilistas. É lamentável.

Assim, é imperioso que alguma providência seja tomada. Temos de sensibilizar parlamentares e o governo para que se atentem a esse aspecto, pois isso provoca um efeito dominó que se refletirá negativamente  em função da avalanche de médicos sem formação adequada.

Como já frisei, a Medicina não é igual às outras profissões. Quem a exerce à beira de leito precisa tomar decisões que impactam a saúde e a vida. O
médico que não toma decisão não consegue cumprir sua missão com maestria e humanismo.

Falta de tudo em muitas dessas escolas abertas só pra enriquecer maus empresários: modelo pedagógico, estrutura acadêmica e administrativa, titulação universitária. Por outro lado, prevalecem o autoritarismo e a confraria.

E o problema não se restringe apenas às escolas criadas sem que haja justificativa para sua inserção social. Outro fator que prejudica a boa Medicina é a atitude de certos docentes de instituições tradicionais, de alto nível: ao  se aposentar, diversos vão trabalhar nessas faculdades renegando tudo aquilo que defendiam anteriormente. Emprestam seus nomes para que esses cursos componham um currículo fantasma, que figura somente no papel.

É imprescindível e urgente uma avaliação séria das escolas já existentes. Temos cursos particulares do mais baixo nível. Não há titulação universitária, prevalece a confraria e, mais ainda, há discriminação a quem se revolta.

É mister que essa afronta à Medicina e também aos alunos deixe de existir. Os estudantes terminam o curso de graduação sem a menor condição de exercer a profissão e nem de aproveitar a Residência, quando a fazem.

O Brasil merece mais. Respeito aos estudantes e aos pacientes é o mínimo para que possamos começar a alicerçar dias melhores. Pense nisso.


*Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

 

Brumadinho: Água turva avança no Rio Paraopeba em direção à Usina de Três Marias



A barragem integrava a Mina Feijão


Agência Brasil

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, está monitorando o avanço da turbidez da água no Rio Paraopeba, após o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), ocorrido na última sexta-feira (25). O boletim divulgado hoje (28) revela um deslocamento lento da pluma, formada pela mistura de rejeito e água. De outro lado, ele traz a previsão de que a água turva alcançará a Usina Hidrelétrica de Três Marias (MG) entre os dias 15 e 20 de fevereiro.
A barragem integrava a Mina Feijão. O rejeito que se propagou no ambiente após o rompimento chegou primeiro ao Córrego do Feijão, afluente do Rio Paraopeba, que foi posteriormente atingido. De acordo com boletim, a água turva alcançou o município de Juatuba (MG) na noite de ontem (27) e deve chegar à São José da Varginha (MG) na noite de amanhã (29).
Antes de chegar à Três Marias, ela passará ainda pela Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, em Felixlândia (MG). A previsão é de que isso ocorra entre os dias 5 e 10 de fevereiro. Segundo aponta o monitoramento, a pluma se desloca a uma velocidade de um quilômetro por hora.
O Rio Paraopeba encontra o Rio São Francisco justamente na represa de Três Marias, onde fica a hidrelétrica administrada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Em nota divulgada nesta segunda-feira, a estatal mineira informou que está monitorando, junto com outras autoridades do setor, se haverá necessidade de alguma medida preventiva na operação da usina.
O CPRM está divulgando boletins diários. Trinta pesquisadores foram destacados para o levantamento. A estatal se dedica à produção de conhecimento geológico e hidrológico que auxilie o desenvolvimento sustentável. Ela opera, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), estações da Rede Hidrometeorológica Nacional localizadas ao longo do Rio Paraopeba.
Qualidade da água
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) destacou técnicos para realizarem coleta de 44 amostras de água na região atingida com o objetivo de identificar os possíveis riscos de intoxicação. Ainda não há previsão para divulgação dos resultados.
O Rio Paraopeba é usado para o atendimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas a captação de água em seu leito foi suspensa pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) após a tragédia. De acordo com a estatal mineira, o abastecimento não sofreu impactos. As represas do Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores e a captação, a fio d’água, no Rio das Velhas, estariam sendo sido suficiente para atender a população.

Brumadinho: Sobe para 60 número de mortos em tragédia


As chances de encontrar sobreviventes, entretanto, são consideradas baixas


Agência Brasil

O número de mortos após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho subiu para 60, segundo informações divulgadas há pouco pela Defesa Civil de Minas Gerais. De acordo com o porta-voz do órgão, tenente-coronel Flávio Godinho, 382 pessoas foram localizadas, e 191 foram resgatadas e 292 permanecem desaparecidas. Dos 60 mortos, 19 foram identificados até o momento. Há ainda 135 pessoas desabrigadas.
Durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, lembrou que o tipo de atuação realizada pelas equipes de busca e resgate é bastante delicada, já que envolve milhões de metros cúbicos de rejeito. A previsão, segundo ele, é que os homens permaneçam no local por semanas. As chances de encontrar sobreviventes, entretanto, são consideradas baixas.
“As chances são muito pequenas considerando o tipo de tragédia, que envolve lama”, disse, ao explicar que os rejeitos dificilmente permitem a formação de bolsões de ar. “É uma operação de guerra, que demanda esforços e compreensão de todas as partes”, concluiu.

Brumadinho: Polícia investiga pedidos de doações destinadas às vítimas em Minas Gerais



A Defesa Civil de Minas Gerais, neste momento, não precisa de doações


Agência Brasil

As polícias militar e civil de Minas Gerais investigam pedidos de doações supostamente destinadas a vítimas do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho. “Infelizmente, o serviço de inteligência da polícia militar, cruzando com a polícia civil, tem detectado em muitas mídias sociais aproveitadores”, informou o major Flávio Santiago.
“É sempre importante falar para a sociedade que busque a confiabilidade. Às vezes, um site parece ser verídico, mas não traz informações consistentes. É importante que as pessoas verifiquem."
Durante coletiva de imprensa, ele reforçou que a Defesa Civil de Minas Gerais, neste momento, não precisa de doações, já que os esforços estão centrados na busca por sobreviventes e no resgate de corpos. A Vale está responsável por providenciar a hospedagem de cerca de 135 pessoas desabrigadas em hotéis e pousadas de Brumadinho.
“A defesa civil não precisa de nenhuma doação no momento. Isso é muito importante frisar. Ela não pede depósito, não pede dinheiro, não tem nenhuma conta para que isso seja compartilhado. Até porque, se tiver, estará no site oficial da Defesa Civil de Minas Gerais”, disse.
“Toda tentativa de estelionato, o serviço de inteligência faz o monitoramento e, com toda, certeza investiga. Nós, da Polícia Militar, do serviço de inteligência, detectamos e passamos para a polícia investigatória para dar sequência a este fato”, concluiu.

 

Brumadinho: Justiça do Trabalho determina bloqueio de R$ 800 milhões da Vale



Plantão judicial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte, ordenou o bloqueio de R$ 1 bilhão da mineradora


Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil  Brasília

A pedido do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG), a Justiça do Trabalho autorizou o bloqueio de R$ 800 milhões da mineradora Vale, responsável pela barragem na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que se rompeu na tarde de sexta-feira (25). Até o momento, a Justiça já determinou o bloqueio de R$ 11,8 bilhões das contas da mineradora. 
Segundo o MPT, a quantia será destinada ao pagamento de direitos trabalhistas, assegurando “as indenizações necessárias a todos os atingidos, empregados diretos ou terceirizados, pelo rompimento da barragem na mina”. Segundo o último balanço oficial divulgado, o número de mortos na tragédia já chega a 60 e 292 pessoas continuam desaparecidas.
Na decisão, a juíza Renata Lopes Vale, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3), também obriga a Vale a continuar pagando os salários dos trabalhadores desaparecidos a seus parentes e familiares. A medida deverá vigorar “até a resolução da situação pendente em que se encontram (constatação efetiva ou jurídica de vida ou de óbito)”.
A empresa também deverá arcar com despesas de funeral, translado de corpo, sepultamento de todos os trabalhadores mortos em função do rompimento da barragem. A Vale tem 10 dias, a partir da notificação, para apresentar cópia de seu Programa de Gerenciamento de Riscos, entre outros documentos.
Na sexta-feiraA Justiça mineira determinou o terceiro bloqueio de valores da mineradora Vale, desde o rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, no município de Brumadinho (MG), na tarde de sexta-feira (25).
No sábado (26), a Justiça de Minas Gerais já havia bloqueado R$ 10 bilhões da mineradora. Por determinação da juíza Perla Saliba Brito, a fim de garantir recursos para medidas emergenciais e a reparação de danos ambientais decorrentes do rompimento da barragem, R$ 5 bilhões foram bloqueados. Horas depois, a Justiça mineira determinou o bloqueio de mais R$ 5 bilhões para ressarcir danos e perdas às vítimas em geral.

Ainda no sábado (26), o juiz Renan Chaves Carreira Machado, responsável pelo plantão judicial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte, ordenou o bloqueio de R$ 1 bilhão da mineradora.

Brumadinho: Caixa abre conta para doações e libera FGTS para vítimas de crime da barragem


Os dados para realizar depósitos e transferências é Agência 2808, Operação 013, Conta 3-5


Agência Brasil

Os trabalhadores que tiveram suas casas afetadas pela tragédia de Brumadinho (MG) poderão solicitar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A medida, anunciada nesta tarde (28) pela Caixa Econômica Federal, atende a Lei Federal 10.878/2004. O limite máximo para a retirada será de R$ 6.220. O banco também informou a abertura de uma conta poupança, com nome Juntos por Brumadinho, para receber doações. Os dados para realizar depósitos e transferências é Agência 2808, Operação 013, Conta 3-5.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, já são 60 mortos em decorrência do rompimento da barragem ocorrido na última sexta-feira (25) na Mina Feijão, pertencente à mineradora Vale. Estão desaparecidas 292 pessoas. Ainda não foram divulgados números ou estimativa de desalojados.

FGTS

A Lei Federal 10.878/2004 assegura o direito ao saque de parcela do FGTS em caso de "necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural". Em novembro de 2015, a então presidente Dilma Rousseff editou o Decreto 8.572/2015, incluindo entre as situações passíveis de retirada dos valores os casos de "rompimento ou colapso de barragens que ocasione movimento de massa, com danos a unidades residenciais". A mudança foi instituída oito dias após a tragédia de Mariana (MG). Na ocasião, sua publicação se deu em benefício dos atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, que devastou comunidades inteiras.
A Caixa anunciou ainda outras medidas em apoio à população de Brumadinho (MG). Para os clientes do município, será concedida pausa especial de pagamento até 90 dias nas operações de crédito pessoal e crédito direto ao consumidor, além de até 60 dias de carência para a primeira parcela em novos contratos. "Haverá isenção de três meses também nas tarifas da cesta serviços para os correntistas", diz o comunicado do banco.


Foi informado ainda que o vencimento das prestações do financiamento imobiliário ficará suspenso por 90 dias. Para as empresas, será concedida pausa de até três meses para pagamento das parcelas das operações de crédito.

Brumadinho: "Tem que punir", diz Mourão sobre responsáveis por tragédia em Minas


Os responsáveis pela tragédia com o rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG) devem responder criminalmente

Agência Brasil

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, defendeu hoje (28) punição para os responsáveis pelo rompimento da Barragem 1, da mineradora Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, na sexta-feira (25). Segundo ele, a investigação tem identificar os culpados e prever punição. “Agora, tem que punir mesmo, punir mesmo”, afirmou, na saída da Vice-Presidência.
“Punição tem que ser a que dói no bolso que já está sendo aplicada. Segundo, se houve imperícia, imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente. Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas nisso aí?”, acrescentou.
Perguntado se não seria o caso de a diretoria da Vale, empresa responsável pela barragem, ser afastada durante a investigação, Mourão respondeu: “Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar as linhas de ação que eles estão levantando”.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de o gabinete de crise recomendar o afastamento da diretoria da empresa, Mourão afirmou que teria que estudar essa questão. “Eu não tenho a certeza de que possa fazer essa recomendação”, afirmou.

Punição

Mais cedo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse, em São Paulo, que os responsáveis pela tragédia com o rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG) devem responder criminalmente.
Amanhã (29), ela se reúne com o o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, para conversar sobre as prioridades do Judiciário e do Ministério Público em relação à tragédia.
Para Raquel Dodge, a empresa e os envolvidos no acidente devem responder criminalmente.
“É preciso responsabilizar severamente do ponto de vista indenizatório a empresa que deu causa a esse desastre, e também promover a persecução penal, a punição penal é muito importante”, destacou a procuradora, que participou da abertura de um seminário sobre trabalho escravo promovido pela Escola Superior do Ministério Público da União.