Para explicar os fatores que influenciam na fertilidade, o médico especialista em reprodução assistida, Matheus Roque, do Rio de Janeiro, aponta informações relevantes sobre esse tema.
O especialista afirma que após um ano de tentativa, o casal que não conseguiu engravidar mesmo mantendo relações sexuais frequentes, deve procurar um especialista. Em caso de mulheres acima dos 36 anos, uma avaliação do casal deve ser realizada após 6 meses de tentativa sem sucesso.
Fatores femininos
Em cerca de 10 a 15% dos casais que apresentam infertilidade, não há um causa encontrada para o quadro. Esse casos são definidos como ISCA – Infertilidade sem causa aparente – e quando identificado algum fator, as principais causas da infertilidade feminina são divididas em: alterações tubárias, alterações na ovulação, alteração no útero, endometriose e idade da mulher.
“Atualmente, um fator muito importante tem relação com a idade. As mulheres estão retardando cada vez mais a gestação, fazendo com que diminuam as chances de gravidez e aumentem os riscos de aborto. Isso ocorre por uma diminuição na quantidade dos óvulos com o avançar da idade da mulher”, aponta o especialista.
Fatores masculinos
A maioria dos fatores associados à infertilidade masculina são desconhecidos, seguidos de varicocele, hipogonadismo, infecções urogenitais, entre outros. O espermograma é um exame primordial na avaliação da infertilidade conjugal.
“O espermograma deve ser realizado após um período de abstinência de 2 a 7 dias segundo recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde). Também é importante frisar que o exame não é um atestado de infertilidade ou de esterilidade, mas serve para direcionar qual a melhor forma de tratamento para o casal”, ressalta Matheus Roque.
Priorizar alguns hábitos saudáveis também são requisitos importantes que podem ajudar a preservar a fertilidade de homens e mulheres.
Alimentação
A boa saúde está totalmente voltada para a forma como a pessoas se alimentam. Para aumentar a fertilidade, os alimentos recomendados são os que ajudam a produzir hormônios ligados à sexualidade. Incluir no cardápio uma grande variedade de frutas, legumes e vegetais, além de alimentos ricos em ômega 3 e selênio, como peixes, ovos e sementes são importantes para a saúde por conterem ácidos graxos que cuidam dos órgãos reprodutores.
Evitar bebidas alcoólicas
O consumo de álcool pode interferir na fertilidade dos homens, prejudicando a produção de esperma, baixando os níveis de testosterona e causando disfunção erétil. Mulheres que estejam tentando engravidar também são indicadas a evitar o consumo desse tipo de bebida, pois os efeitos do consumo de álcool permanecem no organismo até um período após ter ingerido e podem causar algum problema durante a gestação.
Tabagismo
O cigarro interfere diretamente quando a questão é fertilidade feminina e masculina, pois altera a quantidade de óvulos, quanto de espermatozoides, por isso, é recomendado largar o cigarro para preservar a fertilidade e conseguir engravidar.
Cafeína
A cafeína está presente não só no café, mas em chás e refrigerantes. Seu consumo em excesso, na mulher, ele afeta na produção de óvulos, alterando os níveis hormonais, assim como nos homens, diminui a produção de esperma e hormônios reprodutivos.
Manter o peso ideal
Estar abaixo ou acima do peso pode diminuir as chances de gravidez. Estudos mostram que para a mulher é mais difícil engravidar estando muito magra ou com sobrepeso, esse último fator pode ocasionar hipertensão ou diabetes gestacional.
Nos homens, o peso interfere na contagem e na qualidade do esperma, além do mais, o excesso de gordura corporal pode interferir nos hormônios reprodutivos que prejudica a fecundação do óvulo.
Fazer atividades físicas
Praticar exercícios físicos ajudam a melhorar o fluxo sanguíneo e a chegada de oxigênio ao sistema reprodutor. Fazer atividade física também ajuda a evitar problemas como obesidade e diabete, que influenciam na infertilidade.
“Incluir atividades físicas na rotina, praticando no mínimo 30 minutos por dia, ajuda a auxiliar na saúde, não só dos órgãos reprodutores, mas do corpo todo, da mente e do bem-estar”, finalizou o médico.