Histórias mostram
impacto do calote da Abril no cotidiano dos centenas de demitidos pela editora
Redação/Hourpress/SJSP
Profissionais de diversas categorias
que foram demitidos e tomaram calote da editora Abril compartilham em vídeo o
relato das agruras que estão vivendo desde agosto, quando a empresa demitiu em
massa 804 trabalhadores sem pagar nem verbas rescisórias nem a multa de 40% do
Fundo de Garantia. Outros cerca de 200 freelancers também foram afetados,
dispensados sem receber pelos serviços prestados.
A série de vídeos Vítimas da Abril, com canal na internet, visa
denunciar e dar visibilidade aos impactos que o calote tem provocado na vida
dos demitidos e de seus familiares.
Como a empresa entrou em recuperação
judicial em 15 de agosto, o pagamento dos demitidos foi protelado junto com a
dívida de outros credores na recuperação. Pela proposta apresentada pela Abril,
dependendo do valor, pode levar até 18 anos para quitação dos débitos com os
demitidos e o deságio pode chegar a 92% do montante da dívida.
Um dos primeiros vídeos da série
mostra o gráfico Claudio Teixeira, 53, demitido sem receber seus direitos
depois de 24 anos de dedicação à empresa. Teixeira tem um filho especial,
Giovane, de 16 anos, que precisa de fisioterapia e outras formas de assistência
médica, mas com a demissão a família perdeu o plano de saúde.
Por ser um adolescente especial, o
filho do gráfico teve mantido o direito ao plano até completar 18 anos.
Contudo, o convênio foi mudado pela Abril e o novo plano de saúde não
proporciona o atendimento adequado necessário que Giovane recebia até
então. Entre outros, o adolescente perdeu o atendimento do médico que
acompanhava o caso desde que Giovane foi operado, com apenas 1 ano de idade,
assim como a escola especial onde fazia todas as terapias necessárias, tais como
fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional.
“Estou arcando do meu bolso sem ter
condição nenhum porque meu filho não pode ficar sem tratamento. Se ele não
fizer o tratamento tem dificuldade para andar. (..) Tenho procurado emprego por
aí e não tem sido fácil por causa da minha idade”, relata o gráfico.
Confira o vídeo na íntegra:
https://youtu.be/zTewtebkbJQ