No País apenas 10% da população tem condições de comprar automóveis
Luís Alberto Alves/Hourpress
O presidente da Anfavea
(Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antonio Carlos
Botelho Megale, na última entrevista coletiva deste ano, destacou que não será
possível criar muitos postos de trabalho, caso não ocorra crescimento da economia.
Segundo ele, de novembro/2017 a novembro/2018 a indústria automotiva gerou 3
mil empregos.
Com o programa Rota 2030,
através da MPV 843 aprovada pelo Congresso Nacional no mês passado, o governo
concedeu ao setor por meio de renúncia fiscal para 2019 cerca de R$ 2,113
bilhões e em 2020, mais R$ 1,646 bilhão. O dinheiro é para investimento em
pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. “Mesmo com esse dinheiro só
poderemos gerar mais emprego, caso a economia cresça e os postos de trabalho
serão em outras áreas”, disse.
Quanto as novidades
apresentadas no Salão do Automóvel, Megale foi categórico: “O Brasil não está
preparado para produzir carros elétricos por causa do baixo número de vendas.
Em 2017 foram adquiridos 3.297 unidades contra 3.477 em 2018. O crescimento de
automóveis híbrido ainda é muito pequeno”, destacou. No País apenas 10% da
população tem condições de comprar automóveis.
Para a Anfavea, o problema é a
alta carga tributária encarecendo qualquer veículo. Compare: nos Estados Unidos
um GM Camaro V8 sai em dólares pelo equivalente a R$ 143 mil; no Brasil o seu
preço é de R$ 305 mil; o Kia Soul é comprado pelos norte-americanos por R$ 59
mil e o brasileiro paga R$ 88,700. O Mustang Shelb GT350 R custa R$ 630 mil no
Brasil e R$ 199 mil nos Estados Unidos.
Na terra de Donald Trump o
motorista não paga IPVA, o percentual médio do imposto cobrado sobre a venda de
qualquer veículo é de 6,1%. Nos comerciais leves o Leão morde 26% e nos
importados a cifra sobe para 49%. Eis os impostos que incidem sobre a
comercialização de veículos: ICMS, IPI, PIS, Cofins, IOF, Cide, INSS e ISS.