O contingente de desempregados em maio foi estimado em 1,977 milhão de pessoas na região metropolitana de São Paulo, 109 mil a mais que em abril. Segundo os dados, a desocupação atingiu, no quinto mês do ano, 17,6% da população economicamente ativa, 0,8 ponto percentual a mais que o total de abril (16,8%).
As informações, divulgadas hoje (29), são da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“O crescimento deveu-se, pelo segundo mês consecutivo, quase que exclusivamente à expansão da População Economicamente Ativa - 112 mil pessoas ingressaram no mercado de trabalho da região - uma vez que o nível de ocupação permaneceu estável – geração [na média] de 3 mil postos de trabalho”, destaca a pesquisa.
A indústria de transformação criou em maio 93 mil postos de trabalho; o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, 47 mil. No entanto, houve redução nos serviços, com eliminação de 109 mil postos de trabalho, e na construção, menos 18 mil.
Brasília - O procurador da República, coordenador da Força Tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, Deltan DallagnolMarcelo Camargo/Agência Brasil
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, disse hoje (29) que tem convicção de que o Projeto de Lei (PL) 4.850/16 será aprovado. A proposta reúne as dez medidas contra a corrupção elaboradas pelo Ministério Público Federal (MPF) e que foram enviadas ao Congresso Nacional com o apoio de 2,2 milhões de assinaturas.
“Muitos parlamentares se movimentaram para que esse projeto tramite de modo célere e seja aprovado. Foi criada uma frente parlamentar, para aprovação das medidas, com mais de 200 parlamentares. Nossa convicção é de que esse projeto vai caminhar e, com a apoio da sociedade, vai ser aprovado”, disse Dallagnol após participar de cerimônia que homenageou os voluntários que ajudaram a colher assinaturas em prol do projeto.
Entre as medidas propostas está o aumento de penas para crimes relacionados com a corrupção e a criminalização das doações não declaradas em campanhas eleitorais. Apesar de tramitarem no Congresso projetos em sentido contrário, que dificultam, por exemplo, as delações premiadas, o procurador garantiu que está otimista. “Vou dar todo o meu esforço, dedicação e energia para que esses projetos possam ser aprovados”, destacou.
Para Dallagnol, a proposta é importante para combater a corrupção de forma estrutural. “Mais importante que nós avançarmos apenas em relação a fatos é avançarmos como país para condições que desfavoreçam a corrupção. Nesse sentido vêm as dez medidas contra a corrupção e a necessidade de uma reforma política”, acrescentou.
Foram entregues na cerimônia certificados de participação na campanha de apoio às medidas contra a corrupção. Durante o evento, foram dadas salvas de palmas e gritos de “Viva a Lava Jato”. Depois da distribuição das homenagens, os voluntários aproveitaram para tirar fotos com os promotores. Grande parte dos que participaram da campanha também atuou na mobilização em favor do impeachmentda presidenta Dilma Rousseff.
Entre esses está a militante do Movimento Acorda Brasil, Celene Carvalho, responsável por levar o boneco inflável gigante que retrata o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em roupas de presidiário. Ao receber o certificado, aproveitou o momento para pedir que Dallagnol atuasse para prender o ex-presidente. Em resposta, o procurador se limitou a sorrir.
No Congresso
Na semana passada, Dallagnol esteve na Câmara dos Deputados, em uma sessão que discutiu as medidas propostas pelo MPF para defender o projeto de lei. Também falaram em defesa das medidas parlamentares e especialistas.
Já foi autorizada pelo presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), a instalação de uma comissão especial para analisas a matéria. Vão integrar o colegiado 30 titulares e 30 suplentes.
Outros pontos previstos no projeto são tornar crime o enriquecimento ilícito de agentes públicos, quando o patrimônio for incompatível com a renda, ainda que não seja possível provar a origem dos recursos, a prisão preventiva para evitar que suspeitos de corrupção ocultem ou dissipem o dinheiro ganho com o crime, além do confisco do patrimônio do condenado por corrupção, sem distinção direta entre os ganhos extraídos exclusivamente do crime e os lucros posteriores.
Criada em fevereiro deste ano, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga suspeita de fraude no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) terá mais 30 dias de trabalho. A prorrogação do prazo já foi autorizada pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). O documento será assinado até o fim do dia.
Waldir Maranhão assina ainda hoje a prorrogação da CPIArquivo/Antonio Cruz/Agência Brasil
A comissão tem se reunido todas as semanas para tomar depoimentos principalmente de ex-conselheiros e advogados que atuaram no órgão, ligado ao Ministério da Fazenda e que julga recursos de empresas autuadas pela Receita. Nas últimas sessões, a intenção de também votar requerimentos de convocação não tem sido alcançada.
Para agravar as críticas ao trabalho do colegiado, ainda veio à tona nos últimos dias uma denúncia do vice-presidente da CPI, deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), de que um empresário estaria sendo “achacado” por um membro da comissão para não ser convocado.
A informação acabou colocando as convocações que estão aguardando apreciação sob suspeita e levou o PSDB a pedir que a Procuradoria-Geral da República investigasse o caso. Na sessão de hoje (29), o presidente da comissão, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), também anunciou que pediu providências à corregedoria da Casa.
O principal empecilho para votação dos requerimentos tem sido a falta de quórum mínimo para apreciação – 16 dos 27 deputados. Hoje, no pico de presença, foram contabilizados 11 parlamentares na comissão. “Não conseguimos trazer nenhum tubarão. Não conseguimos trazer o senhor André Gerdau, nem o senhor Luiz Carlos Trabucco [presidente do Bradesco]”, lamentou Ivan Valente (SP), líder do PSOL.
Valente também cobrou a convocação do empresário João Alves de Queiroz Filho, fundador do grupo Hypermarcas. Reportagem do jornal O Estado de São Paulo revelou que o ex-executivo do grupo, Nelson Mello, teria dito em delação premiada ter pago R$ 30 milhões em propina aos senadores Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM), em troca da aprovação de medidas provisórias. Os senadores negaram a denúncia.
As suspeitas sobre os trabalhos do Carf, que culminaram na criação da CPI e anterior deflagração da Operação Zelotes pela Polícia Federal, é que o esquema de venda de sentenças provocou prejuízo de R$ 19 bilhões aos cofres públicos.
Para Ivan Valente, faltaram os depoimentos dos "tubarões"Antônio Cruz/Agência Brasil
Depoimentos
Hoje, a CPI ouviu seis pessoas suspeitas de envolvimento em venda de sentenças que teriam beneficiado a siderúrgica Gerdau em julgamentos do conselho. Os advogados Dorival Padovan, que foi conselheiro do órgão, Bruno dos Santos Padovan, Amador Outerelo Fernandez, Albert Rabelo Limoeiro e Paulo Baltazar Carneiro conseguiram habeas corpus garantindo a eles o direito de ficar em silêncio durante o depoimento.
O empresário André Gerdau, presidente da empresa, foi indiciado em maio deste ano na 6ª fase da Operação Zelotes por corrupção ativa. Segundo a Polícia Federal, a empresa que tentou sonegar R$ 1,5 bilhão teve diversos julgamentos favoráveis no Carf entre 2012 e 2014.
Ainda assim, o advogado Amador Outerelo Fernández, que trabalha há 25 anos na defesa do grupo Gerdau, informou à CPI do Carf que desconhece outros escritórios de advocacia que trabalharam para a empresa junto ao órgão.
O grupo é acusado de subcontratar escritórios para "dissimular" a prestação de serviços dos lobistas que atuavam em benefício da empresa no Carf. Fernández disse ainda “desconhecer” o conteúdo de um email interceptado pela Polícia Federal, onde ele antecipava para o então conselheiro do Carf José Ricardo da Silva o teor da defesa da Gerdau em um processo no órgão.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, a Gerdau teria usado caixa dois para pagar lobistas acusados de subornar conselheiros do Carf. Entre os suspeitos estão o advogado José Ricardo da Silva, dono da empresa SGR Consultoria e ex-conselheiro do Carf, e o lobista Alexandre Paes dos Santos.
Rodrigo Thomaz Scotti Muzzi, único sem o mecanismo judicial que permite o direito do silêncio, afirmou que foi procurado pela Gerdau para atuar em sua defesa em um processo no Carf, mas disse que “o contrato foi assinado e rescindido em 48 horas, porque eles consideraram que eu não tinha perfil para isso”.
Thomaz Muzzi explicou que havia outro escritório de advocacia contratado que ficaria à frente do caso. “Mas eu não aceito trabalhar sem procuração”, concluiu o advogado.
O juiz federal Sérgio Moro aceitou hoje (29) denúncia apresentada contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e mais seis investigados na Operação Lava Jato. A denúncia foi protocolada ontem (28) pela força-tarefa de procuradores da Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba. Os investigadores acusam Dirceu de receber propina oriunda de contratos de uma empresa fornecedora de tubos que prestava serviços à Petrobras.
Com a decisão, Dirceu passa novamente à condição de réu na Justiça Federal em Curitiba. Em maio, o ex-ministro foi condenado por Sérgio Moro a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem e pertinência à organização criminosa.
Na decisão proferida hoje, o juiz também aceitou denúncia contra o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, contra o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e outros acusados pelos desvios.
De acordo com Moro, os indícios apresentados pelo MPF apontam que um dos delatores da Lava Jato, o empresário Júlio Gerin de Camargo, repassou à empresa de Dirceu cerca de R$ 1,4 milhão, por meio do “custeio dissimulado de despesas” feitas pelo ex-ministro.
Segundo a denúncia, a simulação era feita por meio de viagens no jatinho particular do empresário. A propina, de acordo com os investigadores, teve origem no contrato assinado pela empresa Apolo Tubulars com a estatal.
A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Dirceu e aguarda retorno.
O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo pode ser solto ainda hoje (29), segundo sua advogada, Verônica Sterman. Preso na última quinta-feira (23) na Operação Custo Brasil, Bernardo está na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo.
Para que Paulo Bernardo deixe a Polícia Federal, o órgão precisa ser notificado oficialmente sobre a decisão do Supremo. A PF diz que ainda não recebeu o documento. Quando a notificação chegar, o delegado de plantão ainda deve seguir um rito burocrático que prevê a análise de documentos e se há outros mandados contra o ministro, entre outros. “Falta ainda a decisão do Supremo para a 6ª Vara [da Justiça Federal] e, posteriormente, da 6ª Vara aqui para a Polícia Federal. A gente espera que seja cumprido ainda hoje e faremos o possível para que isso ocorra”, disse a advogada.
A revogação da prisão preventiva do ex-ministro foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, atendendo a pedido da defesa.
A defesa argumentou no pedido que a investigação contra o ex-ministro, da forma como foi conduzida, “usurpa a competência do STF”, porque, segundo a advogada, “todos os atos de investigação feitos até o momento não dividem as supostas condutas de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann”. Mulher de Paulo Bernardo, Gleisi é senadora e só pode ser investigada com autorização do Supremo.
Mais cedo, o escritório de advocacia que defende o ex-ministro havia se pronunciado por meio de nota sobre a decisão de Toffoli. Segundo a defesa, a revogação “desconstruiu todos os fundamentos da prisão de Paulo Bernardo” e “deixou claro que os fundamentos eram genéricos e que os requisitos legais e constitucionais não estavam presentes”.
O Garantido é o campeão da 50ª edição do Festival Folclórico de Parintins. O resultado foi anunciado hoje (27) após a apuração das notas. O Boi vermelho venceu o azul, o Caprichoso, por uma diferença de três décimos. O bumbá que carrega o coração na testa subiu em um carro e comemorou a vitória com a galera vermelha nas ruas de Parintins. Os torcedores tiveram a oportunidade de segurar o troféu.
Boi Garantido ganha edição do Festival de Parintins deste ano Bianca Paiva/Agência Brasil
O presidente do Garantido, Adelson Albuquerque, lembrou das dificuldades para viabilizar o evento deste ano, que ficou sem a verba do governo estadual. “Totalmente superação. Um ano difícil, um ano de muitas dificuldades. Mas o Garantido foi merecedor por tudo aquilo que apresentou na arena. O Garantido foi muito superior ao contrário", disse Albuquerque. O contrário é o Caprichoso. Como parte da tradição, quem torce para um boi não fala o nome do outro.
O Boi Garantido, que tem o coração como símbolo, escolheu o tema Celebração. O bumbá vermelho celebrou os antepassados, a tradição e a fé do povo de Parintins e o folclore da Amazônia.
A tradição e a cultura de Parintins e da Amazônia foram ressaltadas pela comissão julgadora antes do início da apuração. Os sete jurados vieram da Paraíba. O presidente da comissão, Paulo Vieira, que é diretor de teatro, ficou impressionado com a qualidade da festa.
“Pela televisão, parece ser uma coisa grandiosa. Mas a experiência de estar dentro da arena, de acompanhar o trabalho de cada um de vocês, nos mostrou que é mais que grandiosa, é espetacular. Vocês fazem coisas lindas e maravilhosas. Vocês estão dentro da Amazônia, dentro da floresta, apresentando um espetáculo que não deve nada ao que se faz de melhor em teatro no mundo”, ressaltou.
Festival
O prefeito de Parintins, Alexandre da Carbrás, que assumiu a organização da festa após o corte de recursos do governo estadual, informou que tem a intenção de manter a realização do festival sob a responsabilidade da prefeitura.
“Foi além das nossas expectativas. Muito trabalho, determinação, união e sem dúvida nenhuma quem ganha com isso é Parintins, é nossa cultura. Se depender de mim, não sai daqui. Eu vou encaminhar para o governo estadual a minha solicitação para que eles devolvam para Parintins o que é Parintins, que é o bumbódromo”, afirmou o prefeito.
Melhor galera
O Festival Folclórico também premia a melhor galera, ou seja, a melhor torcida dos bois e, neste ano, a vencedora foi a do Caprichoso. O boi azul, que leva uma estrela na testa, homenageou, com o tema Viva Parintins, a cidade que é berço da festa.
Escola Municipal de Dança Claudio Rodrigues de Mattos terá aulas gratuitas de ballet clássico e cursos livres de jazz, zumba, sapateado e dança contemporâneaThiago Louza/Prefeitura de São Gonçalo
Segundo município mais populoso do Rio de Janeiro, atrás apenas da capital, São Gonçalo, com mais de 1 milhão de habitantes, ganhou hoje (27) seu primeiro equipamento cultural dedicado ao ensino da dança.
Localizada no bairro Porto do Rosa, a Escola Municipal de Dança Claudio Rodrigues de Mattos foi concebida para ser um espaço de formação, com aulas gratuitas de ballet clássico e cursos livres de jazz, zumba, sapateado e dança contemporânea.
O nome da escola homenageia o cantor Claudio Rodrigues de Mattos, mais conhecido como Claudinho, que fazia dupla com Buchecha. Nascido em 1985 em São Gonçalo, Claudinho iniciou sua carreira em bailes de rap e funk da cidade. Claudinho morreu em julho de 2002, em um acidente de trânsito.
Aberta a crianças e jovens de 6 a 21 anos, a escola começou a receber inscrições para as turmas de ballet preparatório, preliminar infantil, básico e médio há cerca de dois meses. Os cerca de 500 já inscritos passarão por um processo seletivo com os bailarinos e coreógrafos que darão as aulas, a partir de agosto.
Espaço
Um diferencial da escola, que é mais um equipamento da Fundação de Artes de São Gonçalo (Fasg), é a possibilidade de companhias e artistas da cidade agendarem ensaios e apresentações gratuitas nos fins de semana. De acordo com o presidente da Fasg, Ronaldo Anquieta, a dupla função do espaço é parte da política cultural do município.
“A fundação é a instituição encarregada de fomentar a cultura em São Gonçalo e atua em duas linhas de trabalho, uma de formação e a outra de realização de eventos. Nossa proposta é implantar pelo menos um equipamento multicultural em cada distrito, para facilitar o acesso da população”, disse. Segundo Anquieta, a escola é a primeira unidade pública voltada para a dança não só de São Gonçalo, mas de toda o chamado leste metropolitano fluminense, que engloba também os municípios de Niterói, Itaboraí, Magé, Maricá, Rio Bonito, Tanguá e Cachoeiras de Macacu.
Aos fins de semana, companhias e artistas da cidade poderão agendar ensaios e apresentações no espaçoThiago Louza/Prefeitura de São Gonçalo
Com uma verba anual de R$ 2 milhões, a Fasg administra outros cinco equipamentos culturais: o Teatro Carequinha, cujo nome homenageia o famoso palhaço brasileiro [George Savalla Gomes (1915-2006)], que morou durante toda a vida em São Gonçalo; a Casa das Artes, o Espaço Múltiplo Cultural, a Lona Cultural Lídia Maria da Silva, e a Escola de Música Pixinguinha. Em parceria com o Itaú Cultural, a prefeitura está construindo o Teatro Municipal, com inauguração prevista para este ano.
Superintendente da dança da fundação, Karen Ramos espera que a nova unidade se torne uma referência na formação de dançarinos. “A escola será de grande importância para os artistas da cidade, que muitas vezes migram para outros municípios para se qualificar”, destacou.