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segunda-feira, 18 de abril de 2016

GERAL: Anticoncepcional no tratamento da Endometriose




 *Dr. Tomyo Arazawa 

Suspender a menstruação por alguns meses é um tipo de tratamento muito utilizado nas mulheres com suspeita ou diagnóstico de endometriose. Para isso, as pílulas anticoncepcionais têm um papel importante, pois além da contracepção podem promover melhora significativa dos sintomas da doença, com melhora da qualidade de vida da paciente.
“A pílula não cura as lesões da endometriose mas, sim, deixa as lesões mais inativas por bloquear a produção de hormônios naturais, principalmente o estrogênio. Esse hormônio estimula o crescimento do endométrio, que é o tecido que reveste a parte interna do útero, assim como as lesões de endometriose”, explica Tomyo Arazawa, ginecologista e obstetra da Alira Medicina Clínica.
O progestagênio na formulação do anticoncepcional também é determinante para a eficiência. É ela que contrapõe a ação do estrogênio sobre as lesões da endometriose e melhora o quadro. “As pílulas combinadas têm estrogênio e progestagênio, mas o estrogênio da pílula é sintética, não funciona como o estrogênio natural. Outras pílulas são compostas apenas por progestagênios. Os dois tipos de pílulas têm efeito parecido sobre a endometriose”, afirma. Existem muitas pílulas no mercado e para a escolha da mais adequada o especialista deve considerar o histórico da paciente, doenças pregressas, efeitos colaterais, riscos e benefícios.
De modo geral, para o tratamento de endometriose, a pílula anticoncepcional é prescrita para uso contínuo, muitas vezes sem pausa entre as cartelas. Além da pílula anticoncepcional, outros métodos contraceptivos hormonais também podem ser utilizados.
Essas medicações costumam funcionar bem, porém por um tempo que costuma ser limitado para muitas pacientes. “Isto ocorre porque, após certo tempo, algumas mulheres decidem tentar a gestação e para isso precisam interromper o uso da pílula ou os efeitos colaterais dos anticoncepcionais podem ser incompatíveis com o seu uso a longo prazo”, explica Arazawa.
Há casos também em que as mulheres podem ter contra-indicações a uso dos anticoncepcionais, como risco elevado de câncer de mama ou de trombose. Nessas situações, seja por contra-indicação ao anticoncepcional ou ineficácia do método para controles dos sintomas, opta-se por um tratamento mais invasivo como o tratamento cirúrgico laparoscópico. O ginecologista é quem sabe qual o melhor tipo de tratamento para cada caso, seja medicamentoso ou cirúrgico, então, nada de tomar anticoncepcional sem prescrição médica, o correto é procurar um especialista para avaliação.
 *Dr. Tomyo Arazawa é ginecologista e obstetra da Alira Medicona Clínica. Especializou-se em cirurgias minimamente invasivas como cirurgias robóticas, video-laparoscópicas e video-histeroscópicas (os quais incluem as cirurgias de endometriose), e em medicina reprodutiva. É membro da Sociedade Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (SOGESP), da American Society for Reproductive Medicine (ASRM), da American Association of Gynecologic Laparoscopists (AAGL) e da International Pelvic Pain Society (IPPS).


Economia: Pecuaristas de MS buscam novas tecnologias no Uruguai



Luís Alberto Alves

Um grupo de produtores rurais de Mato Grosso do Sul se uniram a outros de 10 estados e viajaram para Montevideo, no Uruguai, em busca de informações e tecnologias que possam alavancar a pecuária do Estado. Eles participam até a próxima quarta-feira (20) do Congresso Mundial de Hereford, e neste período vão visitar fazendas produtoras da raça angus, hereford, braford e que se dedicam também a cruzamentos industriais.

Segundo o administrador da Fazenda 3R, Rogério Rosalin, sua principal finalidade está no intercâmbio de informações, que poderá estimular novidades na produção sul-mato-grossense. “Uruguai é considerado um dos países que produz carne de excelência, e verificar como são constituídas as arrobas e como entregam essa qualidade ao mercado é a nossa intenção, que poderá servir de régua para medirmos nosso desempenho”, afirma. “Aqui poderemos averiguar se estamos de fato nos dedicando à qualidade e o patamar da pecuária de MS”, completa Rosalin, de Montevideo.
Para o pecuarista Ricardo Almeida Cordeiro, essa será a oportunidade de avaliar diferentes formas de bonificação e detalhes que estimulam o criador à qualidade. “Há uma infinidade políticas públicas no Uruguai que faz o criador se desenvolver constantemente. Avaliar o cenário que alavanca a capacidade da porteira para dentro e trazer ao Brasil, pode ser uma chave que mude paulatinamente nosso contexto”, afirma. “Mas também levarmos aos vizinhos nossas experiências, será um ponto que contribuirá com esse intercâmbio de informações e que amadurece a cadeia”, completa Cordeiro, também diretor da Rica Comunicação.

Como o Uruguai produz, abate, comercializa e exporta uma mercadoria premium, está entre as indagações dos criadores de Mato Grosso do Sul, que ao retornar ao Brasil, vão dividir a experiência com outros pecuaristas.


Política: Cardozo diz que discussão no Senado deve restringir-se aos fatos que embasam o relatório pró-impeachment


Luís Alberto Alves

Para advogado-geral da União, decisão da Câmara foi puramente política. Parlamentares governistas prometem brigar no Senado para tentar reverter abertura do processo de impeachment da presidente Dilma, mas admitem dificuldades
Após a decisão da Câmara dos Deputados que aprovou o relatório pró-impeachment e autorizou o Senado Federal a julgar a presidente da República, Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que no Senado a discussão deverá se restringir aos dois fatos que embasaram o relatório favorável à abertura do processo de impeachment, formulado pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Conforme ele, no Senado “a situação processual é outra” e deverão ser produzidas provas do crime de responsabilidade da presidente da República.
O relatório de Arantes pede a abertura do processo de impeachment com base nos créditos suplementares de Orçamento via decreto presidencial, sem autorização do Congresso Nacional; e nos repasses para o custeio do Plano Safra, o que obrigou o Banco do Brasil a pagar benefícios com recursos próprios – manobra popularmente chamada de “pedalada fiscal”.
“A principal estratégia no Senado será mostrar a fragilidade do relatório”, salientou Cardozo. Ele voltou a afirmar que o relatório de Jovair Arantes não tem procedência – como já havia feito durante a discussão da matéria em Plenário – e que os deputados não discutiram os argumentos que embasaram o parecer. “Isso nos mostra com muita clareza que a decisão que a Câmara tomou foi de natureza puramente política e não é isso que a Constituição prescreve para um processo de impeachment”, destacou.
                                                                         Isenção
Para Cardozo, o presidente do Senado, senador Renan Calheiros, tem mostrado “muita isenção para conduzir” os processos submetidos àquela Casa, “ao contrário do presidente da Câmara”. O advogado-geral da União voltou a afirmar que o processo de impeachment foi aberto por “vingança” do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha. “Isso já o vicia desde o início”, opinou. “Ele abriu o processo de impeachment justamente porque houve a recusa do PT de lhe dar os votos que impediriam abrir o processo de sua cassação”, acusou.
Ele reiterou que a presidente não renunciará a seu mandato e que ela se pronunciará nesta segunda-feira (18) a respeito da decisão da Câmara. Sobre um eventual recurso ao Judiciário caso o Senado confirme decisão favorável ao impeachment, Cardozo informou: “Oportunamente anunciarei quando formos entrar na Justiça e se formos.”
                                                                   Mobilização
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que “a luta continua” nas ruas e no Senado. “Vamos fazer um processo de mobilização grande, dialogar com o Senado, e os senadores podem corrigir esta ação dos golpistas que foram capitaneados por aqueles que não têm autoridade moral para falar em ética”, afirmou. Segundo ele, “a luta continua na Justiça” também.
“Acho que o Senado vai ter sensibilidade para perceber que isso é uma aventura quase insana, uma busca da salvação de parlamentares que já deviam ter sido cassados; e espero que o Senado aja com equilíbrio e sensatez e não permita que essa aventura siga adiante”, apontou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), vice-líder do partido. Para ele, a Constituição está sendo violada e isso tem repercussões internacionais, que ainda serão sentidas no País.
                                                                 No Senado
No Senado, será constituída uma comissão especial para decidir se confirma, ou não, o pedido de abertura de investigação. Se for aprovado por 41 senadores, a presidente será afastada do cargo e julgada pelo Senado. Uma eventual condenação, que depende do aval de 2/3 da Casa (54 senadores), tira Dilma do cargo e a torna inelegível por oito anos.
Líder do governo no Senado, o senador Humberto Costa (PT-PE) explicou que a comissão especial terá 21 membros e que, pela proporcionalidade partidária, haverá um maior número de integrantes do PT, do PMDB e do PSDB. “Acredito que na comissão vamos ter um debate muito mais elevado do que houve aqui na Câmara e que vamos conseguir”, disse o parlamentar.
“O problema que temos lá é que a admissibilidade requer apenas maioria simples e, neste momento, se for aprovada, a presidente já se afasta. E na verdade, se ela vai se defender tendo na Presidência da República o beneficiário direto disso, obviamente que, com essa máquina na mão, torna tudo mais difícil”, ponderou.

Política: Oposição comemora resultado e espera que Senado afaste Dilma Rousseff



Luís Alberto Alves
Deputados da oposição comemoraram na noite deste domingo o aval dado pelo Plenário da Câmara para que o Senado julgue a presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Se considerada culpada, Dilma sofrerá impeachment e ficará inelegível por oito anos. E, antes disso, ainda pode ser afastada do cargo pelos senadores.
O líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que sai bastante contente e satisfeito e que a responsabilidade sobre o resultado da Câmara é da presidente Dilma Rousseff. “O que pesou foi o cometimento de crime de responsabilidade associado a outras questões, como a [Operação] Lava Jato e a economia. A presidente quis proteger um ex-presidente da Justiça. Foi uma decisão muito difícil alcançada por culpa dela”, afirmou.
Para o deputado Moroni Torgan (DEM-CE), o Senado deve corroborar o resultado da Câmara. “O Senado tem de corroborar o que foi feito aqui. Vamos tentar unir o Brasil em nome de um projeto que tire o Brasil do buraco que está”, afirmou.
                                                     Cumprimento das regras
O presidente da comissão especial que analisou o impeachment, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), disse que os partidários da presidente Dilma podem reclamar, mas o processo legal foi cumprido.
“O relatório do deputado Jovair foi pormenorizado, com elementos acolhidos pelo mais alto quórum do Plenário (2/3). A maioria entendeu pela admissibilidade. Ninguém está julgando ninguém. Apenas entendemos que o processo deve ir agora para o Senado, a fim de ser julgado a partir de agora”, afirmou Rosso.

Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que a presidente Dilma perdeu completamente a autoridade moral para continuar governando. "A admissibilidade aconteceu por 2/3 da Câmara. Agora, o Senado, por maioria simples, poderá afastar a presidente nos próximos 15 dias. E, com isso, teremos um novo momento na política nacional. Busca-se a pacificação do País, com novos componentes, com novos atores, a começar pelo presidente da República”, afirmou.

Políticas: Deputados contra o impeachment defendem novas eleições se processo for aberto no Senado



Luís Alberto Alves

Após a Câmara autorizar a instauração de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, parlamentares contrários ao impedimento defenderam a convocação de novas eleições, caso o processo seja aberto pelo Senado. Segundo eles, o vice-presidente da República, Michel Temer, não tem legitimidade para conduzir o País.

O vice-líder do PT, deputado Wadih Damous (RJ), acredita que vai haver reação nas ruas: “As pessoas estão tristes, muita gente chorando, mas a partir de amanhã, as ruas voltam a esquentar. Posso assegurar, se esse golpe se perpetrar, que a dupla Temer e Cunha não vai ter paz. São dois golpistas e são ilegítimos; ninguém vai assistir de braços cruzados a um golpe e vai ficar por isso mesmo”. Damous também defendeu a realização de novas eleições, caso o processo seja aprovado no Senado. “O governo que vier a encabeçar aqui não tem representatividade nem legitimidade política e moral para governar o País”, afirmou.

O líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), afirmou que o processo foi marcado por ilegalidades e manobras. Ele também defendeu novas eleições. "Se Temer responder ao mesmo processo que levou à admissibilidade [do impeachment] da Dilma, não fica outra alternativa. É o momento de se pensar em novas eleições, em eleições gerais, não só presidencial, mas pensar em uma eleição geral nesse país para colocar as responsabilidades de novos rumos, de mudanças efetivas na mão do povo”, disse.

Daniel Almeida defendeu, ainda, que o Senado barre o processo de impedimento da presidente Dilma. “Passou-se uma ideia de que o impeachment produzirá soluções fáceis para o País, o que é uma falsificação, é um processo que no final acabou prevalecendo o efeito de manada”, lamentou.

O líder do PDT, deputado Weverton Rocha (MA), também defendeu novas eleições. “Precisamos de alguém eleito de forma legítima; não dá para achar que tirando um gestor ruim vai resolver colocando um pior. As eleições legitimariam um representante e acalmariam os demais, porque, pelo menos, quem perder não vai fazer como o PSDB”, acusou.
Para ele, o processo contra Dilma não tem nada a ver com o impeachment do ex-presidente Fernando Collor em 1992.“Hoje foi feita uma eleição indireta. É preciso ter muito cuidado. Queremos pedir ao povo que se desarme. Já basta o destemperamento e a falta de juízo desta Casa em fazer um movimento tão agressivo para a destituição de um representante eleito democraticamente, como foi o caso da presidente Dilma”, criticou Rocha.

O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), disse que pedalada fiscal não é crime e o afastamento de Dilma é uma farsa: “O que estamos assistindo aqui é uma grande farsa, uma armação que foi feita para tirar uma presidente da República sem crime de responsabilidade, Impopularidade, conjunto da obra, denúncias genéricas de corrupção não são motivos para impeachment”.
                                                         Aprovação do relatório
Depois de quase 53 horas de discussão e votação, a Câmara aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff com 367 a favor e 137contrários, sete abstenções e duas ausências.

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), acredita que o Senado vai reverter essa decisão. “Os golpistas venceram, mas a luta continua. Vamos barrar o processo no Senado. O Senado pode corrigir essa ação dos golpistas”, enfatizou. Guimarães afirmou que não vai se abater, pois, segundo ele, as ruas estão com o governo: “O mundo inteiro começa a se levantar contra o impeachment”. O líder enfatizou que a decisão da Câmara é um desrespeito aos 54 milhões de pessoas que votaram na presidente Dilma Rousseff. Para ele, o vice-presidente, Michel Temer, não tem condições de administrar o País e “o processo de impeachment foi conduzido por pessoas que não tem ética”.

Política: Percentual de votos pelo impeachment foi maior nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste


Luís Alberto Alves
Sessão especial para votação do parecer do dep. Jovair Arantes (PTB-GO), aprovado em comissão especial, que recomenda a abertura do processo de impeachment da presidente da República
Plenário da Câmara aprovou neste domingo parecer que autoriza o julgamento do impeachment da presidente Dilma pelo Senado
A consolidação dos dados da votação da Câmara dos Deputados que autorizou o julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado revelou concentrações de votos diferenciadas por regiões e estados, tanto a favor quanto contra o seguimento do pedido.
Nas regiões, por exemplo, a concentração percentual a favor do pedido de afastamento da presidente foi maior no Sudeste, Sul e Centro-Oeste e menor no Norte e Nordeste. As três primeiras dessas regiões tiveram 78,21% (SE), 80,51% (S) e 82,92% (CO) de votos favoráveis. No Norte e no Nordeste, 70,76% e 56,29%.
Já os votos contrários ficaram com 21,22% no Sudeste, 18,18% no Sul, 17,07% no Centro-Oeste, 26,15% no Norte e 40,39% no Nordeste.
Estados
Em relação aos estados, os votos contrários ao impeachment foram maiores na Bahia (59,46%), no Ceará (55%) e no Amapá (57,14%). No Piauí, dos dez votos, metade foi a favor e metade contra. Houve equilíbrio ainda no Maranhão, onde 55,56% votos foram a favor da autorização para julgamento da presidente e 44,44% foram contra.
Nos estados com maiores colégios eleitorais, as diferenças entre as posições foram maiores em São Paulo (81,43% sim e 18,57% não), Minas Gerais (77,36% sim e 22,64% não), Rio de Janeiro (75,56% sim e 24,44% não) e Rio Grande do Sul (73,33% sim e 26,67% não). Na Bahia, houve maioria pelo não (59,46%) em relação ao sim (40,54%).
Já nos estados com menores colégios eleitorais, portanto menos deputados votantes, as diferenças foram maiores em Rondônia (100% sim), Roraima (87,5% sim e 12,5% não) e Tocantins (75% sim e 25% não). No Amapá, 57,14% dos votos foram não e 42,86% sim. No Acre, meio a meio.
Distribuição
Em relação ao perfil socioeconômico dos estados, quando se consideram os nove estados com o maior Produto Interno Bruto (PIB) – SP, RJ, MG, PR, RS, SC, BA, DF, GO –, 75,08% dos votos desse grupo foram a favor do impeachment e 23,94% contra.
Entre os nove estados com menor PIB – PB, AL, SE, PI, RO, TO, AP, AC e RR –, foram 68,35% de votos desse grupo a favor do impeachment e 30,37% contra a autorização para o julgamento do pedido.
Nos estados intermediários (PE, PA, ES, CE, MT, AM, MS, MA e RN), 65,85% dos votos dados foram a favor do julgamento pelo Senado e 31,7% contra.

Política: Governo e oposição divergem sobre discussão do mérito do impeachment no STF


Luís Alberto Alves

Governo e oposição manifestaram divergência nesta segunda-feira (18) com relação à possibilidade de o Executivo entrar com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar o mérito do processo de impeachment.
Ananda Borges / Câmara dos Deputados
Sessão especial para discussão e votação do parecer do dep. Jovair Arantes (PTB-GO), aprovado em comissão especial, que recomenda a abertura do processo de impeachment da presidente da República - Dep. Zé Geraldo (PT/PA)
Zé Geraldo: já ouvi da presidente Dilma que ela vai lutar contra esse golpe até o último minuto, da última etapa, que é no Supremo
Após a votação na Câmara que autorizou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou que o governo poderá recorrer ao STF no momento oportuno. Segundo Cardozo, o Planalto poderá questionar a falta de justa causa para o pedido.
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, disse na última quinta-feira (14), ao final da sessão que julgou improcedente mandado de segurança que questionava a metodologia de votação do impeachment, que a Corte não fechou a porta para uma eventual contestação da tipificação dos atos imputados à presidente. “É um ato político, sim, mas quem disse que ato político não é sindicável pelo Judiciário?", questionou o ministro.
“Inconstitucional”
O deputado Zé Geraldo (PT-PA) afirmou que o processo de impeachment é inconstitucional e que cabe ao Supremo arbitrar sobre essa questão. “Já ouvi da presidente Dilma que ela vai lutar contra esse golpe até o último minuto, da última etapa, que é o Supremo Tribunal Federal. Porque a peça que foi votada aqui foi a questão das pedaladas e tudo aquilo que foi citado não é inconstitucional. Está comprovado que esse impeachment é muito mais político, de vingança política do Eduardo Cunha", criticou o parlamentar.
“PT desrespeita a Constituição”
O deputado Mendonça Filho (DEM-PE) defendeu que o mérito cabe apenas ao Congresso. "É mais uma demonstração que o PT não respeita a Constituição e os valores democráticos. Recorrer ao Supremo é subjugar os poderes do Parlamento brasileiro."
Nilson Bastian
Sessão Especial do Impeachment - deputado Mendonça FIlho - (DEM-PE)
Mendonça Filho: quem julga o mérito é o Congresso; o PT desrespeita a Constituição e os valores democráticos
O parlamentar ressalta que "quem discute o mérito e julga o mérito é o Congresso; isso está escrito na Constituição Federal. Tirar do Parlamento esse poder e essa responsabilidade é querer rasgar a Constituição e subjugar o Parlamento brasileiro".
"Atuar em todas as frentes"O deputado Bohn Gass (PT-RS) declarou que o partido irá atuar em todas as frentes, incluindo o Judiciário. "Sangra a democracia, mancha a história, mas não impede a luta. E nós vamos lutar em todas as frentes, nas lutas populares, sociais, que ficou evidente que era um golpe. Vamos tramar as questões do judiciário, acho que são atitudes importantes”, disse.
“Fase jurídica acabou”
Já o deputado José Carlos Hauly (PSDB-PR) afirmou que não cabe análise jurídica do processo. "A fase jurídica já acabou. A vontade soberana do povo brasileiro, manifestado pelos deputados que falam em nome do povo brasileiro, já está decidida. 72% dos deputados já falaram pelo impeachment. O ministro da AGU passou a defender a sobrevivência de uma governante com crime de responsabilidade caracterizado, e que destruiu a economia, o dinheiro do fundo de Previdência, que destruiu o fundo de garantia, que destruiu o emprego”, afirmou o parlamentar.