Luís Alberto Alves
O
decreto que regulamenta a isenção de metade do IPVA para os veículos elétricos
da cidade de São Paulo, assinado hoje pelo prefeito Fernando Haddad, é um
importante passo para a popularização desta tecnologia na avaliação da
ABVE-Associação Brasileira do Veículo Elétrico. Para Island Faria Costa, um dos
diretores da entidade presentes na cerimônia, realizada na manhã desta sexta,
21 de agosto, na Prefeitura de São Paulo, a lei poderá gerar um efeito cascata,
levando outras prefeituras e os governos estaduais e federal a reverem a carga
tributária que incide sobre os veículos elétricos.
“O
custo de aquisição é um dos grandes impeditivos da disseminação desta
tecnologia, que, por outro lado, é muito mais barata no abastecimento e
manutenção”, explica. “Além de custar menos no uso, o veículo elétrico
contribui com a saúde pública, pois não gera poluição sonora e do ar”,
ressalta.
Durante o evento, representantes do setor
apresentaram ao prefeito a proposta de liberar os veículos elétricos do rodízio
municipal. “Dada a pequena frota existente na cidade, não haveria impacto
sobre o trânsito, mas sim sobre a prática de ter dois carros para driblar o
rodízio, já que muitas vezes o segundo carro é um modelo mais antigo e mais
poluente”, explica. “Além de reduzir a poluição, a troca por um único
veículo de tecnologia muito mais econômica proporcionará uma redução
significativas de gastos para os consumidores”, completa.
A isenção do IPVA deve ser um estímulo para
que os paulistanos procurem saber mais sobre o veículo elétrico. Quem
quiser conhecer as novidades do setor poderá visitar gratuitamente a 11a edição
do Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, que acontece de 24 a 26 de
setembro no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo. Além de
carros, o evento terá lançamentos em motos, bikes, patinetes, skates e até
ônibus – todos movidos a eletricidade.
Atualmente, 5% da frota mundial é elétrica,
sendo que o Brasil está muito aquém desse número: estimativas da ABVE indicam
que no Brasil há cerca de 3000
veículos elétricos em circulação. “O crescimento da demanda é fundamental para
gerar a escala necessária para termos produção local de carros elétricos”,
lembra Island. “A tecnologia do carro elétrico tem potencial para estimular a
substituição da atual frota, com tremendos efeitos sobre toda a cadeia
automotiva, incluindo uma forte geração de empregos”, destaca.
Embora seja um tributo estadual, o IPVA tem
metade de seu valor repassado às prefeituras dos municípios onde os veículos
são emplacados. É dessa parte que a Prefeitura de São Paulo está abrindo
mão para estimular a migração para uma tecnologia não poluente. Este ano,
o requerimento da isenção deverá ser feito manualmente, mas a partir de 2016 o
sistema estará totalmente automatizado, em formato semelhante ao da nota fiscal
paulistana.
“Os carros elétricos são tão eficientes que o valor gerado
pela economia com abastecimento e manutenção chega a cobrir parte significativa
de seu financiamento. Mesmo com o aumento da conta da luz, abastecer um
veículo elétrico custa menos que um modelo convencional”, detalhou
Island.