Cautela é a palavra de ordem no mundo empresarial |
Luís Alberto Alves
Apesar das previsões de
vendas relativamente positivas, os CEOs que atuam no Brasil continuam
cautelosos sobre a contratação e realização de investimento, de acordo com
pesquisa recente da YPO (Young Presidents' Organization). A confiança dos
líderes de negócio sobre a contratação e as despesas de capital, medida pelo
índice YPO Global Pulse, mudou muito pouco nos últimos 15 meses.
"A perspectiva de vendas positiva dos
CEOs é encorajadora e, em geral, a confiança das empresas ainda permanece em
uma zona estável. Mas a incerteza sobre a economia e a direção política após a
eleição têm diminuído a propensão da comunidade empresarial para a contratação
e as despesas de capital", disse Mark Essle, diretor sênior da AT Kearney
e membro do YPO São Paulo.
Com relação ao emprego, os CEOs no Brasil
pretendem manter seu número de empregados praticamente inalterado, de acordo
com a pesquisa. Nos últimos 15 meses, o Índice de Confiança de Emprego (YPO
Global Pulse) para o Brasil manteve-se dentro de uma faixa estreita de 5
pontos. No primeiro trimestre de 2014, o índice avançou para menos de 1,8
pontos atingindo 55,2 na escala de 100 pontos, o que indica que os líderes
empresariais permanecem prudentes no que diz respeito ao aumento de novos
funcionários. Menos de um terço (27%) dos CEOs pesquisados indicaram planos
para contratar novos trabalhadores ao longo dos próximos 12 meses, outros 7%
disseram que iriam fazer reduções de sua mão de obra, e a maioria (66%) disse
que iria manter o número de empregados inalterado.
As projeções do CEO para investimentos fixos
seguiram uma tendência similar, com este componente do índice permanece dentro
da mesma faixa de 5 pontos como aquele em relação ao emprego. O Índice de
Confiança de Investimento Fixo da YPO Global Pulse para o Brasil subiu 1,5
pontos no primeiro trimestre atingindo 58,3; um pouco mais confiante do que o
índice de emprego, mas ainda em uma zona cautelosa.
Com relação aos investimentos, 13% dos CEOs
entrevistados disseram que iria diminuir o seu nível de investimento e 43%
disse que iria manter seus níveis atuais de gastos. Menos da metade (44%) disse
que iria intensificar os gastos de capital no ano que vem.
Em contraste, os CEOs brasileiros, de forma
consistente, permanecem mais otimistas em suas previsões de vendas e a última
pesquisa não foi uma exceção. O componente de confiança de vendas do índice
diminuiu ligeiramente no primeiro trimestre para 67,2; mas está firmemente
dentro da zona otimista e vários pontos acima daqueles referentes aos índices
de emprego e de investimentos fixos. A maioria (64%) dos CEOs pesquisados
esperam que as vendas sejam pelo menos 10% maiores neste mesmo período no
próximo ano.