Postagem em destaque

Crônica: Surpresas desagradáveis pregadas pelo tempo

Pixabay   Os seus quatro filhos se encontravam bem encaminhados Astrogildo Magno O   tempo não preocupava Justino. Não dava bola para ...

terça-feira, 15 de abril de 2014

Geral: Uso racional da água é fundamental para evitar crises




Reservatório da Cantareira usado para abastecer a capital paulista

Luís Alberto Alves

 O sistema Cantareira atingiu o nível mais baixo da história, alcançando 12,5% da capacidade no mês de abril. A situação é tão crítica que pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 74% da população apoia uma campanha de racionamento de água e energia. E pela primeira vez o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckim, assumiu a possibilidade de haver rodízio no abastecimento.

 A Abesco (Associação Brasileira das Empresas de Serviços e Conservação de Energia) ressalta que a utilização racional dos recursos hídricos é fundamental, uma vez que enquanto a energia elétrica pode ser gerada por diferentes fontes, para a água não há substitutos ou alternativas. Por isso, a Abesco solicitou ao consultor Raymundo Aragão fizesse uma análise desse mercado. “Com frequência, encontramos instalações com potenciais de redução dos custos superiores a 50% com atratividade financeira, a despeito do valor do investimento“.

 Dados do Banco Mundial mostram que a destinação da água captada tem uma distribuição específica no Brasil. Enquanto no mundo os sistemas municipais (usos doméstico e comercial) são responsáveis por 10% da utilização da água, no Brasil esse número corresponde a 28% do total. “Pelo lado do consumidor, há muito a ser feito, pois soluções estão disponíveis no mercado e apresentam claro retorno econômico”, defendeu Aragão.

 Ainda de acordo com Aragão, de uma forma geral, o valor investido na redução de consumo, com ferramentas como limitadores de vazão, medidores setoriais e torneiras e registros com fechamento automático, retorna em economia para o consumidor em menos de dois anos. “Vale ressaltar que qualquer iniciativa deve ser acompanhada de mudança de hábitos e educação dos usuários para que o uso consciente dos recursos faça parte do dia a dia”.


Variedades: Humor Paulistano reúne o melhor das histórias em quadrinhos de vários cartunistas




A obra reúne diversas histórias dos quadrinhos e humor do Brasil nas décadas de 80 e 90

Redação

 Organizado pelo próprio Toninho Mendes, o livro será lançado no dia 26 de abril, por ocasião da comemoração dos 30 anos da Circo Editorial, que nasceu em abril de 1984, no dia da votação pelas Diretas. A publicação reúne histórias que povoaram o imaginário cultural nos anos 80 e 90 e se tornaram um marco na história dos quadrinhos e do humor no Brasil. Poeta e editor, Toninho lutou contra a falta de recursos e de patrocinadores para que as produções chegassem aos leitores em formato de revistas e livros, superando todas as previsões de vendas.

 As revistas “Chiclete com Banana”, “Geraldão”, “Circo” e “Piratas do Tietê” conquistaram rapidamente o público com suas sátiras à sociedade e seus personagens politicamente incorretos. Entre eles, a Rê Bordosa – que vivia em bares e de ressaca -; o Casal Neuras e suas brigas; o Geraldão e sua descabida paixão pela mãe, ou ainda o sarcástico Bob Cuspe. Entre palavrões e questionamentos sociais, as narrativas tratavam de assuntos polêmicos como drogas, família, política e sexo.

 Com 432 páginas, a publicação resgata essa produção cultural, em seis capítulos ilustrados com os quadrinhos publicados pela Circo Editorial, e traz um encarte com o poema-revista “A confissão para o Tietê”, de autoria de Toninho Mendes, com ilustração de Jaca. O último capítulo apresenta uma análise do humor paulistano e a sua influência no humor e na cultura brasileira.

                                                                      Senai-SP Editora
 Criadas em sintonia com a missão do Senai e do Sesi de difundir o conhecimento e a cultura, as Editoras têm a proposta de preencher uma lacuna editorial existente nas diversas áreas de educação e ensino profissionalizante em que o SENAI-SP atua, e busca difundir, de forma planejada e sistematizada, o conhecimento produzido pelo SESI-SP nas áreas de Cultura, Educação, Esporte, Nutrição, entre outras, assim como identificar oportunidades que possam contribuir para o enriquecimento dessas áreas. Desde sua criação, em 2011, as duas editoras já publicaram mais de 170 títulos.


Humor Paulistano – A Experiência da Circo Editorial (1984 - 1995)
Editora: SESI-SP Editora
Organizador: Toninho Mendes
Valor: R$ 120,00
Páginas: 432



segunda-feira, 14 de abril de 2014

Túnel do Tempo: Presa política no Uruguai


Flávia Schilling ficou presa no Uruguai

Luís Alberto Alves


Prisão: No dia 14 de abril de 1980, após  sete anos presa em Montevidéu (Uruguai) acusada de atividades terroristas, a brasileira Flávia Schilling, de 29 anos, é libertada.

Radiografia de Sampa: Rua José Maria Lisboa




Luís Alberto Alves


 José Maria Lisboa nasceu em18 de março de 1838, em Lisboa, Portugal. Era jornalista. Chegou a São Paulo em 10 de junho de 1856, iniciou sua vida como tipógrafo na arte tipográfica de São Paulo e foi um dos jornalistas de maior prestígio de sua época.

A Rua José Maria Lisboa fica no Jardim Paulista
 Em 1869, depois de ter prestado serviços ao Correio Paulistano, seguiu para Campinas onde trabalhou na "Gazeta de Campinas", e publicou de 1871, a 73 o "Almanaque de Campinas". Em 9 de novembro de 1874, com Américo de Campos passou a redigir a "Província de São Paulo", e em 1884, lançaram o "Diário Popular" que, durante muito tempo, contou com a nata dos intelectuais e literatos do Estado de São Paulo.

 Na Constituinte Paulista participou como o mais votado. Homem de intensa atividade social e filantrópica foi um dos fundadores da Beneficência Portuguesa, do Albergue Noturno e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Faleceu em São Paulo, dia 20 de novembro de 1918. A Rua José Maria Lisboa fica no Jardim Paulista, Centro Expandido de SP.


Geral: Shopping promove exposição com fotos de famosos em prol da doação de sangue



Reynaldo Gianecchini tem suas fotos na exposição

 Redação

 O Shopping Frei Caneca recebe com exclusividade a exposição “A Bola Vermelha”, da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde e ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), entre os dias 14 e 28 de abril. A mostra, que incentiva a doação de sangue e a solidariedade, reúne fotografias de celebridades e trabalhos de artistas plásticos.

 A ação conta com o apoio de personalidades conscientes sobre a importância que têm na sociedade, como Reynaldo Gianecchini, Paolla Oliveira, Bárbara Paz, Ana Hickmann, Isabeli Fontana, Felipe Andreoli, Luiza Brunet, Paloma Bernardi, Luciana Vendramini, Jair Oliveira (Jairzinho), Tania Khalill, Carlos Casagrande, Giovane, Mariana Weickert, Paulo Zulu, Wanessa, Daniel Alves e Paulo Henrique Ganso. As imagens são assinadas por Paulo Vainer, Mauricio Nahas, Marcus Hausser, Johnny e Thelma Vilas Boas.

 A exposição também apresenta as obras de Gustavo Rosa, Guto Lacaz, Herbert Baglione, Klaus Mitteldorf, Bia Sanches, Sidney Araújo, Thaís Beltrame, Felipe e Tô Ligado Boe, que criaram peças com bolas vermelhas.

“O Shopping Frei Caneca apoia a iniciativa e abre espaço para um tema muito importante, que deve ser cada vez mais difundido. Acreditamos que as mensagens transmitidas pela Fundação Pró-Sangue e pelos artistas contribuem significativamente para uma transformação social positiva”, declarou Andréia Perini, gerente de marketing do empreendimento.

 Com o slogan “Doe sangue e Passe a Bola para um Amigo”, a campanha busca conscientizar a população brasileira sobre um problema recorrente nos hospitais: a escassez de doadores. Além disso, a bola, ícone que representa o país do futebol e a busca dos sonhos, foi pintada de vermelho para facilitar a identificação do público com o tema. A ideia da mostra no Shopping Frei Caneca é potencializar essa mensagem, especialmente em época de Copa do Mundo, e convidar as pessoas para abraçarem a causa e passarem a ideia para frente. A ação tem a curadoria da Publicis Brasil.

Serviço: Exposição “A Bola Vermelha”, Shopping Frei Caneca – Piso 1 – Rua Frei Caneca, 569 – Cerqueira César,  de 11 a 28 de abril, de segunda a sábado, das 10 às 22 horas; domingo, das 14 às 20 horas, todas as idades, evento gratuito. Informações: (11) 3472-2000,Site: www.freicanecashopping.com.br


Geral: Michel Teló no filme Você na Copa Garoto


Cantor está na promoção que levará consumidores a jogos na Copa do Mundo

Redação

 Entra no ar nesta semana o novo filme da promoção "Você na Copa Garoto", que levará consumidores a jogos em todas as cidades sede da Copa do Mundo da FIFA 2014TM, e sorteará bolas Brazuca, feitas exclusivamente para a Garoto. Protagonizado pelo cantor Michel Teló, parceiro da Garoto nas ações para a Copa, o filme desenvolvido para a web será veiculado no YouTube e canais oficiais da Garoto nas redes sociais Twitter, YouTube e Facebook.

 O vídeo foi criado pela Agência Babel e mostra, em tom lúdico, Michel Teló como o cantor famoso, que está sempre nos melhores eventos e lugares, perdendo espaço para os ganhadores da promoção "Você na Copa Garoto", que já está no ar e vai até o dia 30 de maio.


Artigo:Não importa o percentual, a violência continua contra as mulheres




*Breno  Rosostolato


“Infelizmente foi um fato que aconteceu. Estava muito apertado no trem e eu não aguentei”. Esta foi a frase proferida por Adilton Aquino dos Santos, 24 anos, acusado de abusar sexualmente de uma mulher de 30 anos dentro de um vagão da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em São Paulo. Na tarde de segunda, na estação da Luz, região central da capital paulista, o homem tirou a calça e chegou a ejacular nas nádegas da vítima. Passageiros que presenciaram o crime ficaram revoltados e espancaram o suspeito. Este não é um caso isolado. Até agora, em 2014, 26 homens foram pegos em flagrante cometendo atos libidinosos e desrespeitosos contra mulheres.
Assédio sexual  fere os direitos da mulher


Acontece que não somente estes abusos assombram a vida das mulheres como uma outra atrocidade à liberdade e à dignidade delas foi revelada em uma pesquisa realizada dia 27 de março pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Num primeiro momento foi divulgado que 58,5% dos entrevistados concordam totalmente (35,3%) ou parcialmente (23,2%) com a frase "Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros". O estudo também demonstra que 65,1% dos entrevistados concordam inteiramente com a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Um detalhe importante, do total de entrevistados, 66,5% são mulheres.

 Em uma nota divulgada no dia 4 de abril, o instituto pede desculpas e informa que houve um "erro relevante", motivado por uma troca de gráficos que inverteu resultados de duas das questões. Na questão "Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar" os dados foram invertidos com a da questão "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Nossa que bom, que alívio! Não são 65%, mas 26%. Não é uma diferença de 39% que muda alguma coisa. A violência e o desrespeito contra a dignidade das mulheres continuam firmes e fortes.

Os entrevistados foram questionados com base em afirmações pré-formuladas pelo instituto. Ao todo, foram ouvidos 3.810 pessoas entre maio e junho do ano passado em 212 cidades. Os pesquisados apontavam se concordavam ou discordavam, total ou parcialmente, com os questionamentos, ou se tinham uma posição de neutralidade em relação ao assunto.

                                                                       Resposta
Outro dado bastante relevante da pesquisa é que 56,9% discordam totalmente da afirmação "A questão da violência contra as mulheres recebe mais importância do que merece", demonstrando que o assunto está longe de se esgotar, necessitando cada vez mais de uma discussão profunda sobre esse tipo de violência. É uma resposta aos que criticam o movimento feminista, que não se limita àquele iniciado na década de 80, mas ao que se perpetuando desde então, contra uma opressão de cinco mil anos que dificulta as transformações de mentalidades e a conscientização.

A pesquisa revela aquilo que, notoriamente, já se constata por aí, nas residências, no trabalho, nas ruas, por todo lugar: a crueldade do preconceito contra as mulheres. O machismo que se estabelece como um conceito aceito pela sociedade, em que as pessoas, consciente e inconscientemente, agem com naturalidade, conduzindo suas vidas às margens da misoginia. Os dados da pesquisa são incontestáveis e revelam que não somente é de opressão que se faz a violência contra as mulheres, mas também as considerando culpadas pelos atos que sofrem.

Como se as mulheres tivessem culpa de serem mulheres. Assim como na época da Santa Inquisição, em que elas eram torturadas e punidas com morte na fogueira, entre outras barbáries. Por serem sedutoras e sensuais eram tidas como amantes do diabo. Ou quando eram sumariamente estupradas, por ser esta uma prática comum entre os conquistadores de terras. Em comemoração ao êxito nas batalhas, tinham como prêmio o consentimento de violentar quantas mulheres quisessem.

Os resultados do Ipea revelam mais que distorções, mas o verdadeiro retrocesso, ou melhor, a permanência das mentalidades de pessoas que parecem ter criado raízes em épocas de trevas, em que o ser humano era relegado a um ser desprezível.

                                                                    Corpo
Tanto a pesquisa como os casos de abuso sexual nos transportes públicos são fruto de uma imposição do sistema patriarcal e que criou a hegemonia masculina diante da feminina. Cultura fatídica que sustenta o “machão”, que se apodera do corpo de sua mulher e faz dele o que bem entender. Estas concepções são construções sociais em que se menosprezam as mulheres, como se fossem seres inferiores. Transformaram o corpo que deveria ser privado num corpo público, pronto para ser corrompido.

O feminismo, para aqueles que ainda acham isso uma grande balela, se constrói diferente do machismo, que foi impositivo e arbitrário. Se constrói como defesa para esta intolerância, contra atos de selvageria em que mulheres são mortas por romperem relacionamentos amorosos, ou que são espancadas por não satisfazerem seus maridos, muitas vezes, pelo simples fato de trabalharem fora de casa. As banalidades destes atos de violência se comparam aos argumentos e justificativas de quem as comete.

Quase que de imediato surgiu uma reação nas redes sociais, se opondo aos resultados da pesquisa. A campanha #eunãomereçoserestuprada foi idealizada pela jornalista Nana Queiroz, 28 anos, e em pouco tempo tornou-se uma coqueluche na internet. Foi criada para protestar contra a culpabilização da mulher em atos de violência sexual e recebeu o apoio da presidenta Dilma Rousseff, que declarou em seu twitter oficial “Nenhuma mulher merece ser vítima de violência, seja física ou sob a forma de ameaça”.

Outra campanha que também vem fazendo sucesso é a “Chega de fiu fiu”, contra o assédio sexual. Muitas mulheres podem até declarar que se sentem lisonjeadas ao passarem na frente da construção e escutarem os “galanteios” dos homens, desde um “bom dia” ou “vai ser linda assim lá em casa”. Estes podem parecer singelos, mas seja qual for o comentário, é invasivo e agride um princípio básico. Não é porque a mulher está em lugar público que ela também o é. O homem parece identificar e catalogar mulheres. Agindo desta forma é mal educado e intimidador. Ele emite sua vontade e coloca através do “fiu fiu” sua necessidade acima das vontades e do bem estar dela.

                                                                       Patriarcal
É difícil mulheres se sentirem a vontade com este tipo de abordagem, uma vez que constrange e intimida. Galanteios frutos do mesmo sistema patriarcal que doutrinou mentalidades. Já mulheres são categoricamente obrigadas a seguir regras específicas de como se portar, obediência, submissão e se sujeitar ao seu opressor. A “cultura do machão” criou conceitos e estereótipos do que são e de como devem ser os homens. Não podem dispensar mulher nenhuma e devem ser sempre viris.

Existe uma constante preocupação com o pênis e a ereção. Falhar é inadmissível. Devem ser soberanos e comandar, ser fortes e não demonstrar fraquezas. Para tal, devem se impor, nem que para isso utilizem a violência. Enxerga a mulher como sua propriedade. Diante de todas estas exigências e cobranças da sociedade, os homens hoje dão sinais evidentes de cansaço e insatisfação em manter este papel masculino.

Fato é que estes abusos, estupros praticados e opiniões deturpadas sobre as mulheres são sinais de que, se por um ladoelas vivem com medo, porque estão nessa condição há séculos, os homens descobriram seus medos também, principalmente no que diz respeito à mulher autônoma, que possui opinião, é livre de estereótipos, tem iniciativa, sabe comandar e, no fundo, sempre possuiu sua importância na sociedade. Reflexo disso: homens que para manter sua posição de autoridade são violentos seja no fato de tentar ou consumar o abuso sexual, ou em um simples “fiu fiu”, que não é tão inocente assim.

* Breno Rosostolato é psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina – FASM.