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segunda-feira, 8 de março de 2021

Geral: Presença feminina é cada vez maior no setor da construção civil

 


A absorção delas no segmento cresceu cerca de 50% nos últimos dez anos

Redação/Hourpress

Sempre ouvimos que as mulheres são decisivas na hora de comprar um imóvel. Apesar disso, porém, no mercado da construção, onde tudo começa, não é bem assim. Elas ainda são minoria, pouco menos do que 50%. A boa notícia é que a presença delas no setor, tradicionalmente dominado pelos homens, tem sido cada vez maior, de ponta a ponta, seja em cargos de gerência ou nos canteiros de obras.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estima que a absorção delas pelo segmento tenha crescido quase 50% nos últimos dez anos, e que mais de 200 mil mulheres trabalhem no setor atualmente no Brasil. No Paraná, elas ocupam 8% da força de trabalho. Em todo país, as habilidades e capacidades delas acompanham o crescimento do segmento, que surpreendeu no ano de 2020, em plena pandemia de Covid-19, em um ano de tantas incertezas.

A área da construção civil foi a que mais gerou empregos nos primeiros 10 meses de 2020, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Foram 138.409 empregos formais, de acordo com o Ministério da Economia. O melhor resultado desde 2013 (207.787).

E a evolução pede mão de obra qualificada. Por isso, tendências como automação de obras, industrialização dos sistemas construtivos e incremento de ferramentas de projetos e gestão devem levar a ainda mais contratações de mulheres ao setor, estima o relatório da McKinsey Global Institute (MGI), que aponta para um crescimento global de 10% até 2030.

Algumas destas mulheres empoderadas estão na Rottas Construtora, de Curitiba, que tem um quadro de colaboradores 60% feminino. Elas estão nas áreas administrativas e operacionais. Nos canteiros de obras, são 23, revela Débora Stratmann, da Gerência de Gente. “É notável que as mulheres estão assumindo cada vez mais posições no ramo da construção civil. Na Rottas, reconhecemos a importância da força feminina e de sua forma de conduzir os processos, estejam eles acontecendo no canteiro de obras, na arquitetura, nas áreas administrativas ou projetos.”

Segundo a executiva, o time de seis pessoas da gerência é em sua maioria formada por mulheres: são quatro. Todas elas iniciaram as atividades na Rottas em 2020. “São mulheres de áreas e perfis completamente distintos, mas que se completam para garantir as entregas do dia a dia”, comenta Débora. Uma delas é a gerente Carolina Maranzato. Formada em Economia e especializada em gestão de projetos e comunicação estratégica, ela acaba de estruturar todo o departamento financeiro.

Ao longo de seus 21 anos de carreira, até chegar na Rottas Construtora, Carolina sentiu as dificuldades de ser mulher dentro das organizações por onde passou. Ela acredita que houve uma evolução, porém ainda vê um caminho longo pela igualdade de salários, de oportunidades e, principalmente, em cargos de liderança.

Na Rottas, Carolina conta que encontrou um diferencial. “Respeitam a mulher como profissional e com seus outros papéis, como mãe, esposa e filha. A linguagem e o tratamento também são muito respeitosos. Já fui gestora em outras empresa e, realmente, a Rottas tem um tratamento diferenciado, sem abrir mão da cobrança firme.”

Na visão da gerente financeira, a mulher tem a habilidade natural de enxergar além do resultado e do comportamento, por isso se destaca em cargos de comando. “Ela vê onde a pessoa melhor se adapta e tem uma visão mais orgânica dos processos. Isso ajuda muito em posições de liderança e devia ser mais valorizado”, afirma Carolina.

Amiga Secreta Rottas

A Rottas Construtora está inovando na comemoração do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, e este ano promoverá a Amiga Secreta Rottas. Afinal, com tantas mulheres nas áreas administrativas e operacionais da empresa, elas representam 60% do quadro, a data não poderia passar em branco. As colaboradoras com interesse em participar da ação realizaram suas inscrições até o dia 4 de março.

Na segunda-feira, Dia da Mulher, cada cidade onde a Rottas atua terá um sorteio entre as colaboradoras, para definir quem são as amigas secretas. O presente será uma mensagem por meio de vídeo ou texto, com palavras que podem ser de carinho, incentivo ou empoderamento. “Elas merecem todo reconhecimento. Independentemente da mensagem, a ideia é valorizar esta força feminina, com a qual contamos todos os dias e que são tão fundamentais para a evolução da sociedade e das organizações”, afirma a gerente de Gente, Débora Stratmann.

Também neste dia 8 foi realizada uma palestra online com a inspiradora Maria Elisa Paciornik. Advogada com histórico de luta pelos direitos da mulher, Maria Elisa foi diretora da montadora francesa Renault, secretária de Estado do Governo do Paraná e diretora da Fundação Cultural de Curitiba. Foi ainda presidente, diretora superintendente e assessora de relações institucionais e estratégicas da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas do Paraná (hoje é voluntária) e representou o Brasil na ONU no desenvolvimento industrial.


Geral: Crimes imputados ao ex-presidente Lula podem prescrever com decisão de Fachin

 


Agora caberá à Justiça Federal do Distrito Federal analisar os três casos

Redação/Hourpress

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou, na tarde desta segunda-feira, as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretadas pela Justiça Federal no Paraná relacionadas aos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula. Com a decisão, avalia o advogado criminalista José Sérgio do Nascimento Junior, especialista em Direito Penal e Processo, os processos que imputam crimes ao ex-presidente podem prescrever, já que Lula tem mais de 70 anos. “Dependendo do trâmite do novo processo, há chance de prescrição, já que Lula tem mais de 70 anos e, neste caso, a lei determina que a prescrição seja reduzida pela metade. Os fatos ocorridos antes de 2010 têm grande chance de prescrever”, pontuou Nascimento.

Na decisão, que tem caráter monocrático, Fachin argumenta que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tem competência para julgar os processos do tríplex do Guarujá (SP), do sítio de Atibaia (SP) e do Instituto Lula. “A 13ª Vara teria a competência para julgar exclusivamente os processos relativos aos crimes praticados contra a Petrobras. Nenhum dos processos anulados pelo Fachin hoje tinha a estatal como vítima. Essa é uma discussão que vinha acontecendo desde 2014”, explicou Nascimento.

Agora caberá à Justiça Federal do Distrito Federal analisar os três casos. “Os processos devem ser encaminhados para o juiz de competência, que é a Justiça Federal do Distrito Federal, porque, se houve as condutas criminosas, elas ocorreram em Brasília. As decisões de cunho instrutórios, para o caminhar da instrução processual, podem ser mantidas. As de caráter decisório, devem ser anuladas”.

Em posicionamento recente, o STF havia decidido que nem todas as decisões dos ministros precisam ser submetidas à apreciação dos demais membros do STF. “No entanto, como a Procuradoria Geral da República (PGR) já sinalizou que deve contestar o habeas corpus do Fachin, o julgamento deve ser analisado por outros ministros”, completou o advogado.

Suspeição de Moro
O advogado explica que a decisão desta segunda não avaliou a suspeição do ex-ministro federal Sergio Moro. “Essa decisão não tem qualquer relação com os processos de suspeição contra Moro surgidos após as mensagens interceptadas entre o juiz e os promotores da Lava Jato”, acrescenta.

Com a anulação dos julgamentos, no entanto, o ministro do STF declarou a "perda do objeto" e extinguiu 14 processos que tramitavam no Supremo questionando se Moro agiu com parcialidade ao condenar Lula. “Neste caso, a defesa de Lula pode recorrer para que seja julgado o habeas corpus da suspeição do juiz Moro e dos promotores da Lava Jato baseada nas mensagens interceptadas e divulgadas pelo site Intercept”, finalizou Nascimento.


Geral: Mulheres ainda são minoria em cargos de liderança e na ciência

 


Em todo o mundo, menos de 30% dos pesquisadores são mulheres


Agência Brasil 

Apesar da luta histórica das mulheres por igualdade, a presença feminina em postos de liderança e em áreas de destaque, como a ciência e a política, ainda é menor que a masculina.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atualmente, elas são cerca de 54% dos estudantes de doutorado do Brasil. Mas tanto aqui como no resto do mundo, essa participação varia de acordo com a área do conhecimento. Nas ciências da saúde, por exemplo, as mulheres são maioria (mais de 60%), mas nas ciências da computação, engenharia, tecnologia e matemática elas representam menos de 25%, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Globalmente, ainda de acordo com a ONU, menos de 30% dos pesquisadores e cientistas são mulheres.

Para a dermatologista Valéria Petri, primeira médica a detectar o HIV no Brasil, em 1982, as mulheres são sinônimo de coragem e força. Elas não costumam desistir, não recusam desafios e estão sempre dispostas a mostrar seu valor.

Profa. Valeria Petri
Para a dermatologista Valéria Petri, primeira médica a detectar o HIV no Brasil, em 1982, as mulheres são sinônimo de coragem e força- Divulgação/UNIFESP

"Tem o 8 de março que faz as pessoas dizerem assim: ah eu adoro as mulheres. É? Não diga. Tem o 8 de março que aparecem as mulheres que tem a coragem que eu nunca tive. Vou te dizer que coragem elas têm. Elas acordam às 4h da manhã, pegam um transporte, dois transportes, ou três e chegam no trabalho. Seja o que for que ela for fazer, ela está gostando do que ela faz, ela capricha. Ela se diverte, ela se sente bem e ela mostra o que ela é mesmo. Uma pessoa que contribui com a humanidade. É isso que é a mulher”, afirma a médica.

Valéria relembra que, no surgimento dos primeiros casos de HIV no Brasil, a síndrome foi tratada, a princípio, com preconceito, principalmente entre alguns médicos homens. "Eu não recuso, nem as mulheres recusaram. As mulheres não recusaram. Agora, os homens da época ficaram até bravos comigo quando eu mandava pacientes para serem examinados em outras áreas. Alguns diziam: você não me manda estes pacientes porque eu não quero. Por que? Porque para os homens é mais difícil lidar com a transgressão”, afirma.

Mesmo atuando em ambulatórios, Valéria conta que sempre se interessou pela pesquisa científica e pela publicação de seus estudos em livros e revistas da área de saúde.

"Pesquisa é o que a gente faz o tempo todo. Quando você examina um paciente, você precisa saber tudo a respeito daquele caso, você vai procurar. Enquanto eu não resolvesse, eu não sossegava. Depois você se entusiasma para publicar os casos porque é parte do dever acadêmico. Você participa das reuniões científicas, você se relaciona com as pessoas no nível nacional e internacional. Eu fui fazendo isso como um processo natural mesmo, e eu precisava vencer. Porque eu não ia desistir no caminho”, conta.

Depois da descoberta na década de 80, a médica ganhou prestígio internacional, publicou vários livros e chegou a ocupar o cargo de vice-reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), instituição da qual ela é professora titular desde 1996.

Mulheres no esporte

A presença de mulheres em rotinas pesadas de treinos e competições é um fenômeno recente. Ao longo da história, o mito da fragilidade feminina ficou para trás e elas passaram a conquistar destaques, medalhas e pódios, tanto no nível do esporte amador quanto profissional.

É o caso da ex-ginasta Laís Sousa, que ficou internacionalmente conhecida com suas acrobacias e saltos ao fazer parte da equipe de ginástica artística brasileira.

Rio de Janeiro - A ex-ginasta Laís Souza durante a divulgação do uniforme e de seu nome como participante do revezamento da tocha olímpica, no Comitê Rio 2016, na Cidade Nova  (Tomaz Silva/Agência Brasil)
A ex-ginasta Laís Souza ministra palestras e fala de suas experiências no esporte e fora dele - Tomaz Silva/Arquivo Agência Brasil

O esporte chegou para a paulista de Ribeirão Preto de forma inesperada, quando ela tinha 4 anos. "Eu fui fazer uma visita onde o meu irmão fazia judô e, bem do lado, tinha um ginásio de ginástica e eu acabei me apaixonando e as meninas lá pulando, fazendo mortais, fazendo coreografia e eu me empolguei. Achei legal, me passou uma sensação de liberdade. Foi assim que a ginástica surgiu na minha vida.”

Aos 15 anos ela representava o Brasil em sua primeira Olimpíada, em Atenas, na Grécia. Depois disso veio outra participação, em Pequim, na China, em 2008. Em 2014, Laís sofreu um acidente quando se preparava para as Olimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia, onde competiria no esqui. A ex-ginasta ficou tetraplégica.

A nova condição mudou totalmente a vida de Laís. "A sensação que eu tenho é que eu vivia dentro de uma casquinha de ovo, feita para fazer aquele tipo de repetição dentro do ginásio, de correr atrás de um corpo perfeito, de séries, coreografias perfeitas e, de repente, eu me vejo sem os movimentos, voltando para um bairro totalmente pobre na cidade onde eu nasci”, conta.

Hoje, ela ministra palestras e fala de suas experiências - tanto no esporte como fora dele - a um público diversificado. Para Laís, ser mulher é lidar com desafios diários e vencer obstáculos sem se calar.

"A gente está conquistando [espaço] pouco a pouco. Tem bastante pra comemorar, mas ainda têm mulheres que, com essa pandemia, estão apanhando em casa. Cada minuto que passa tem uma mulher que está sofrendo algum tipo de maus tratos. Então, acho que a gente não pode relaxar em nenhum momento”, afirma.

Geral: Violência contra mulher cresce durante a pandemia no estado do Rio

 



 Entre março e dezembro de 2020 foram mortas 65 mulheres



Agência Brasil 

Mais de 250 mulheres foram vítimas de violência por dia durante o isolamento social em 2020 no estado do Rio de Janeiro. Cerca de 61% desses casos ocorreram dentro das residências. Os dados foram divulgados hoje (8) pelo Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP) e fazem parte de um levantamento inédito do Núcleo de Estudos ISPMulher. 

Entre 13 de março de 2020, quando foi editado o primeiro decreto de combate à propagação do coronavírus no estado, e o dia 31 de dezembro, segundo o ISP, mais de 73 mil mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no Rio.

“Isso significa que cerca de 251 mulheres foram vitimadas em cada um dos 293 dias em que o estado teve algum nível de isolamento social em 2020”, informou o ISP.

Apesar disso, o número de casos teve queda de 27% em relação ao mesmo período de 2019, quando houve 102.344 vítimas. Para o ISP, isso pode indicar uma subnotificação provocada pelas restrições adotadas durante a pandemia. Em janeiro deste ano, o total de mulheres vítimas alcançou 12.924 e ficou próximo do que tinha sido anotado no mesmo mês de 2020: 10.878. 

Já em maio de 2020, um dos meses com maior taxa de isolamento social, as delegacias da Secretaria de Estado de Polícia Civil registraram 4.903 casos de violência contra a mulher, o que significa redução acima de 50% se comparado com janeiro do ano passado.

O ISP destacou que a residência, que em princípio é um lugar de proteção para muitos, principalmente na pandemia, não mostrou isso com relação às mulheres. O estudo também indicou que, além de 61% dos casos terem ocorrido no período de isolamento em 2020, justamente dentro de casa houve alta do percentual de ocorrências de crimes mais graves em residência. 

“Para Violência Física, o percentual aumentou de 60,1% em 2019 para 64,1% em 2020. Para Violência Sexual, uma variação ainda maior: de 57,7% em 2019 para 65,6% em 2020”, apontou o estudo.

Conforme o ISP, em mais de metade dos casos os autores dos atentados foram os parceiros ou ex-parceiros. “Se restringirmos a análise aos crimes registrados sob a Lei Maria da Penha, que engloba os tipos de violência que acontecem no âmbito doméstico e familiar, 80,7% das mulheres foram vitimadas por parceiros ou ex-parceiros”, completou.

Entre os bairros com maior número de casos estão a Cidade de Deus (32ª DP), na zona oeste do Rio; Austin, em Nova Iguaçu (58ª DP), na Baixada Fluminense, e Campo Grande (35ª DP), também na zona oeste da capital fluminense. De acordo com o ISP, este ranking não mudou muito na comparação com o de 2019. Naquele ano, a Cidade de Deus, Austin e o centro de Duque de Caxias (59ª DP) foram os que anotaram mais crimes contra mulheres.

Feminicídio

O ISP informou que 65 mulheres foram mortas entre 13 de março e 31 de dezembro de 2020 pelo simples fato de serem mulheres, o que representa feminicídio. O bairro de Campo Grande ocupa o primeiro lugar no ranking estadual com maior número de casos de feminicídio, ao lado do bairro Caonze, em Nova Iguaçu. 

Ainda segundo o ISP, cada um registrou quatro vítimas ao longo dos dez meses analisados. O estudo apontou ainda que, em 2019, houve 73 vítimas. No primeiro mês de 2021, nove mulheres foram mortas, o maior número de vítimas para o mês, segundo o instituto, desde o início da série histórica, em 2016.

Os analistas do instituto acompanharam de perto a situação das mulheres com o Monitor da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher no Período de Isolamento Social. A diretora-presidente, Marcela Ortiz, reforçou que os observadores perceberam que a redução no número de mulheres vítimas pode estar muito mais relacionada a uma subnotificação do que a uma queda de violências praticadas. O recuo no número de registros de ocorrências na Polícia Civil na comparação com 2019 pode ser notado também nos registros do Disque-Denúncia, que caíram mais de 20% nas ligações sobre violência contra a mulher. 

“Acreditamos que essas mulheres, muitas vezes, por estarem confinadas no mesmo ambiente dos agressores, não puderam procurar os órgãos que tradicionalmente oferecem ajuda. Isso mostra o tamanho do desafio do Estado no enfrentamento a um tipo de violência que acontece intramuros e que, muitas vezes, é normalizada. Precisamos acolher essas mulheres e mostrar que elas não estão sozinhas. É muito importante que a nossa sociedade entenda a importância da denúncia desses crimes”, alertou.

ISPMulher

O Núcleo de Estudos ISP Mulher foi criado há um mês pelo ISP com a intenção de subsidiar o governo estadual com dados sobre a violência doméstica, que podem servir de base para novas políticas públicas. 

“O grupo tem como função o monitoramento do comportamento dos crimes de violência contra a mulher ao longo do tempo e a elaboração de estudos sobre o tema. O ISP foi o primeiro órgão estadual do país a publicar um trabalho sobre violência doméstica: o Dossiê Mulher, em 2006”, finalizou.



Túnel do Tempo: Estados Unidos invadem Vietnã


 Luís Alberto Alves/Hourpress

Em 8 de março de 1965 as Forças Armadas dos Estados Unidos invadiam o Vietnã, com 4 mil soldados, começando efetivamente a guerra que iria durar até 1975, quando os Vietcongues derrotaram os norte-americanos, deixando um saldo de 50 mil militares mortos e 1 milhão de vítimas fatais do lado vietnamita. 

A vitória unificou os dois países, que eram conhecidos como Vietnã do Sul (capitalista) e Vietnã do Norte (socialista). Hoje a nação é conhecida como República Socialista do Vietnã, que após alguns anos renovou os laços comerciais com os Estados Unidos. 

Raio X de Sampa: Conheça a história da Rua do Tesouro

 



Luís Alberto Alves/Hourpress

Tesouro é o nome de uma das ruas mais antigas da cidade de São Paulo, próxima do antigo Colégio dos Jesuítas, a sua existência pode ser encontrada no século XVII.  Esta rua foi das mais frequentadas da cidade a partir da segunda metade do século XVIII. Essa característica começou a tomar forma em fevereiro de 1733, ocasião em que a Câmara Municipal resolveu construir algumas casinhas (quartos) para que os comerciantes pudessem vender “toucinhos e outros mantimentos” à população, num exercício do que depois seria o mercado municipal.

 O grande movimento de pessoas nessa rua chamava a atenção, inclusive dos estrangeiros que visitavam a cidade como foi o caso do naturalista francês Saint Hilaire que aqui esteve em 1819. Nas suas palavras: “Os legumes e as mercadorias de consumo imediato são vendidos por negras, que se mantém acocoradas na rua que, por motivo de tal comércio, tomou o nome de Rua da Quitanda. Quanto aos comestíveis indispensáveis, tais como farinha, toucinho, arroz, milho, carne seca, os mercadores que os vendem estão em sua maior parte estabelecidos numa única rua denominada rua das Casinhas porque, efetivamente, cada venda forma uma pequena casa isolada. (...) 

Não há em São Paulo rua mais frequentada que a das Casinhas. A gente do campo ali vende suas mercadorias aos comerciantes, em cujas mãos os consumidores vão adquiri-las. Durante o dia nota-se ali acúmulo de negros, de roceiros, de muares, de arrieiros; de noite a cena é outra: os animais de carga e os compradores cedem lugar a verdadeiras nuvens de prostitutas de baixa classe, atraídas pelos camaradas e pelos roceiros, que elas tentam pescar em suas redes.” 

Décadas mais tarde, a primitiva denominação de “Rua das Casinhas” foi alterada para Rua do Palácio, uma referência ao Palácio do Governo da Província que funcionava no antigo prédio dos Jesuítas, no Pátio do Colégio. Com essa denominação ela foi registrada no mapa da cidade de 1868. Em 1875, no prédio de nº 14, esquina com a Rua Álvares Penteado, estava instalada a primeira sede do jornal “A Província de São Paulo”, atual “O Estado de S. Paulo”. 

Por essa mesma época, ou desde 1873, as “casinhas” já não mais existiam e em seu lugar o governo da província iniciava a construção de um prédio que, em 1876, abrigaria a sede do Tesouro Provincial, hoje equivalente à Secretaria de Fazenda. Por conta disso, a denominação desse logradouro seria novamente alterada, agora assumindo definitivamente o nome de Rua do Tesouro (foto) que fica no Centro Velho de Sampa.               

sexta-feira, 5 de março de 2021

Artigo: Não é mimimi chorar pela morte de alguém

 


Hoje a #covid-19 igualou ricos e pobres, no que classifico de socialismo da doença

Luís Alberto Alves/Hourpress

Ao contrário do que diz o presidente #Bolsonaro não é mimimi chorar a perda de alguém, principalmente para o terrível vírus da #covid-19. Quando nem mesmo a morte de quase 261 mil pessoas é capaz de sensibilizar o governo federal, estamos mergulhando na barbárie.

Se olharmos à nossa volta, conheceremos alguém que conhece outro alguém que teve uma vítima fatal da #covid-19, seja parente, amigo, colega de trabalho ou mesmo vizinho. Hoje, de cada quatro casos desta doença registrados em todo o mundo, um é do Brasil.

Em São Paulo, no cemitério de Vila Formosa, Zona Leste, o maior da América Latina, a administração calcula que 1.200 covas serão preenchidas dentro dos próximos quatro dias. Ali, os sepultamentos já provocam congestionamentos de carros funerários na entrega dos corpos. Isto não é mimimi.

Irresponsabilidade

Quando cai um avião com 300 passageiros, a comoção toma conta da população. Agora, nem mesmo a morte de aproximadamente 2 mil pessoas é capaz de tocar no coração. O embrutecimento. A falta de sensibilidade em relação à dor de ver alguém morrendo por irresponsabilidade do governo.

Enquanto nos Estados Unidos, país com 328 milhões de habitantes, a vacinação já passou dos 53 milhões, no Brasil não encostamos ainda nos 8 milhões. Para complicar, governadores clamam por autorização para compra de vacinas e o presidente #Bolsonaro responde com bravata. Descontadas as proporções Adolf Hitler não agiria assim.

O avanço da #covid-19 é tão cruel que entidades que regem os protocolos de Medicina já repassaram aos profissionais da categoria, como devem agir, sem correr risco de cometer crime, quando tiver diante deles vários pacientes para enviar à UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e número reduzido de equipamentos.

Loteria

A grosso modo é a loteria da vida. Nenhum médico estuda para colocar em prática essa regra. Precisa avaliar cada situação. Há casos de o próprio paciente pedir para ser sedado em vez de passar pela entubação. Alguns alegam que já viveram o suficiente. Também há casos que não existe UTI para colocar aquele paciente.

Hoje a #covid-19 igualou ricos e pobres, no que classifico de socialismo da doença. Hospitais top de linha e público estão sem vagas para atender pacientes atacados por este terrível vírus. Os planos de saúde de primeira linha não conseguem resolver o problema.

Quando a população de um país começa a se acostumar de que morrer de #covid-19 é algo normal, é sinal terrível de que a barbárie virou rotina. O ser humano está em pé de igualdade com as feras. Perdeu a noção de amor ao próximo e a si mesmo. O próximo passo é o canibalismo intelectual...