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sexta-feira, 6 de março de 2020

Internacional: Cônsul diz que China está tomando medidas para recuperar economia


O cônsul Li Yang disse que o presidente da China, Xi Jiping, tem duas prioridades neste momento


Agência Brasil 

O cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, disse hoje (6) que, desde o surgimento do coronavírus (Covid-19), o seu país está tomando as medidas necessárias internamente para recuperar o mais rapidamente possível a economia, e que essas medidas se estendem às empresas chinesas que operam no Brasil. “Estamos ajudando as empresas chinesas no Brasil para que elas possam recuperar as suas atividades o mais cedo possível para ajudar a recuperar a economia brasileira também”, disse.
Li Yang admitiu que, no curto prazo, a ocorrência da epidemia causou impacto, especialmente para os compradores que não estão podendo receber os produtos da China. Ele estimou, no entanto, que em breve essa questão pode ser resolvida “Até abril, maio, esta situação vai melhorar, e o fornecimento de suplementos chineses estará resolvido”.
O cônsul fez uma palestra no encontro Novo Coronavirus: Porque a China pode controlar a epidemia em um tempo relativamente curto, organizado pelo Núcleo de Estudos Brasil-China, da FGV Direito Rio, no Rio de Janeiro.

Impactos

O coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV Direito Rio, Evandro Menezes de Carvalho, avaliou que os impactos do coronavírus na economia chinesa são inevitáveis, e que ainda é cedo para uma previsão de crescimento em 2020. No entanto, apontou que se a China conseguir fechar o ano com 5,8% de crescimento, terá alcançado um bom resultado.
“Não se sabe ainda valorar. Não se pode dizer ainda quanto isso vai impactar no PIB chinês. Uns dizem que vai ser crescimento de 5%, outros de 5,8%. Se for isso, vai ser bom, porque se não fosse o coronavírus acho que a China ia crescer 6%, então, 5,8% seria um bom crescimento, mas ainda é cedo para falar, muito embora, o governo tenha condições e recursos econômicos suficientes para recuperar o dinamismo da economia e reduzir o impacto negativo na economia doméstica. Se isso ocorrer vai ser bom para o mundo inteiro”, disse.
O cônsul Li Yang disse que o presidente da China, Xi Jiping, tem duas prioridades neste momento: o combate ao coronavírus e o funcionamento da economia chinesa, que já enfrenta os efeitos da infecção. “O presidente Xi Jiping vem dirigindo, pessoalmente, a luta contra a epidemia, e enfatiza, repetidamente, que a vida, a saúde e a segurança das pessoas devem estar acima de qualquer outra coisa”, afirmou.

Casos

De acordo com o cônsul, as medidas adotadas pelo país vem surtindo efeito e o resultado é a melhoria no patamar dos registros da doença. Os casos curados saíram de 632 em 3 de fevereiro para 53.726 em 5 de março. Em hospitais ainda há 23.784 pessoas em tratamento. Os novos casos confirmados, que eram 800, passaram para 17, sem considerar os da província de Hubei, no centro da China, que alcançam 143, que caíram de 2.345 em 3 de fevereiro para 126 em 5 de março. Já os casos de mortes aumentaram de 425 para 3.042.
Entre as medidas de emergência adotadas pelo país, Li Yang destacou a utilização e a produção dos kits de detecção rápida do coronavírus e de aparelhos portáveis para a leitura dos kits. Segundo ele, isso permitiu chegar a lugares de mais difícil acesso.

Transparência

O coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV Direito Rio, Evandro Carvalho, ressaltou a transparência com a qual a China vem tratando do assunto. Para ele, o fato do país ter compartilhado informações sobre a evolução da doença para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e de ter reconhecido que o coronavírus representava um problema sério, contribuiu para o melhor combate à infecção.
Para o professor, esse comportamento mostra responsabilidade. “Isso foi seguido depois de medidas. Houve um processo que serve de reflexão. Não tapou o sol com a peneira”, disse.

Cooperação

Além das ações internas, a China está atuando também em outros países. O Irã recebeu uma equipe de especialistas para ajudar no combate à doença naquele país, que vem anotando alto número de casos. O cônsul informou que a China também vem cooperando com a Itália, onde os registros também são elevados.
Li Yang disse que a China também tem mantido contato frequente com autoridades brasileiras que estão à frente do combate à epidemia. “Se a parte brasileira tiver necessidade, a parte chinesa vai ajudar, sem problemas”.

Internacional: Covid-19; Starbucks proíbe copos reutilizáveis para combater vírus


Medida surge em resposta ao surto do novo coronavírus


Agência Brasil

A empresa multinacional Starbucks decidiu retirar, de forma temporária, os copos reutilizáveis da sua cadeia de cafés em todo o mundo. A medida surge em resposta ao surto do novo coronavírus que se tem disseminado pelo mundo inteiro.
Os clientes que utilizam os copos reutilizáveis vão receber um desconto de 25%, mas as bebidas deverão ser servidas em copos de papel, de acordo com a empresa. A decisão foi tomada internamente, sem o aconselhamento das autoridades de saúde.
“Com muita cautela, estamos a fazer uma pausa no uso de canecas ou copos pessoais nas nossas lojas, em todo o Reino Unido”, disse o porta-voz europeu da Starbucks, Robert Lynch. O mesmo acrescentou que a empresa está a introduzir “medidas de limpeza reforçadas” para todas as louças da loja.
Nos Estados Unidos as lojas desta empresa já adotaram medidas semelhantes. A exceção está na China, onde devido à epidemia tiveram de ser fechados mais de 4 mil cafés da cadeia, de modo a apoiar os esforços na contenção do vírus.

Outras empresas 

Várias empresas ferroviárias também proibiram o uso de copos reutilizáveis, como foi o caso da Great Western Railway e da London Northwestern Railway.
Enquanto a LNR tomou a decisão “para ajudar a evitar possíveis contaminações”, a GWR apenas o fez durante “três ou quatro dias”.
A GWR foi alvo de várias críticas por parte dos seus clientes, referindo que a medida era “absolutamente absurda” e que os próprios comboios constituíam “um ponto de transmissão de germes”.

Maior prioridade

De acordo com Sally Bloomfield, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, a higiene deve ter “uma maior prioridade” em relação às preocupações ambientais, enquanto se vive uma situação de emergência internacional, provocada pelo Covid-19.
"Nós não sabemos até que ponto [o vírus] é sério, estamos num terreno completamente desconhecido e acho que a prevenção da disseminação, durante as próximas três ou quatro semanas, deve ser uma prioridade”, disse Sally.
Para concluir, Sally referiu que a medida não é de todo “paranóica” e que entregar a alguém um copo reutilizável é o mesmo que apertar a mão. “Se houver algo que possamos fazer neste momento para diminuir a propagação, então devemos fazê-lo”.
O epidemiologista Kalpana Sabapathy discorda de Sally por considerar que a lavagem regular das mãos deveria ser um protocolo que todos os funcionários das empresas que trabalhem com alimentos deveriam seguir.

Internacional: Sobe para 80.552 o número de casos por coronavírus na China


Em Hubei foram registradas 3.042 mortes


Agência Brasil

A China poderá impor mais medidas para evitar que portadores do novo coronavírus entrem no país, já que entre os mais recentes casos encontram-se pessoas que trouxeram o vírus do exterior.
Na quinta-feira, autoridades sanitárias confirmaram o contágio de outras 143 pessoas no território continental, sendo que 16 teriam contraído o vírus no exterior, elevando o total para 80.552 casos.
Relatos de outras 30 mortes, a maioria delas na província de Hubei, elevaram o total de mortes para 3.042.
Quatro pessoas que haviam viajado para a Itália tiveram resultados positivos ao serem testadas em Pequim. Em Xangai, uma pessoa que estava estudando no Irã foi confirmada com o vírus.
Segundo as autoridades, de 311 pessoas que chegaram em voos fretados à província de Gansu, provenientes do Irã entre segunda e quinta-feira, 11 também foram diagnosticadas com o vírus.
Governos regionais nas províncias de Pequim, Xangai e Cantão estão pedindo que passageiros provenientes do Japão, Coreia do Sul, Itália ou Irã fiquem em casa ou em outro local de quarentena por 14 dias.

Saúde: Governo afirma que transmissão comunitária de coronavírus vai ocorrer



País tem nove pacientes confirmados com Covid-19


Agência Brasil

O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, afirmou hoje (6) que a chamada transmissão comunitária ou sustentada do coronavírus, que ocorre entre indivíduos que não viajaram e nem tiveram contato com pessoas que estiveram no exterior, deve ser registrada caso o vírus se comporte da mesma forma que em outros países. Esse tipo de transmissão ainda não foi identificada no país.
Ontem (5), o Brasil confirmou dois casos de transmissão local do coronavírus. As duas pessoas tiveram contato com o primeiro caso registrado no país, o paciente 1 que esteve na Itália. “Não é transmissão comunitária ainda, mas sinaliza que o vírus tem uma competência de transmissão”, disse, ao deixar o Palácio do Planalto na manhã desta sexta-feira.
Existem três formas de contaminação, a daquelas pessoas que viajaram ao exterior, vindos de países com circulação do vírus; a de quem teve contato com quem viajou ao exterior, chamada de transmissão local, e aquela entre pessoas que não viajaram ao exterior e nem tiveram contato com viajantes, a chamada transmissão comunitária ou sustentada.
Segundo o ministro Mandetta, é preciso esperar e observar como o vírus vai se comportar em um país de clima tropical, antes do governo mobilizar outras medidas.
“A China enfrentou com bloqueio de Wuhan [cidade epicentro do surto], uma cidade de 12 milhões de habitantes, do tamanho de São Paulo. E no Brasil, se a gente começa [as transmissões do vírus] por São Paulo, é uma cidade muito vital para o Brasil, não existe delírio de qualquer bloqueio, mas é uma cidade que pode ter muitos casos. Temos que trabalhar com os casos que a gente tem, não sabemos como vai ser o comportamento do vírus em país tropical, como ninguém sabe”, explicou.

Reunião com o presidente

O ministro esteve hoje em reunião com presidente Jair Bolsonaro, para atualizá-lo sobre a epidemia global do coronavírus e a situação em território nacional.
De acordo com o Ministério da Saúde, nove casos foram confirmados no Brasil até hoje: seis são em São Paulo; um no Rio de Janeiro; outro no Espírito Santo e um na Bahia. Existem ainda outros 636 casos em investigação.
Além disso, há um caso confirmado no Distrito Federal, mas o Ministério da Saúde ainda aguarda a contraprova para contabilizar mais este caso, já que a confirmação foi feita por um laboratório particular. 
No mundo, já são mais de 95 mil casos confirmados em 85 países e territórios.

Saúde: Número de casos do novo coronavírus chega a 13 no Brasil


De ontem para hoje, cinco casos foram confirmados


Agência Brasil 

O número de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) chegou a 13 no país. Há ainda 768 casos suspeitos e outros 189 foram descartados pelas autoridades de saúde. O boletim foi divulgado pelo Ministério da Saúde hoje (6), em Brasília. O resultado marca um aumento e cinco pacientes infectados pelo vírus desde o último balanço, divulgado ontem (5).
Um dos novos casos foi registrado na Bahia. Uma mulher de 34 anos, residente da cidade de Lauro de Freitas, que teve o diagnóstico depois de viagem pela Itália, onde passou pelas cidades de Milão e Roma. Embora esteja assintomática, ela se encontra isolada em casa, sob observação das autoridades de saúde.
Os outros quatro novos casos foram identificados em São Paulo, totalizando dez pacientes com o vírus no estado. Completam a lista um no Rio de Janeiro e um no Espírito Santo. No Distrito Federal um teste acusou a infecção, mas a secretaria de saúde ainda aguarda a contraprova.

Casos de coronavírus no mundo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou o relatório situacional do Covid-19 no mundo.
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Relatório situacional 45 da OMS sobre coronavírus - Ministério de Saúde

Veja a transmissão

 


Saúde: Gravidez tardia contribui para surgimento de Diabetes Gestacional



Doença ocorre quando o corpo da gestante não consegue produzir as quantidades de insulinas necessárias para controle da glicemia


Redação/Hourpress

 A gravidez tardia é considerada um fenômeno mundial. Na última década, o número de mulheres que engravidaram após os 35 anos – idade a partir da qual os médicos consideram como gravidez tardia – cresceu 84% no País. Os partos de mulheres acima de 40 anos já representam de 2% a 5% do total, segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), do Ministério da Saúde.

Tais números refletem a mudança de comportamento pelo qual estão passando as famílias, com as mulheres priorizando suas vidas profissionais e adiando o momento da maternidade. Contudo, a gravidez tardia requer cuidados especiais como aponta o ginecologista Dr. Olímpio Moraes Filho, presidente da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). 

“Todas as mulheres que desejam engravidar devem procurar o obstetra para ter uma consulta preconcepção (antes de engravidar) com objetivo de rastrear e tratar doenças e outras condições que coloque em risco a gravidez, como por exemplo, hipertensão, doenças da tireoide, síndromes metabólicas, diabetes e tantas outras que são mais prevalentes com o avanço da idade”.

O diabetes gestacional é uma das principais patologias que acometem mulheres com gestação tardia. “Isso ocorre porque durante a gravidez, para que não aconteça o diabetes, o organismo materno tem que produzir duas a três vezes mais insulina. Depois de 35 anos, muitas vezes, o organismo materno não consegue produzir esse aumento de insulina, acarretando o diabetes gestacional, que é um tipo de diabetes que aparece durante a gravidez e geralmente desaparece no puerpério”, aponta Moraes.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), além da idade, são considerados fatores de risco, o ganho de peso excessivo durante a gestação, síndrome dos ovários policísticos, história de bebês grandes (mais de 4 Kg), história familiar de diabetes em parentes de 1º grau, entre outros. Ainda segundo a SBD, o controle do diabetes gestacional é feito, na maioria das vezes, por meio de uma orientação nutricional adequada. Sendo que, para cada período da gravidez, há uma quantidade adequada de nutrientes.

A prática de atividade física também é uma medida de grande eficácia para redução dos níveis glicêmicos. Porém, a atividade deve ser feita somente depois de avaliada se existe alguma contraindicação. Caso a dieta e a atividade física não surtam efeito, a indicação é que se faça a insulinoterapia, ou seja, tratamento com o uso de insulina.

Se não houver complicações, tanto nos casos de gravidez tardia como nos de diabetes gestacional, o pré-natal pode ser feito regularmente, e o parto deve acontecer quando a gravidez estiver a termo. Caso haja comorbidade, o parto pode ser antecipado para preservar a saúde da gestante e/ou do bebê.

Aproximadamente seis semanas após o parto, a mulher que teve diabetes gestacional deve realizar nova dosagem da glicose, sem estar em uso de medicamentos antidiabéticos. Na maioria das vezes, a tendência é que os níveis glicêmicos retornem ao patamar considerado normal.

Artigos: Novos tempos no comércio global


É possível compreendermos que um ciclo se encerra exatamente em período de grandes inovações tecnológicas


*João Marcos Andrade

“Nada como um dia após o outro”. Na economia teríamos que usar o termo “nada como uma década após a outra” para constatarmos com precisão fatores como a alternância de planos econômicos, revisões de metas de crescimento do PIB anual brasileiro, oscilação com máximas históricas do câmbio, recordes de pontos e fechamentos de negócios batidos na Bovespa.

Recentemente, em um evento do Banco BTG em São Paulo, o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, propagava em alto e bom som que o Brasil passa a rever a política de substituição às importações, o que, se observarmos ao longo da história da economia brasileira, é possível compreendermos que um ciclo se encerra exatamente em período de grandes inovações tecnológicas, propagação das facilidades conquistadas a partir dos resultados práticos da Indústria 4.0.

Não obstante, além das demandas por produtos mais tecnológicos, com maior capacidade de competitividade, de qualidade a preço, também nos deparamos com a necessidade de adequação aos novos sistemas de negociação internacional, novas ferramentas e opções de apresentação das marcas e empresas como um todo nas transações além-fronteiras. 

Por exemplo, ao considerarmos o Programa AEO – Authorized Economic Operator (Operador Econômico Autorizado) — do qual o Brasil é signatário desde 2015 e fazem parte 77 das nações mais significativas no comércio internacional —, vemos um cenário que permite às empresas certificadas a otimização de tempo e, principalmente, a redução nos custos logísticos, pois os exportadores e importadores certificados no programa gozam de privilégios como a prioridade absoluta nas liberações alfandegárias nos portos do Brasil, reduzindo e até eliminando custos de armazenagens e permitindo, assim, a redução no preço final do produto vendido.

Acompanhando essas novas práticas globais de negócios em que a transparência e o compliance são fatores mais presentes e necessários, o governo brasileiro claramente sinaliza para novas definições sobre as entradas de bens estrangeiros no país, com o propósito de permitir que a indústria brasileira esteja em escala igual as observadas nos mercados asiático, europeu e americano.

A possível entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), criada logo após a 2ª Guerra Mundial para fomentação de negócios e reestruturação das nações mais prejudicadas nos conflitos, descortina cenários mais propensos à criação de oportunidades a partir de programas que demonstram, inclusive — segundo a fala do secretário Marcos Troyjo —, a possibilidade de redução de alíquotas de alguns produtos importados, exatamente para o aquecimento do setor, fazendo com que a concorrência cresça e apresente novas oportunidades aos consumidores e consequentes práticas de novas tendências de produção local com preço mais competitivo. Isso porque a tributação tenderia a acompanhar os possíveis benefícios a serem concedidos aos importados.

Além desses fatores técnicos e de planejamento estratégico, o Brasil apresenta-se como um interlocutor direto e protagonista em novas frentes de desenvolvimento de negócios globais, como a confirmação do acordo Mercosul x União Europeia em meados de 2019, tema que demandará muitas oportunidades de novos negócios aos dois blocos. Porém, segundo o secretário Marcos Troyjo, vale a percepção de que “não adianta fazer uma zona de incentivo, como a Zona Franca de Manaus, sem garantir o acesso a um grande mercado, os benefícios em troca dos incentivos são pequenos”.

Assim, é compreensível que seja necessário criar mecanismos com novas formas e oportunidades de negócios internacionais, mas que também o empresariado brasileiro tenha onde expor seus produtos, ou seja, a possibilidade de, além de vender no Brasil, também possa fazer em mercados atrativos, como o europeu e outras regiões da América Central. Esse cenário é objeto de negociação de novos acordos com o Brasil, conforme afirmação do secretário no mesmo encontro do Banco BTG em São Paulo.

Essa conjuntura só é possível porque o Brasil figura no mercado internacional sob os olhares das grandes corporações, que percebem a possibilidade de obter segurança em um mercado em crescimento, porém sem a necessidade de estar refém a um sistema que exija contrapartida em retribuição a investimentos e concessões. 

A economia vive novos tempos em pilares sólidos sob o ponto de vista da transparência, confiança e, principalmente, do compliance, fato extremamente presente e validado nas companhias dirigidas com base na governança corporativa, em que resultados são exigidos, mas não podem ser obtidos a qualquer custo; eles são fundamentados em raízes germinadas em solo estruturado a partir da confiabilidade, segurança jurídica e perspectivas de crescimento econômico.

 *João Marcos Andrade é professor de Comércio Exterior e Global Trading no Centro Universitário Internacional Uninter.