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    Hourpress/Arquivo Morava num apartamento de cobertura na Região dos Jardins, com direito a três vagas na garagem, onde tinha estacionad...

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Política: Dilma Bolada não tem financiamento do PT, afirma publicitário


Luís Alberto Alves
Audiência pública com o criador do perfil Dilma Bolada, Jeferson Monteiro
Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

Jeferson Monteiro disse que críticas a Dilma não tiveram relação com fim de contrato entre o PT e agência de comunicação

O publicitário também negou que haja relação entre o fim do contrato entre a Pepper e o PT e as suas recentes críticas à presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, houve apenas uma manifestação de frustração com os rumos do governo.

O deputado Alexandre Leite (DEM-SP), autor do convite a Jeferson Monteiro, questionou se ele tem relação com as investigações da Operação Acrônimo, que apura supostas irregularidades na campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).

O deputado Leo de Brito (PT-AC) reforçou que o publicitário Jeferson Monteiro foi à CPI para colaborar e disse que o perfil Dilma Bolada não é fake, nem faz apologia à violência. “Tem os seus excessos, mas não vamos transformar isso no fim do mundo. Não adianta discutir um possível financiamento do blog se não há prática criminosa. Não faz sentido criminalizar um perfil de humor”, criticou Brito.
Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

Jeferson Monteiro disse que críticas a Dilma não tiveram relação com fim de contrato entre o PT e agência de comunicação
O publicitário também negou que haja relação entre o fim do contrato entre a Pepper e o PT e as suas recentes críticas à presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, houve apenas uma manifestação de frustração com os rumos do governo.
O deputado Alexandre Leite (DEM-SP), autor do convite a Jeferson Monteiro, questionou se ele tem relação com as investigações da Operação Acrônimo, que apura supostas irregularidades na campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
O deputado Leo de Brito (PT-AC) reforçou que o publicitário Jeferson Monteiro foi à CPI para colaborar e disse que o perfil Dilma Bolada não é fake, nem faz apologia à violência. “Tem os seus excessos, mas não vamos transformar isso no fim do mundo. Não adianta discutir um possível financiamento do blog se não há prática criminosa. Não faz sentido criminalizar um perfil de humor”, criticou Brito.

O publicitário Jeferson Monteiro, criador do perfil Dilma Bolada na internet, negou nesta quinta-feira (29), na Câmara dos Deputados, que preste serviço ao Partido dos Trabalhadores (PT) e afirmou que atua de maneira independente: “Eu escrevo o que eu quero na hora em que eu quero no perfil. Não faz sentido dizer que recebo pelo PT, se já passei um mês sem atualizar o perfil”. Monteiro depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos.
Ele confirmou que a sua empresa, Moj Comunicação, possui um contrato de R$ 20 mil com a agência Pepper para fazer trabalhos de monitoramento de redes e estratégia para os clientes da empresa. Questionado pelo deputado Sandro Alex (PPS-PR) se a matéria publicada pela revista Época informando que o PT pagava a Moj Comunicação por meio da agência Pepper era verídica, Monteiro negou.
De acordo com Monteiro, o contrato com a Pepper é confidencial e, portanto, detalhes não podem ser revelados, mas ele se propôs a entregar à CPI os dados sobre a movimentação financeira da sua empresa. E informou o que seu contrato com a Pepper vai até março de 2016.
                                                                     Críticas a Dilma
“O que eu disse foi algo pessoal, e nada teve a ver com o trabalho [da agência Pepper]; e fiz o monitoramento que sempre faço. O que expus foi em relação ao governo ter tomado atitudes com as quais eu me surpreendi, como a demissão do ministro Renato Janine Ribeiro, que poderia iniciar uma reforma da educação de base. Eu não poderia continuar apoiando da forma como fazia, mas defendo o mandato dela”.
                                                                   Operação Acrônimo
Monteiro negou que tenha sido processado e afirmou que toda a documentação de seu contrato com a agência Pepper, que prestou serviço ao PT, está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e não há qualquer irregularidade. O publicitário disse que o assunto é parte do reconhecimento pelo perfil Dilma Bolada, que lhe garantiu o contrato com a Pepper.
O deputado Fábio Sousa (PSDB-GO) criticou as postagens feitas pelo Dilma Bolada contra a jornalista Raquel Sheherazade e a ex-senadora Marina Silva.
Monteiro reconheceu que perdeu a cabeça ao fazer acusações ao senador Aécio Neves (MG), depois de ser acusado de receber dinheiro do mensalão por um perfil fake da campanha do PSDB.
“Com 18, 19 anos, eu tinha uma cabeça equivocada, formada pela mídia, como achar engraçado chamar mulher de vagabunda. Era assim que eu pensava. É isso que é tradicionalmente ensinado pela mídia”, alegou. Ele afirmou que passou do limite ao ofender a jornalista do SBT e que, atualmente, não responde a provocações. “Eu já falei de todo o mundo, inclusive do Lula”, explicou.
                                                                   Colaboração
A presidente da CPI, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), informou que o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) pediu desligamento da comissão por motivos pessoais. Segundo ela, Jean Wyllys produziu vídeo criticando a condução dos trabalhos da CPI e acusando os seus integrantes de serem do “baixo clero”.
A deputada ressaltou que não existe baixo ou alto clero na Câmara: “Se fomos eleitos, todos aqui somos iguais. Sempre estive disposta a propor uma agenda do País e não de grupos partidários”.


Variedades: Obras primas compostas em campos de concentração estreiam no Brasil


Evento acontecerá no teatro Anne Frank, no Clube A Hebraica, em São Paulo

Redação

Espetáculo 'Tesouros Musicais do Holocausto' chega a São Paulo com apresentação especial em novembro. O consagrado Maestro Ilya Stupel, da Orquestra Filarmônica de Lemberg, uma das mais importantes do mundo, fará a regência do Concerto

 Parece incrível, mas compositores judeus, em campos de concentração, em guetos, perseguidos, produziram músicas magníficas - muitas delas plenas de esperança e alegria. Através de ampla pesquisa internacional foram descobertas mais de 2.500 obras de autoria desses compositores. Uma seleção dessas obras faz parte do projeto 'Tesouros Musicais do Holocausto' que será apresentado no dia 13/11, às 21h, no Teatro Anne Frank, no Clube A Hebraica, em evento aberto ao público da cidade.

O concerto, liderado pelo Maestro Ilya Stupel, com a participação do Maestro Ricardo Calderoni, celebra os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Eles regerão a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, a mais antiga do Brasil, referência nacional em programas sinfônicos e operísticos.

Preservar a memória do Holocausto e homenagear esses mártires é o objetivo desse espetáculo para orquestra e vozes que chega aos país por intermédio da Brasil Produções, em parceria com a Unesco e com o apoio da Embaixada de Israel, do Yad Vashem, da A Hebraica, da Prefeitura de Campinas, da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e da Conib. "Todo este reconhecimento reforça a relevância e riqueza desses verdadeiros tesouros musicais e históricos", diz Sabetai Calderoni, CEO da Brasil Produções.
"Estamos celebrando 70 anos da libertação dos campos de concentração, mas, ainda hoje, a intolerância e as guerras persistem e, em vários países, até se agigantam", completou Sabetai.

                                                                 Turnê 2016
Para o próximo ano, o espetáculo terá turnê nacional com a participação de músicos da Orquestra Filarmônica de Lemberg (também conhecida como Lviv). Fundada pelo maestroFranz Mozart, filho de W.A. Mozart, é considerada uma das mais importantes da Europa. No Brasil, ela dividirá o palco com músicos da Orquestra Sinfônica de Campinas.

Entre as 2.500 obras encontradas,  há partituras que foram escondidas por seus autores antes de serem capturados pelos oficiais do governo alemão. "Nas regiões conflagradas foram achados baús de metal com partituras desses compositores. O regente Paul Kletzki (1900 - 1973) foi um dos que usou essa estratégia. Ele perdeu familiares nos campos de concentração e, após a guerra, nunca mais compôs, dedicando-se somente à regência e alcançou fama nos Estados Unidos. Belíssimas, composições dele só foram descobertas após seu falecimento", explicou o maestro Ricardo Calderoni, que também é diretor artístico do projeto.

Neto de sobrevivente do Holocausto, ele relata ainda que muitas das peças, de autoria de grandes artistas, foram encontradas em campos de concentração. Pesquisas realizadas na Itália, Alemanha, Áustria, Polônia e República Tcheca ampliaram a coletânea. "Parte dos compositores não sobreviveu à opressão nazista. Muitos que foram libertados ou escaparam sequer tiveram a oportunidade de rever e executar suas obras. É muito inspiradora a imensa força interior desses artistas: 'Podem aprisionar nosso corpo, mas nosso espírito viverá sempre em liberdade'", conclui emocionado.

Alegria presente nas composições
Ao contrário do que se poderia supor, as obras selecionadas para a apresentação no Brasil não são melancólicas, como antecipa o maestro Stupel. "Ao escrevê-las, os músicos fugiam espiritualmente ao sofrimento e às péssimas condições de vida, criando peças cheias de esperança e alegria", diz. 
De acordo com ele, o valor simbólico das composições aumenta, em especial, porque muitas delas foram escritas sem que os autores tivessem os instrumentos à mão. "Muitos desenvolveram as partituras a partir do conhecimento e da vivência musical anterior ao aprisionamento. E, mesmo assim, as peças são lindas", completa Stupel, cujo pai e tio, ambos músicos eruditos, estiveram presos em campos de concentração. 


Serviço

Tesouros Musicais do Holocausto
Data: 13/11
Local: Clube A Hebraica - Teatro Anne Frank - Rua Hungria, 1000 - Pinheiros
Quanto:  De R$ 280,00 a R$ 800,00

Vendas: Bilheteria do clube A Hebraica ouhttp://www.ingressorapido.com.br

Variedades: 5ª MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA AMBIENTAL PREMIARÁ CURTAS METRAGENS REALIZADOS POR UNIVERSITÁRIOS E ESTUDANTES DE ESCOLAS TÉCNICAS E ENSINO MÉDIO


Redação

Curtas selecionados para a competição serão exibidos em salas de cinema da cidade de São Paulo durante a Mostra, em março de 2016

 A 5ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental lança o Concurso Curta Ecofalante, que premiará os melhores trabalhos realizados por universitários e estudantes de escolas técnicas e de ensino médio.

Podem participar trabalhos finalizados a partir de 2013, de até 15 minutos, com temáticas ambientais como: cidades, campo, energia, água, consumo, recursos naturais, mudanças climáticas, povos & lugares, ativismo, poluição e contaminação, políticas públicas socioambientais, economia verde, globalização, mobilidade, habitação, alimentação, vida selvagem, sustentabilidade, entre outras.

As inscrições podem ser feitas de 01 de novembro a 10 de dezembro de 2015, através do site www.ecofalante.org.br. Todos os filmes que completarem a inscrição no festival serão analisados pela comissão de seleção da mostra. Os critérios de seleção terão como base as qualidades artísticas, técnicas e a relevância temática da obra.

A Seleção Oficial do Curta Ecofalanteserá divulgada no site do festival em fevereiro de 2016. Os filmes selecionados concorrem aos seguintes prêmios: Prêmio Curta Ecofalante -Categoria Ensino Médio; Prêmio Curta Ecofalante – Categoria Ensino Técnico e Universitário; Prêmio Melhor Filme pelo Público.

Os curtas serão projetados durante a 5ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, que acontecerá em março de 2016 na cidade de São Paulo, e o público poderá escolher o melhor trabalho exibido. Os outros dois prêmios – Categoria Ensino Médio e Categoria Ensino Técnicos e Universitário – serão indicados por um júri nomeado especificamente para a seleção.

                                                     Competição LatinaCom a estreia do Concurso Curta Ecofalante, a Mostra, que já realiza uma Competição Latina, passa a ter dois programas competitivos, além dos outros não-competitivos – mostra contemporânea internacional, panorama histórico, homenagem, mostra escola e circuito universitário.

Este ano a Competição Latina recebeu um número recorde de inscrições.Num aumento de quase 80% em relação ao ano passado, foram inscritos 225 filmes, de 14 países da América Latina. As produções nacionais são grande maioria no grupo dos inscritos, seguidas pelas do México, Argentina, Colômbia e Peru. Participam ainda filmes da Bolívia, Chile, Cuba, Nicarágua, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, e coproduções entre países da América e da Europa.

Os filmes selecionados também serão exibidos na quinta edição do festival, e concorrerão nas categorias de Melhor Longa-Metragem Pelo Júri, Melhor Curta-Metragem Pelo Júri e Melhor Filme Pelo Público.

Já foram premiados pela Mostra Ecofalante os filmes “Brasil S/A” (Brasil), longa de Marcelo Pedroso, o curta “Balada para Satã” (Argentina), de Antonio Balseiro e Carlos Balseiro, “A Lei da Água” (Brasil), produção de André D’Elia, na última edição, e “Deserto Verde” (Argentina), de Ulisses de la Ordem, e “Amazônia Desconhecida” (Brasil), de Daniel Augusto e Eduardo Rajabally em 2014.

                                                        Sobre a Mostra
Todo ano, a Mostra Ecofalante seleciona os melhores filmes nacionais e internacionais que tratam das questões contemporâneas do mundo, e provocam reflexão sobre a relação do ser humano com o meio ambiente. Desde sua primeira edição, em 2012, exibiu241 filmes para mais de 86 mil pessoas.

Além da Mostra principal, que acontece na capital paulista, uma versão pocket da programação itinera por cidades do interior do estado de São Paulo no segundo semestre, em parceria com o Sesc-SP, levando a reflexão e o debate a vários espaços. Já participaram 20 cidades paulistas.

Outra característica da Mostra Ecofalante é a promoção de debates sobre os temas socioambientais dos filmes – sóneste ano, mais de 10 mil pessoas já participaram das discussões.
                                                            Sobre a Ecofalante
ONG voltada para a educação por um desenvolvimento sustentável. Produz filmes de temática socioambiental, a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental e sua Itinerância, em parceria com o Sesc-SP.

Promove oficinas de formação para professores da rede pública de ensino das cidades participantes, sobre o uso do cinema na sala de aula, e temas específicos, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Realiza, durante o ano todo, sessões com filmes da plataforma Ecofalante para escolas de São Paulo e outros parceiros, como a Horta do Centro Cultural São Paulo e o Instituto para o Desenvolvimento Sustentável (IDS).

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Túnel do Tempo: Saddam Hussein expulsa americanos da ONU



Luís Alberto Alves

ONU: Em 30 de outubro de 1997, Saddam Hussein decide expulsar do Iraque os membros americanos da comissão da ONU encarregada de inspecionar projetos militares iraquianos.

Radiografia de Sampa: Rua Pedro de Américo



Luís Alberto Alves

O pintor Pedro Américo de Figueiredo e Melo nasceu na cidade de Areias, Paraíba do Norte, no dia 29 de abril de 1845. Tinha apenas 11 anos de idade quando foi contratado pelo desenhista da missão exploradora do naturalista Louis Jacques Brunet, para percorrer os sertões da Paraíba, Pernambuco e Ceará, e fixar aspectos da natureza e da vida do interior do Brasil. 

 Em 1854 transferiu-se para o Rio de Janeiro e ali cursou o Colégio Pedro II e, em seguida, a Academia de Belas-Artes. Durante o curso de arte conquistou 15 medalhas de ouro e prata, vários diplomas e aprovações com louvores. Em 1859 recebeu do imperador uma pensão para estudar na Europa. Matriculou-se então, ao mesmo tempo, na Academia de Belas Artes de Paris e na Sorbonne. Nesta, recebeu o diploma de bacharel em Ciências Sociais. 

 De regresso ao Rio de Janeiro em 1864, inscreveu-se no concurso para professor da Academia de Belas-Artes que venceu com a tela "Socrates Afastando Alcebíades do Vício". Desgostoso, porém, com as críticas que lhe faziam os jornais, voltou à França ali permanecendo até 1870, quando foi designado para reger uma cadeira na Academia. 

Deixou numerosas telas, dentre as quais: "A Batalha do Havaí", "Paz e Concordia", "Ines de Castro", "Catarina de Ataide" e "Grito do Ipiranga". Foi ainda deputado provincial e escritor de largos méritos. Faleceu em Florença, em 07 de outubro de 1905. A Rua Pedro Américo (foto) fica ao lado do edifício Andraus, Centro de SP.

Geral: Pesquisadores debatem fosfoetanolamina apontada como eficaz contra o câncer



   
Agência Senado
Audiência pública nesta quinta-feira (29), no Senado, permitiu amplo debate sobre a fosfoetanolamina sintética, a substância que vem sendo divulgada como eficaz no tratamento de diversos tipos de câncer e motivando uma enxurrada de ações judiciais iniciadas por pacientes que reivindicam o fornecimento da droga. Durante quase seis horas, falaram mais de 15 convidados, entre os quais os envolvidos nas pesquisas, gestores do governo federal e pacientes que falaram sobre os ganhos obtidos com a terapia experimental.
O representante do Ministério da Saúde, secretário da área de Ciência e Tecnologia, Adriano Massuda, confirmou que a pasta já criou uma força-tarefa para acompanhar os estudos com a substância e conceber estratégias para a produção. O representante do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Gelsio Luiz Quintela Mendes, manifestou a disposição do órgão em participar dos ensaios clínicos.
Os pacientes querem antes de tudo a garantia de entrega das cápsulas da substância, atualmente interrompida. Por força de decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a Universidade de São Paulo (USP), por meio do Instituto de Química em São Carlos, está obrigada a cumprir as mais de 1.200 liminares já expedidas. Nesse instituto, as cápsulas vinham sendo produzidas em pequena escala, com distribuição a pacientes.
Os representantes do governo, por sua vez, mostraram boa vontade em acelerar procedimentos para os testes clínicos, necessários para o registro definitivo do medicamento, assim como para garantir a sua produção. Já os pesquisadores querem a garantia da supervisão desses testes, que incluem o monitoramento de dados de pacientes, para avaliação da eficácia e da segurança do uso da substância.
A audiência foi realizada em conjunto pelas Comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e Assuntos Sociais (CAS). Assinaram os pedidos os senadores Ivo Cassol (PP-RO), que dirigiu os trabalhos, e ainda Ana Amélia (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF), que preside a CCT.
- Conseguimos comover e, ao mesmo tempo, trazer os demais senadores para a realidade dos fatos. Tivemos depoimentos consistentes e verdadeiros, inclusive de pacientes que estão utilizando a fosfoetanolamina. Não é justo que, por uma coisa ou outra na USP, a droga não esteja sendo produzida. E não é apenas a USP que pode produzir – disse Cassol, avaliando a audiência.

                                               Método

Um dos pesquisadores foi o professor aposentado Gilberto Orivaldo Chierice, da USP, que desenvolveu método próprio para sintetizar a fosfoetanolamina, que imita a natural produzida pelo corpo humano, atuando para reforçar os mecanismos de defesa contra as células comprometidas. Além de explicar como a droga funciona, ele rebateu que durante as pesquisas não tenham sido realizados testes clínicos com pessoas.
Segundo Chierice, esses testes foram feitos em hospital em Jaú (SP), por meio de convênio com a USP, entre 1995 e 2000. Disse que os trabalhos seguiram as regras que se aplicavam à época, do Ministério da Saúde, antes que as pesquisas passassem a ser reguladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo ele, os estudos foram publicados e desfrutam de reconhecimento internacional. Sobre os relatórios produzidos no hospital, disse não saber o destino dado após o fim do convênio.
- O hospital nos usou como trampolim para ser hospital de pesquisa e deixou acabar. Não tem um dado clinico [hoje], mas tem muita gente que tomou [a substância] – disse.
Outro pesquisador, que continua na ativa em São Carlos e foi nos últimos anos o responsável direto pela produção das cápsulas distribuídas aos pacientes, confirmou que o laboratório local não está apto a produzir na quantidade demandada pelo conjunto de liminares que se multiplicaram desde a divulgação mais intensa sobre a droga na mídia.
- Não somos uma fábrica, somos um laboratório. O que tem de ser feito é sair da universidade, fabricar em outro local onde se possa aumentar a produção – afirmou.
Depois, em entrevista, ele confirmou informação divulgada por Cassol na audiência, que os pesquisadores estão dispostos a conceder autorização para a produção ser feita por outros laboratórios. Segundo ele, o grupo tem apenas uma condição: que seja montado um instituto para que esse mesmo grupo possa continuar atuando em conjunto, na pesquisa de outros fármacos. Além disso, reforçou o interesse do grupo na supervisão dos testes clínicas, agora segundo os critérios da Anvisa.
- Como tem muita gente contra, temos que tomar esse cuidado; de repente, podem boicotar uma pesquisa dessa e botar tudo a perder – observou.

                                               Casos

Médicos da mesma rede de pesquisa apresentaram resultados da aplicação da droga em pacientes sob seus cuidados, com apresentação de exames de imagem e vídeos mostrando evolução positiva no tratamento. Um dos pacientes que relataram diretamente sua história médica foi a psicóloga Bernadete Cioffi, de São Paulo. Contou que teve câncer de mama e nenhuma das terapias a que se submeteu foi eficaz.
Com metástase óssea e já em tratamento paliativo, ela disse que passou a usar a fosfoetanolamina em setembro. Agora, já não precisa mais de cadeira de rodas e nem bengala usa. Também parou de usar medicamentos para as dores, que lhe causavam efeitos adversos, como relatou.
- Vim de São Paulo de avião, sozinha. Não precisei de nenhum suporte no aeroporto. O que quero é pedir às senhoras e senhores que não tirem de nós essa chance com a substância. Que eu possa continuar com o uso do ‘fosfo’, pelo menos para que eu não volte ao analgésico – disse, relatando que no momento só dispõe de duas cápsulas.

                                                Anvisa

O presidente da Anvisa. Jarbas Barbosa Júnior, salientou a importância de regras e controles para desenvolvimento de medicamentos, sobretudo para os testes clínicos em humanos.  Segundo ele, o processo é complexo e visa garantir não só a eficácia para a doença, mas também a segurança quanto a efeitos adversos e mesmo de letalidade. Segundo ele, os critérios adotados são equivalentes aos dos países que adotam as melhores práticas.
Também afirmou que nunca chegou ao órgão qualquer pedido de autorização para testes clínicos com a fosfoetanolamina. Deixou claro, contudo, que o órgão confere prioridade a toda pesquisa e ensaio químico desenvolvido no país, e que esse tratamento será naturalmente adotado diante de eventual solicitação de testes com a droga experimental.
- Toda inovação radical, de substância fabricada no pais, é considerada uma prioridade e passa para o primeiro lugar da fila. O objetivo é estimular a inovação no país – salientou.
Jailson Bittencourt de Andrade, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, observou que a questão da fosfoetanolamina já está na pauta de debates nacional, inclusive nos três poderes da República, e alcançou também o exterior. Revelou que já havia sido solicitado a dar entrevista para grande jornal estrangeiro sobre o tema. Adiantou a disposição em trabalhar em parceria com outros ministérios e salientou que a pasta pode colaborar com sua rede de 16 laboratórios para a produção imediata da substância, se for o caso.
A senadora Ana Amélia citou nota emitida pela USP em que a instituição entre outros pontos, destaca que não foram realizados estudos clínicos e, portanto, ainda não é possível assegurar a eficácia e a segurança do uso da fosfoetanolamina. Por isso, salientou, o debate deve ser feito com racionalidade. Sobre a mesma nota, destacou trecho que a instituição se mostrou pouco comprometida com o desenvolvimento dos estudos.

Geral: Portaria autoriza transferência de recursos de loteria para santas casas


Santa Casa de SP

  • Brasília
Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil
O Ministério da Saúde autorizou a transferência de R$ 5,7 milhões de recursos arrecadados com a loteria Timemania para as santas casas de Misericórdia, entidades hospitalares sem fins econômicos e entidades de saúde de reabilitação física de portadores de deficiência. A autorização está em portaria publicada na edição de hoje (30) do Diário Oficial da União, que traz a lista completa das 200 instituições beneficiadas.

A transferência de recursos é feita anualmente. De acordo com o estabelecido em legislação, 3% da arrecadação com a Timemania deve ir para o Fundo Nacional de Saúde que destinará os recursos, exclusivamente, para as entidades citadas.

Parte da arrecadação da loteria é destinada também ao Fundo Penitenciário Nacional, ao Ministério do Esporte, aos Clubes de Futebol, à Seguridade Social, entre outros.