Postagem em destaque

Crônica: O dono do tempo

Hourpress Não tinha medo do futuro, mas algo lhe tirava a paz Astrogildo Magno Gilson era competente professor de matemática e atleta de...

domingo, 31 de agosto de 2025

Crônica: O dono do tempo

Hourpress


Não tinha medo do futuro, mas algo lhe tirava a paz

Astrogildo Magno

Gilson era competente professor de matemática e atleta de disputar diversos tipos de corrida. Porém, algo lhe retirava a paciência: a velocidade do tempo. Não conseguia compreender como as horas “voavam”. Levantava-se, logo pegava o carro para ir à faculdade lecionar trigonometria e álgebra. Logo, chegava o horário do almoço e depois o final do dia.

Percebia que os seus cabelos mudavam rapidamente para o grisalho, mas mantinha na mente a velocidade de raciocínio da época de juventude. Nem parece que se aproximava dos 60 anos. Comentava com outros colegas de faculdade, mas nem todos compreendiam as suas críticas. Olhava para as suas duas filhas, ambas chegando aos 25 e 26 anos e perto da formatura em Medicina e Engenharia.

Semana

Ele voltava no tempo e relembrava o tempo em que elas ainda eram crianças, antes de chegar aos dez anos de idade, correndo pela casa, pedindo sorvete e bolo de chocolate como café da manhã. Depois chegaram à adolescência, ultrapassaram a faixa dos 18 anos e as viagens entraram na ordem do dia, quase todo final de semana.

Não tinha medo do futuro, mas algo lhe tirava a paz: o que as mudanças da tecnologia iriam impactar na qualidade de vida  da humanidade? Certo dia algo lhe chamou a atenção quando um mendigo lhe pediu dinheiro num cruzamento da avenida Rebouças. “Doutor, não se preocupe com o tempo, o criador do tempo nunca perdeu e nunca perderá o controle do tempo.....”

Astrogildo Magno é cronista

Geral: Pesquisa revela que apenas 12% dos trabalhadores pensam em ser chefes



Radiografia da Notícia

Profissionais preferem autonomia a hierarquia e qualidade de vida a longas jornadas, segundo novo estudo com mais de 2 mil brasileiros

* Apenas 12% aspiram a cargos de liderança

Entre as aspirações para os próximos dois anos, 28% buscam salário maior no mesmo cargo

Redação/Hourpress

Uma confiança profissional histórica marca o trabalhador brasileiro: 97% se sentem preparados para o futuro do trabalho, um salto impressionante de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado (87%). Paradoxalmente, essa mesma força de trabalho confiante rejeita o modelo tradicional de crescimento profissional: apenas 12% aspiram a cargos de liderança.

 

Os dados fazem parte da terceira edição da pesquisa "Futuro do Trabalho: onde estamos e para onde vamos?", realizado pela empresa de inteligência Futuros Possíveis com apoio da TOTVS e do Instituto da Oportunidade Social (IOS), que ouviu 2.018 brasileiros pela internet entre abril e maio de 2025.


Preparados, mas insatisfeitos

 

"Estamos documentando uma ruptura histórica", explica Angelica Mari, CEO e cofundadora da Futuros Possíveis. "Temos pela primeira vez uma força de trabalho que se sente preparada para o futuro, mas rejeita como o trabalho está organizado hoje".

 

O paradoxo se manifesta em números contundentes. 74% estão empregados formalmente, mas 50% querem mudar de trabalho em 2025. "Não estamos diante de uma crise de empregabilidade, mas de uma revolução de expectativas", destaca Mari.

 

Dados que sinalizam essa rejeição à hierarquia tradicional incluem o achado de que 12% querem promoção para cargos de liderança, enquanto 23% preferem empreender - quase o dobro. Entre as aspirações para os próximos dois anos, 28% buscam salário maior no mesmo cargo sem assumir mais responsabilidades, 24% querem melhores benefícios no trabalho atual e 16% almejam trabalhar menos horas.

 

"Isso sinaliza uma busca por autonomia ao invés de autoridade, e impacto ao invés de um cargo no topo da pirâmide", analisa Mari. "Talvez o sonho atual não seja mais subir a escada corporativa, mas construir pontes entre ambições pessoais e contribuições profissionais mais significativas".


Longas jornadas: o maior vilão

 

A rejeição ao modelo tradicional fica evidente quando 63% apontam longas jornadas como principal problema para o bem-estar mental do trabalhador brasileiro. Na sequência, 46% criticam a competição excessiva entre colegas e 37% o acionamento fora do expediente comercial.

 

"Os brasileiros querem ser mais produtivos em menos tempo, não mais produtivos trabalhando mais horas", observa Marcelo Gripa, cofundador da Futuros Possíveis. "É uma recalibração fundamental que desafia décadas de cultura organizacional focada na presença, não na performance".

 

Embora 57% se declarem satisfeitos com o trabalho atual, a alta intenção de mudança evidencia que a satisfação não é mais suficiente. "Temos uma força de trabalho que não aceita mais a mediocridade como norma e está redefinindo os parâmetros do que considera um bom trabalho", concluiu Gripa.

 

As diferenças geracionais são marcantes em relação a expectativas para o futuro do trabalho. Jovens de 16-24 anos são os que mais querem mudar de ocupação (60%), comparados aos 46% dos profissionais acima de 40 anos. No grupo de quem tem entre 25 e 29 anos, 36% buscam salário mais alto no mesmo cargo (acima da média de 26%), enquanto profissionais com 50+ anos valorizam mais a autonomia (36%) do que crescimento na carreira.

 

"As empresas precisam abrir suas portas para as juventudes, oferecendo oportunidades reais de aprendizado e crescimento", defende Vivian Broge, vice-presidente de Relações Humanas e Marketing da TOTVS e presidente do Instituto da Oportunidade Social (IOS), que apoiaram o estudo. "Investir na inclusão produtiva de jovens é essencial para construir uma força de trabalho diversa e preparada para os desafios futuros. Além de promover justiça social, essa abertura favorece a cultura da inovação. O IOS, por exemplo, promove a formação e empregabilidade de milhares de jovens por ano. São esses jovens que, inseridos nas organizações, transformam negócios".


Tecnologia como aliada, não inimiga

 

Contrariando previsões apocalípticas sobre automação, 68% não veem a tecnologia como ameaça ao emprego. A preparação para os desafios futuros se tornou prioridade para 90% dos trabalhadores, contra 83% em 2024. Entre as habilidades mais importantes quando a IA assumir tarefas repetitivas, destacam-se conhecimento técnico sobre novas tecnologias (45%), disposição para aprender continuamente (44%) e capacidade de análise e soluções criativas (44%).

 

A pesquisa também detectou uma mudança na percepção em termos da responsabilidade sobre a preparação para o futuro: 36% agora acreditam que cabe exclusivamente ao profissional se preparar para o futuro do trabalho, um salto significativo em relação aos 23% registrados em 2024. Porém, uma parcela significativa (55%) defende a responsabilidade compartilhada entre profissional e empregador.

 

"A tecnologia vem transformando o mercado de trabalho e os profissionais reconhecem a importância de se reinventar continuamente", avalia Fernando Sollak, diretor Corporativo de Relações Humanas da TOTVS. "A responsabilidade de capacitar os trabalhadores para as demandas do futuro deve ser compartilhada entre pessoas e empresas. É preciso que as organizações criem ambientes que incentivem o aprendizado, apoiando seus colaboradores frente aos desafios do futuro".

 

Saúde mental: a emergência de um direito fundamental

 

Um dos achados mais alarmantes da pesquisa revela que 47% dos trabalhadores já tiveram saúde mental impactada por questões de identidade no trabalho - seja por gênero, cor da pele, corpo, origem ou jeito de viver. Entre jovens de 16-24 anos, 24% relatam sentir pouca escuta ou empatia, comparados a 11% dos profissionais com 50+ anos.

 

"Quando quase metade da força de trabalho tem sua saúde mental comprometida por não ser aceita como é, estamos diante de uma violação sistemática dos direitos humanos mais básicos", alerta Andreza Maia, especialista em inovação inclusiva e cofundadora da Futuros Possíveis. "Isso transforma diversidade e inclusão de valores corporativos em questões urgentes de saúde pública. Não é mais sustentável separar bem-estar pessoal de produtividade profissional".

 

Para proteger a saúde mental, 49% dos trabalhadores priorizam equilíbrio entre vida pessoal e profissional, 44% querem acesso facilitado a apoio psicológico e 45% pedem treinamentos regulares para lideranças sobre o tema.

 

A visão para o futuro do trabalho reflete essa busca por qualidade de vida. Para o trabalho remoto, 41% defendem flexibilidade total de horários, enquanto 35% querem limites claros entre trabalho e descanso. Entre os benefícios mais valorizados, horário flexível aparece em terceiro lugar (29%), atrás apenas de necessidades básicas como plano de saúde (41%) e vale-alimentação (30%).

 

A coleta dos dados que embasaram a pesquisa foi realizada online pela Opinion Box entre 22 de abril e 12 de maio de 2025, com 2.018 respondentes acima de 16 anos de todo o Brasil e margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

Geral: Como o ar que você respira pode virar um gatilho para crises alérgicas

    Divulgação


Radiografia da Notícia

Mudanças de temperatura e umidade do ar têm papel decisivo no agravamento de doenças como rinite, asma e infecções respiratórias

Especialista aponta que a baixa umidade é o fator mais perigoso para as vias aéreas

O que muita gente ainda não percebe é que esses desconfortos não surgem apenas por causa do frio

Redação/Hourpress

Com o inverno em pleno curso, o ar seco e as temperaturas mais baixas se tornam parte da rotina em várias regiões do Brasil. E junto com eles, aumenta também a incidência de crises respiratórias, especialmente entre pessoas com histórico de rinite, asma ou sinusite.

O que muita gente ainda não percebe é que esses desconfortos não surgem apenas por causa do frio. Segundo especialistas, dois fatores ambientais exercem influência direta sobre a saúde das vias aéreas: a temperatura e, principalmente, a umidade do ar.

“A umidade do ar tende a ter um impacto mais direto e significativo”, afirma a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias. “Tanto a baixa quanto a alta umidade influenciam bastante, mas o ar seco, em especial, é extremamente agressivo para as vias aéreas.”

Quando o ar seca, a saúde sente

Durante o inverno, é comum que a umidade relativa do ar fique abaixo dos níveis considerados ideais pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda valores entre 40% e 60%. Em capitais como Brasília, São Paulo, Goiânia e Belo Horizonte, os índices frequentemente caem abaixo dos 30%, chegando, em alguns dias, a patamares inferiores a 20%.

O impacto na saúde é direto: o ressecamento do ar reduz a produção do muco que protege o nariz, a garganta e os pulmões, dificultando a filtração de partículas e microrganismos. “O ressecamento das mucosas facilita a entrada de agentes infecciosos e alérgenos. Isso aumenta os quadros de rinite, sinusite, bronquite e até infecções virais”, explicou a médica.

Um estudo publicado na revista BMC Public Health mostra que a exposição prolongada à umidade muito baixa pode elevar em até 6% o risco de infecções respiratórias em crianças — com picos de risco quando o ar atinge níveis críticos, abaixo dos 20%.

Umidade demais também incomoda

Se o ar seco fragiliza as defesas naturais do organismo, o excesso de umidade também pode gerar problemas — especialmente dentro de casa.

Ambientes com umidade superior a 60%, combinada à pouca ventilação, tornam-se terreno fértil para a proliferação de fungos, ácaros e mofo. Esses agentes são desencadeadores potentes de crises alérgicas, como rinite e asma, principalmente entre crianças e idosos.

“Muita gente acha que só o tempo seco é prejudicial, mas a umidade alta em ambientes abafados também pode agravar quadros respiratórios.  

Frio: o agravante silencioso

A temperatura atmosférica, embora tenha efeito menos direto do que a umidade, também contribui para o aumento de casos de doenças respiratórias — especialmente nos dias mais frios do inverno.

O ar gelado provoca vasoconstrição nasal, aumenta a produção de muco e resseca ainda mais as mucosas. Isso favorece o desenvolvimento de infecções, como gripes, resfriados e sinusites.

Além disso, o frio intenso faz com que as pessoas permaneçam por mais tempo em locais fechados e mal ventilados, facilitando a transmissão de vírus respiratórios.

Estudos apontam que, a cada queda de 1 °C na temperatura, os casos de infecções respiratórias podem subir cerca de 4%. Em pacientes asmáticos, esse impacto é ainda mais expressivo.

Como proteger seu sistema respiratório

Para quem convive com alergias respiratórias ou deseja prevenir quadros mais graves, o cuidado com o ambiente é essencial. A recomendação dos especialistas é manter a umidade do ar dentro da faixa ideal, usar soro fisiológico para hidratar as vias aéreas e manter os ambientes limpos, arejados e livres de poeira. “A saúde respiratória está diretamente ligada ao ar que a gente respira. Pequenas mudanças no ambiente podem fazer grande diferença para quem sofre com alergias”, reforçou a Dra. Cristiane Passos Dias Levy.

Dicas práticas para os dias quentes e frios

  • Mantenha a umidade do ar entre 40% e 60%;
  • Use umidificadores ou toalhas úmidas em ambientes fechados;
  • Beba bastante água ao longo do dia;
  • Hidrate as vias respiratórias com soro fisiológico;
  • Ventile os cômodos, mesmo nos dias frios;
  • Evite carpetes, cortinas e objetos que acumulam poeira.

Geral: Seis tendências de Gestão para o 2º semestre de 2025

    Pixabay


Radiografia da Notícia

* Migração para nuvem, inteligência artificial e IoT lideram as inovações que transformam os sistemas ERP, setor que movimentou US$ 183 bilhões globalmente em 2024

Quase tudo hoje tem alguma aplicação de Inteligência Artificial (IA)

Os modelos de ERP baseados em nuvem utilizam serviços como Infrastructure as a Service (IaaS)

Redação/Hourpress

 

Os sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) continuam evoluindo para atender às demandas do mercado. De acordo com a pesquisa Panorama Mercado Software 2024, 33,3% das organizações brasileiras pretendem adquirir ou trocar seus sistemas ERP nos próximos dois anos.
 

“Os sistemas ERP estão passando por mudanças significativas impulsionadas por novas tecnologias. O que observamos é, além de uma evolução incremental, uma transformação na arquitetura e nos modelos de implementação desses sistemas,” afirmou Marco Salvo, Mestre do ERP e consultor especializado em transformação digital da Sankhya.
 

1. Integração de IA em sistemas de gestão
Quase tudo hoje tem alguma aplicação de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) e nos sistemas ERP essas integrações facilitam e otimizam o processamento de dados pelas empresas. Estas tecnologias também permitem a criação de aplicações capazes de adaptar-se com o tempo.
 

“A inteligência artificial que só automatizava tarefas repetitivas já é ultrapassada, hoje o principal diferencial está nos softwares que transformam a maneira como os dados são analisados e utilizados nos sistemas ERP,” explica Salvo. “Estamos vendo uma transição de sistemas que apenas registram transações para plataformas que interpretam dados e sugerem ações estratégicas baseadas em padrões identificados.”
 

Recursos como análise preditiva, automatização de processos e assistentes virtuais estão sendo incorporados aos ERPs modernos. Estas funcionalidades processam dados históricos e em tempo real para identificar padrões e fornecer informações para a tomada de decisões. Segundo a International Data Corporation (IDC), para as empresas que já utilizam IA, 14% afirmam que ela se tornou um fator-chave de sucesso para os processos que a habilitam.
 

2. Migração para Cloud Computing

Segundo dados de 2024, 10,1% das empresas brasileiras priorizam a migração para Cloud em seus investimentos tecnológicos e na visão do Salvo, isso não representa apenas uma mudança na infraestrutura, mas também uma reconfiguração completa na forma como as organizações pensam sobre escalabilidade e integração de sistemas. “O modelo SaaS está permitindo que empresas de todos os portes acessem funcionalidades que antes eram exclusivas de grandes corporações com orçamentos significativos para TI” destaca.
 

Os modelos de ERP baseados em nuvem utilizam serviços como Infrastructure as a Service (IaaS), Platform as a Service (PaaS) e Software as a Service (SaaS). Esta arquitetura permite o acesso a dados e aplicações remotamente, um aspecto técnico relevante no contexto atual de trabalho distribuído. A IDC também prevê que quase 30% dos gastos com ERP em 2025 serão direcionados para soluções providas no modelo SaaS.
 

3. Segurança de Dados e Conformidade

Com o aumento de ameaças cibernéticas, outra tendência determinante no setor é a segurança dos sistemas ERP como um componente técnico fundamental. “A segurança deixou de ser um componente adicional para se tornar um elemento estrutural. Com o aumento de regulamentações de proteção de dados em todo o mundo, a capacidade de demonstrar conformidade tornou-se tão importante quanto a própria proteção dos dados”, acrescenta Salvo.
 

As soluções atuais de ERP incorporam autenticação multifatorial, criptografia avançada, controles de acesso baseados em funções e ferramentas para conformidade com regulamentações de proteção de dados como LGPD no Brasil, GDPR na Europa e outras normativas internacionais que impactam empresas com operações globais.
 

4. Interfaces móveis e UX

Esta não é necessariamente mandatória, mas é uma tendência em evolução no mercado que ERPs sejam adaptados para funcionar em smartphones e tablets, permitindo acesso a dados e processos fora do ambiente de escritório. Além de uma questão de conveniência, no contexto atual, se torna uma necessidade operacional.
 

Esta tendência se manifesta via aplicativos nativos e interfaces responsivas que mantêm a funcionalidade em diferentes dispositivos. Os desenvolvedores estão implementando princípios de design centrado no usuário para reduzir a curva de aprendizado destes sistemas.
 

5. Integração com IoT

“A IoT está transformando os sistemas ERP de registradores passivos de dados para participantes ativos no processo produtivo. A capacidade de capturar dados do mundo físico em tempo real e incorporá-los aos fluxos de trabalho digitais melhora os níveis de visibilidade operacional que eram tecnicamente inviáveis há apenas alguns anos”, explica Salvo.
 

Essa conexão entre sistemas ERP e dispositivos IoT representa uma evolução técnica na coleta e processamento de dados, uma vez que permite o monitoramento de equipamentos, rastreamento de ativos e automação de processos logísticos. Quando conectados, sensores e dispositivos, transmitem dados diretamente para o ERP, eliminando a necessidade de entrada manual de informações e criando registros em tempo real de operações físicas.
 

6. A omnicanalidade no centro da estratégia

A integração dos canais de venda e comunicação com o cliente é uma tendência que vai muito além do conforto de acessar informações em qualquer dispositivo. O objetivo é criar uma experiência de compra unificada e fluida, onde o sistema de gestão atua como o cérebro da operação. Um exemplo prático é o cliente que compra de madrugada no aplicativo, acrescenta um item ao pedido na manhã seguinte pelo Televendas, paga via PIX no site e retira o produto na loja física.
 

Para que essa jornada seja possível, é fundamental que a gestão seja centralizada, e aqui que o ERP se torna a peça-chave. “A omnicanalidade deixa de ser apenas um conceito de marketing e se torna uma realidade operacional quando sustentada por um ERP robusto”, pontua Salvo. “O sistema centraliza as informações de todos os pontos de contato — do e-commerce à loja física, do atendimento por chatbot ao televendas —, garantindo que a empresa tenha uma visão 360º e coerente do cliente. Sem essa espinha dorsal tecnológica, a experiência omnichannel se fragmenta e perde seu valor estratégico.”


 

O Mercado de ERP em números

O mercado global de ERP está em expansão. Estudos da International Data Corporation (IDC) projetam que as soluções de ERP alcançarão US$ 4,9 bilhões em 2025, representando um crescimento de 11% sobre o ano anterior. No Brasil, a tecnologia ERP coloca o país entre as dez potências globais em sistemas de gestão, com investimentos que ultrapassam US$ 50 bilhões no setor.
 

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), o mercado que considera pacotes como ERP e CRM deve alcançar US$ 5,6 bilhões em 2024, com projeção de crescimento de 11,6% sobre o ano anterior.
 

A pesquisa HG Insights indica que negócios de diferentes setores e portes, em todo o mundo, devem investir US$ 183 bilhões com software ERP ao longo do ano.
 

“O que estamos testemunhando é uma consolidação do ERP como espinha dorsal tecnológica das organizações. As empresas estão percebendo que, para implementar tecnologias emergentes como IA, blockchain ou análise avançada de dados, precisam primeiro ter uma base sólida de dados estruturados e processos integrados que só um sistema ERP maduro pode oferecer”, finalizou Salvo.

Geral: Alta liderança brasileira é a que mais se preocupa com a prevenção ao etarismo

 

Radiografia da Notícia

Percentual, de 31%, é superior à média global (20%) e da América Latina (25%)

* De acordo com o estudo, 31% dos respondentes informaram que promovem iniciativas de prevenção à discriminação etária


 O percentual é superior à média global (20%) e da América Latina (25%)

Redação/Hourpress

 

A alta liderança executiva brasileira vem protagonizando um combate à discriminação etária no ambiente corporativo. É o que aponta o estudo global Talent Trends Leadership 2025, da Page Executive, unidade de negócios do PageGroup especializada no recrutamento de executivos da alta liderança. De acordo com o estudo, 31% dos respondentes informaram que promovem iniciativas de prevenção à discriminação etária no ambiente de trabalho. O percentual é superior à média global (20%) e da América Latina (25%).
 

“A alta liderança executiva no Brasil tem assumido um papel fundamental no combate à discriminação etária no ambiente de trabalho, promovendo uma cultura organizacional mais inclusiva e equitativa, por meio de políticas de diversidade, treinamentos de conscientização e práticas de valorização da experiência profissional. Os líderes estão desafiando estereótipos associados à idade e incentivando a integração de diferentes gerações. Essa postura não apenas fortalece o compromisso ético das empresas, como também potencializa a inovação e a produtividade, ao reconhecer o valor da diversidade etária como um ativo estratégico”, comentou Humberto Wahrhaftig, diretor-executivo na Page Executive.
 

“Muitas vezes, as organizações tratam a inclusão como mais um item da lista, ignorando a verdade mais profunda: a exclusão, seja com base na idade, raça, gênero, deficiência ou origem socioeconômica corrói a confiança e afasta líderes de alto potencial. Executivos talentosos não permanecerão onde se sentem discriminados ou invisíveis. Para competir, as empresas devem incorporar a equidade nas decisões do dia a dia, não apenas nas políticas. Isso significa confrontar o preconceito em todos os níveis e criar espaço para que a diferença seja reconhecida como uma força. Liderança inclusiva não é algo 'bom de se ter', é uma vantagem crítica para os negócios na disputa por talentos”, disse Paulo Dias, diretor-executivo da Page Executive.
 

Ainda de acordo com o levantamento, o combate ao preconceito etário não é a única prática relevante de DEI. Para 13% dos respondentes do Brasil, é importante promover mais equidade e inclusão de pessoas diversas origens raciais ou éticas, indicador superior à média global (10%) e da América Latina (6%). E para 12% dos respondentes da alta liderança, é preciso acabar com a disparidade salarial entre gêneros, número inferior à média global (14%) e da América Latina (18%).

 

Liderança mostra-se insatisfeita com aspectos de DEI no trabalho
 

O estudo também conseguiu detectar como anda o nível de satisfação dos líderes brasileiros em relação à DEI no ambiente corporativo. Segundo o Talent Trends, 63% informaram estar insatisfeitos com a promoção de pessoas que se identifiquem como transgênero ou não-binárias, percentual bastante superior à média global (9%) e da América Latina 39%), demonstrando uma forte percepção dos profissionais brasileiros em relação aos desafios da busca pela valorização da diversidade no ambiente de trabalho.
 

No Brasil, menos da metade dos respondentes (42%) sentem que podem ser autênticos em seu local de trabalho. O indicador é superior à média verificada no mundo (38%) e semelhante à da América Latina (41%).
 

Para Paulo Dias, isso evidencia a necessidade de ações mais efetivas e estruturadas voltadas à inclusão de identidades de gênero diversas. “Para manter o protagonismo em DEI, é essencial que a liderança brasileira amplie seu compromisso com todas as dimensões da diversidade, garantindo oportunidades equitativas e ambientes verdadeiramente acolhedores”, explicou.

 

Talent Trends Leadership 2025 é um dos levantamentos mais abrangentes sobre o mercado de trabalho global da alta liderança, conduzido entre novembro e dezembro de 2024, em 36 países. A pesquisa ouviu aproximadamente 4 mil profissionais que atuam em empresas de diversos portes e segmentos. O objetivo do estudo é entender as mudanças nas expectativas de talentos executivos.

Geral: Acordo de ressarcimento já conta adesão de mais de 2 milhões de pessoas



 Radiografia da Notícia

Quase todos os que assinaram (99,5%) receberão até segunda-feira, 1º de setembro

 O INSS não envia links, SMS ou mensagens com pedido de dados

O pagamento é feito diretamente na conta do benefício, com correção pela inflação (IPCA)

Redação/Hourpress

O ressarcimento dos aposentados e pensionistas vítimas de descontos indevidos em seus benefícios superou nesta quinta-feira (28/8) a marca de dois milhões de pessoas que aderiram ao acordo de ressarcimento. O número de 2.004.449 de segurados representa mais de 70% do total de beneficiários que estão aptos a receber os valores de volta, com correção.
 

Entre eles, 1.995.450 de beneficiários (99,5% dos que já aderiram) terão os valores creditados até a próxima segunda-feira, 1º de setembro. O pagamento é feito diretamente na conta do benefício, com correção pela inflação (IPCA). O prazo para aderir ao acordo segue aberto. O procedimento é gratuito, simples e não exige envio de documentos.
 

“Ultrapassamos a marca de dois milhões de adesões, mas ainda há cerca de 800 mil beneficiários que já estão aptos e ainda não aderiram ao acordo. Nosso compromisso é garantir que cada aposentado e pensionista tenha seu dinheiro de volta com toda a segurança”, frisou o presidente do INSS, Gilberto Waller.
 

Ultrapassamos a marca de dois milhões de adesões, mas ainda há cerca de 800 mil beneficiários que já estão aptos e ainda não aderiram ao acordo. Nosso compromisso é garantir que cada aposentado e pensionista tenha seu dinheiro de volta com toda a segurança”
Gilberto Waller
Presidente do INSS
 

PODEM ADERIR AO ACORDO DE RESSARCIMENTO

➤Beneficiários que contestaram descontos indevidos e não receberam resposta da entidade em até 15 dias úteis.

➤Quem sofreu descontos entre março de 2020 e março de 2025.
➤Beneficiários com processo na Justiça, desde que ainda não tenham recebido os valores (nesse caso, é preciso desistir da ação para aderir ao acordo).
 

O INSS pagará 5% de honorários advocatícios em ações individuais propostas antes de 23 de abril de 2025.
 

COMO FUNCIONA O PROCESSO DE ADESÃO

① Contestar o desconto indevido – É o primeiro passo. A contestação pode ser feita pelo aplicativo Meu INSS, Central 135 ou agências dos Correios.
 

② Aguardar resposta da entidade – Prazo de até 15 dias úteis.
③ Sem resposta? Opção liberada – O sistema libera para adesão ao acordo.
④ Aderir ao acordo – Pelo aplicativo Meu INSS ou presencialmente nas Agências dos Correios.
⤷ No aplicativo Meu INSS: acesse com CPF e senha, vá em “Consultar Pedidos” → “Cumprir Exigência”, role até o último comentário, selecione “Sim” em “Aceito receber” e envie. Importante: Não é possível aderir ao acordo pela Central 135.
 

PRAZO PARA CONTESTAR

A contestação dos descontos indevidos pode ser feita até 14 de novembro de 2025. Mesmo após essa data, a adesão ao acordo de ressarcimento continuará disponível para quem tiver direito.
 

ATENÇÃO:

➤ O INSS não envia links, SMS ou mensagens com pedido de dados;
➤ Não cobra taxas nem solicita intermediários;
➤ Toda a comunicação é feita pelos canais oficiais: aplicativo Meu INSS, pelo site gov.br/inss, pela Central 135 e pelas Agências dos Correios.

Túnel do Tempo: Presidente Costa e Silva se afasta do governo

 


Redação/Hourpress

Em 31 de agosto de 1969 o presidente Costa e Silva se afasta da presidência do Brasil por motivo de doença. O vice, Pedro Aleixo, não consegue assumir. É afastado pela linha dura das Forças Armadas, que iria mergulhar o País numa forte repreensão. 

domingo, 27 de julho de 2025

Crônica: O dia da grande travessia

    Hourpress


Sabe que não adianta qualquer ação contra a corrida frenética de dias

Astrogildo Magno

Fausto, aos 65 anos, descobriu que o tempo é implacável. Avisa que chegou e apresenta os efeitos que impõe sobre a nossa vida. Adepto das caminhadas pelo Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, Zona Sul de SP, neste percurso compara como a sua visão de mundo influenciou a sua postura em vários setores.

Ao olhar uma jovem, com cerca de 20 anos, trajando agasalho de ginástica bem grudado ao corpo e camiseta realçando a sua sensualidade, ele percebe que já não tem o mesmo desejo sexual de sentir-se penetrando naquele corpo através dos seus pensamentos. Encara apenas como alguém de grande beleza física.

No retorno para casa, deparou-se com dois motoristas, jovens, discutindo e vomitando palavrões por que um deles fechou o carro do outro. No volante do seu automóvel top de linha, apenas observou. Não tomou nenhuma ação. Após alguns minutos, o bate-boca chegou ao fim e tudo retornou ao normal.

Filme

Quando chegou em casa, ouviu a empregada da família com receio de os Estados Unidos invadirem o Brasil e confiscarem os imóveis de toda a população. Novamente lembrou-se dos ataques histéricos de governantes à procura de minutos na galeria da fama. Escolado na experiência já assistiu a este filme diversas vezes.

Sentou-se à mesa, comeu fatias de melão misturada com leite condensado e farelo de aveia. Saiu à sacada do apartamento e contemplou ao longe o que ainda resta da Serra do Mar. Percebeu que ficou para trás a preocupação com o ritmo frenético provocado pelo tempo. Sabe que não adianta qualquer ação contra a corrida frenética de dias e meses até culminar no dia 31 de dezembro.

Aposentado desde os 50 anos, procura passar o tempo viajando ao lado da esposa Margarete, negra com dentes brancos iguais ao marfim e lindos olhos castanhos, exalando toda a sensualidade distribuída no seu 1,60 metro que o enlouquece diariamente. Com os dois filhos casados, imagina como será o dia da grande travessia, que todos resistem em fazer......

Astrogildo Magno é cronista

Geral: Como as marcas aproveitam o poder dos festivais para dialogar com novas geraçõe



 Radiografia da Notícia

"Rock in Rio, The Town e outros grandes eventos atraem milhões de fãs, movimentam a economia e se tornam palcos estratégicos para ativações de marcas que querem ecoar além da música"

E o potencial desses espaços onde a preferência musical é pretexto

* Só os grandes festivais brasileiros movimentam centenas de milhões de reais, impulsionam o turismo, criam novos hábitos de consumo

Redação/Hourpress

 Muito além da música e dos verdadeiros espetáculos que os shows das grandes bandas oferecem aos seus fãs, os grandes festivais de música se tornaram palco estratégico para as marcas que querem acompanhar e influenciar o ritmo de consumo de um público fiel, apaixonado e aberto a novas experiências. 

E o potencial desses espaços onde a preferência musical é pretexto, mas é a pluralidade dos shows que arrebata o público é gigante: só os grandes festivais brasileiros movimentam centenas de milhões de reais, impulsionam o turismo, criam novos hábitos de consumo e servem como plataforma de construção de marca. Um exemplo emblemático são eventos como o Rock in Rio e o The Town: embora tenham line-ups cada vez mais ecléticos, nasceram para celebrar a alma roqueira e ainda carregam esse DNA rebelde que atrai marcas dispostas a falar com diferentes gerações.

Mais que música: experiência como produto

Nos bastidores, as estratégias das empresas vão muito além de vender um produto. O foco está na brand experience: criar ativações e momentos memoráveis que reforçam atributos de marca, seja liberdade, autenticidade ou ousadia, desde que a mensagem esteja em sintonia com o espírito dos festivais.

É assim que marcas de bebidas, tecnologia, moda, telecomunicações e até alimentação transformam espaços antes vistos apenas como “pontos de venda” em verdadeiros palcos de interação. Seja com estúdios de gravação interativos, brindes colecionáveis, ambientes instagramáveis, ativações com influenciadores ou cardápios exclusivos inspirados no evento, o objetivo é o mesmo: tornar-se parte da história vivida pelo público.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), cada grande festival impacta, em média, mais de 400 mil pessoas entre público direto, equipes técnicas e turistas, um fluxo que atrai marcas interessadas em conquistar novos consumidores e reforçar laços com quem já é fã.

Perfil do público roqueiro: paixão que atravessa gerações

Embora os festivais estejam cada vez mais diversos, o perfil do público rock’n’roll segue consistente: maioria entre 25 e 45 anos, grande poder de influência digital, ticket médio acima da média e forte disposição para consumir não apenas música, mas também moda, alimentação e objetos colecionáveis.

A paixão vai além do evento: é um estilo de vida, que se manifesta em playlists, tatuagens, camisetas e viagens. Para as marcas, isso representa uma chance rara de dialogar com consumidores em momentos de emoção genuína e, muitas vezes, de conquistar até quem não era cliente.

Rock in Rio, The Town e a força de São Paulo

Eventos como o Rock in Rio consolidaram o Brasil no circuito global do entretenimento ao vivo. Criado em 1985, o festival ajudou a profissionalizar o mercado, atrair turistas estrangeiros e inspirar novos formatos.

Em 2023, o The Town nasceu como o “irmão paulistano” do Rock in Rio, mas com sotaque local: mais de 500 mil pessoas estiveram na primeira edição, gerando impacto econômico estimado em mais de R$ 1,7 bilhão, segundo dados da SPTuris. Em 2025, o festival volta a ocupar o Autódromo de Interlagos nos dias 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro, prometendo repetir o feito e com um peso simbólico ainda maior para marcas que querem reforçar sua presença no mercado paulista.

No universo da alimentação, algumas marcas vão além do patrocínio e se tornam parte do ritual do festival. É o caso do Bob’s, que já tem longa história ao lado da Rock World, organizadora do Rock in Rio, desde a primeira edição do festival no Brasil. Em 2025, a rede expande essa conexão e será o Milk Shake e o hambúrguer oficiais do The Town, reforçando sua presença em São Paulo, mercado estratégico para a marca.

Além de três pontos de venda oficiais no evento, a marca deve investir em conteúdo, ativações especiais e campanhas que celebrem a cultura pop, o legado do rock e a experiência de consumo compartilhada entre amigos, aproximando ainda mais a marca das novas gerações.

“Estar presente nesses eventos não é só vender mais; é construir memórias que as pessoas vão levar pra vida. É ser parte da história que elas contam depois”, resume Renata Brigatti Lange, diretora de marketing do Bob’s.

A experiência que atravessa o tempo

Para o marketing, o apelo dos grandes festivais é um gatilho poderoso: lembra que não basta anunciar, é preciso emocionar e que as ativações mais bem-sucedidas são aquelas que entendem que consumir é, no fim das contas, viver experiências.

Entre riffs de guitarra, refrões cantados em coro e copos erguidos, o que fica é a lembrança de quem esteve lá, seja no palco, na plateia ou naquele sanduíche compartilhado com os amigos. E é nesse intervalo entre a música e a memória que as marcas encontram espaço para se tornarem, também, inesquecíveis.

Geral: Indústria entra na “guerra por talentos” oferecendo salários 15% superiores

      Pixabay


Radiografia da Noticia

Setor tenta conter apagão de mão de obra e fuga de cérebros para concorrência

* Aumentar a oferta salarial para atrair e reter talentos

* Esse movimento tem se tornado mais frequente ao longo deste ano

Redação/Hourpress

Não bastassem as guerras tarifárias, as importações desleais e a alta de custos, a indústria está tendo de enfrentar mais um desafio para continuar sendo competitiva: aumentar a oferta salarial para atrair e reter talentos. De acordo com a Michael Page, uma das maiores consultorias especializadas em recrutamento de média e alta gerência, parte do PageGroup, o setor industrial tem oferecido salários de 2% a 15% superiores à média salarial do mercado para contratar funcionários ou até mesmo mantê-los.

 

Para Stephano Dedini, diretor-executivo da Michael Page, esse movimento tem se tornado mais frequente ao longo deste ano, motivado principalmente pela dificuldade de atração de talentos e migração de profissionais para outros segmentos. “O que estamos assistindo é um apagão de mão de obra na indústria. Isso tem ocorrido porque as novas gerações não têm os mesmos objetivos de carreira que outras tiveram no passado. Antes era comum uma pessoa trabalhar a vida inteira na indústria e hoje isso não acontece com a mesma frequência. Esse gap geracional acaba causando um déficit natural de talentos, dificultando ainda mais a atração e retenção de profissionais”, explicou. “Esse tipo de movimento interrompe o ciclo estrutural da organização, eliminando a curva natural de aprendizado e comprometendo os resultados”, completa.

 

Outro fator que tem contribuído para as indústrias oferecerem salários mais atraentes é a fuga de cérebros para outros segmentos. “Temos notado, por meio de nossos processos seletivos, uma mudança de rota. Já há casos de profissionais migrando da indústria para atuarem no mercado financeiro, em tecnologia, logística ou até mesmo empreendendo”, pontua Dedini.

 

Ao oferecerem salários mais atraentes, as indústrias acabam buscando profissionais mais preparados e completos, com perfis mais alinhados às suas estratégias. “Os perfis são de profissionais responsáveis por liderar as áreas que atuam, garantindo o cumprimento dos planos de produção, voltado a um olhar para eficiência, produtividade, qualidade e segurança. Buscam pessoas voltadas à análise de indicadores, identificação de problemas e gargalos, criação de planos de ação para resolver problemas, ações de melhoria contínua e aumento de eficiência e a busca por automação para automatizar os processos”, detalha Dedini. “Além das habilidades técnicas, as indústrias buscam demandas comportamentais como boa liderança, empatia, criação de planos de desenvolvimento individual para as pessoas da equipe e boa comunicação com os pares”, completa.

 

A oferta salarial mais alta na indústria, segundo Dedini, não se trata de um movimento que atinge todo o setor, mas apenas posições estratégicas que possam fazer a diferença para empresas que buscam se tornarem mais competitivas, reforçando seu time e melhorando seu posicionamento frente à concorrência. “Estamos falando de diretores e gerentes industriais ou de gerentes de manutenção. São profissionais essenciais na operação e que estão sendo mais demandados nesse momento”, explica o consultor. “Para os níveis gerenciais os salários variaram entre 18 mil reais e 30 mil reais, dependendo do setor e senioridade. Para os níveis de diretoria, os salários estão na faixa de R$ 35 mil a R$ 45 mil”, finaliza.

 

Confira a relação dos cargos em alta na indústria:

 

Diretor Industrial
 

O que faz: profissional responsável por garantir que a fábrica esteja produzindo com máxima eficiência em todas as operações unitárias, conseguindo extrair de forma eficiente, maximizando a produção de açúcar e etanol. Além disso, tem que elaborar os projetos de modernização / ampliação das fábricas para conseguir fazer um bom mix dos produtos e explorar as altas de preços ou se prevenir das quedas de mercado.

 

Perfil da vaga: ter conhecimento de mercado é fundamental para poder criar as estratégias de curto, médio e longo prazo a fim de buscar oportunidades no mercado. Visão holística, tomada de decisão, desenvolvimento de pessoas e cada vez mais voltado para análise de dados em tempo real e mercado futuro.

 

Média salarial: R$ 40 mil a R$ 65 mil

 

Motivo para a alta: o mercado sucroenergético está numa transformação muito grande com preços de açúcar e etanol oscilando e novas políticas públicas que exigem profissionais antenados ao mercado, que saibam analisar dados para tomar decisões de investimentos da forma mais segura possível ao mesmo tempo que estão garantindo a máxima eficiência das fábricas.

 

 

Gerente agrícola

 

O que faz: profissional responsável por garantir que toda a operação de cultivo, manejo e transporte do campo para a indústria sejam realizados com a máxima eficiência. Responsável por grandes volumes de Capex e Opex para operacionalizar o dia a dia do campo e para investimentos em tecnologias que poderão reduzir gargalos, riscos ou problemas de campo. Tem que ter uma visão holística para trabalhar múltiplas frentes de trabalho e manter a perfeita sincronia das atividades.

 

Perfil da vaga: ter conhecimento do tipo de produção é um fator muito importante, mas hoje em dia os perfis mais desejados nessa posição têm que ter adaptabilidade, liderança, gestão de P&L (Lucros e Perdas) e alguém que esteja antenado nas tendências e novas tecnologias do setor. Saber arriscar controlando os riscos. Uma habilidade comportamental muito demandada nesse cargo é a tomada de decisão rápida.

 

Média salarial: R$ 25 mil a R$ 40 mil

 

Motivo para a alta: o mercado agro está tendo uma onda muito forte de inovação com diversas startups trazendo novos produtos, insumos e máquinas para ajudar o agricultor a tomar decisão de forma mais rápida e eficiente. Esse perfil de profissional ainda não é comum neste mercado conservador e muitas empresas estão buscando profissionais com essas habilidades para conseguirem entregar maior produtividade e ganho de escala de forma rápida.


 

Gerente Industrial

 

O que faz: abaixo da diretoria, é o responsável por desdobrar as estratégias advindas da alta liderança para planos tático-operacionais a fim de garantir a máxima eficiência de todas as operações unitárias. Gerenciar a produção e manutenção garantindo qualidade e segurança dentro da fábrica é fundamental. Busca por melhoria contínua tanto em processos quanto com implementação de automação das fábricas. Análise diária de planos de ação visando atingir resultados

 

Perfil da vaga: tem que conhecer muito bem da parte técnica dos processos produtivos que muitas vezes são complexos e interdependentes. Além disso, liderança tem sido a maior demanda para novos profissionais, tendo empatia, se conectando com as pessoas do time e alocando pessoas certas nos lugares certos. Gestão de dados e análise de P&L é muito importante para conseguir tomar decisões no dia a dia.

 

Média salarial: R$ 27 mil a R$ 45 mil

 

Motivo para a alta: o agro está numa constante inovação e com a nova geração entrando no mercado de trabalho, a demanda por profissionais que inspirem e consigam criar planos de desenvolvimento dentro da indústria está sendo muito demandado. Ainda vemos muitos gerentes que continuam fazendo mais do mesmo e não buscam inovações e com um perfil de liderança mais antigo, o que gera uma fuga de talentos contantes para outras empresas.


 

Gerente de Manutenção
 

O que faz: profissional responsável por garantir que a fábrica opere próximo à 100% do tempo garantindo a disponibilidade e confiabilidade das máquinas. Evitar corretivas e ter um bom plano de manutenção preventiva e preditiva. Implantar políticas de manutenção com base em ferramentas de mercado como TPM e WCM tem ajudado a manter alta disponibilidade da fábrica. Treinar o time tecnicamente e fazer reuniões diárias de acompanhamento dos planos de manutenção.

 

Perfil da vaga: conhecimento técnico é indispensável tanto na parte mecânica quanto na parte elétrica. Gestão de pessoas, rotinas e processos é fundamental no dia a dia e para isso precisa ter uma ótima organização e gestão de tempo. Análise de indicadores tem sido um fator importante para esses perfis. A grande mudança nos últimos anos tem sido para um perfil que consiga promover transformações culturais e implementar metodologias nos times.

 

Média salarial: R$ 25 mil a R$ 35 mil

 

Motivo para a alta: a fim de atingir os resultados que a alta liderança espera, as fábricas precisam trabalhar no limite e um perfil que ao mesmo tempo seja analítico-técnico e saiba influenciar pessoas para criar cultura de alta performance, hoje em dia está muito escasso. O mercado agro tem buscado esse tipo de profissional em outros setores muitas vezes, por já ter atuação com metodologias de manutenção há muitos anos.

 

 

Gerente Saúde, Segurança e Meio Ambiente

 

O que faz: profissional responsável por garantir que as fábricas tenham 0 acidentes ao longo dos anos, além de acompanhar auditorias, contato com órgãos públicos, saúde ocupacional. Importante acompanhar os indicadores reativos e preventivos do pilar de segurança, implantar ferramentas e metodologias que conscientizem desde a alta liderança até o chão de fábrica. Realizar reuniões diárias de segurança com os líderes e operação e falar sobre atos inseguros.

 

Perfil da vaga: importante ter domínio sobre ferramentas de segurança do trabalho e um perfil colaborativo e influenciador, porque geralmente os times são muito enxutos para o tamanho das operações, então tem que trabalhar muito próximo dos pares para conseguir atingir os resultados da companhia.

 

Média salarial: R$ 18 mil a R$ 30 mil

 

Motivo para a alta: esse tipo de profissional tem sido muito requisitado pelas empresas do setor por estarem em constantes transformações e buscam profissionais antenados com as novas políticas globais. Além disso, essa área tem sido cada vez mais estratégica e as empresas buscam profissionais com visão de business e que conseguem fazer o link entre produtividade e segurança.