Páginas

domingo, 11 de maio de 2025

Crônica: Lembrança de grandes amores deve ficar presa ao passado



Os dois tiveram um romance que durou até 1975

Astrogildo Magno

O sonho de Matias era reencontrar o seu grande amor de infância: Maria Lúcia. Menina de cabelos encaracolados, que aos 12 anos de idade aparentava ter 20 anos. Suas pernas lindas deixavam qualquer fascinado por aquela adolescente residente num bairro da Zona Norte de SP, próximo ao sopé da Serra da Cantareira. 

Os olhos castanhos, lábios carnudos, seios fartos e sorriso que transmitia a força do desejo. Os dois tiveram um romance que durou até 1975. Para Matias, renomado médico cirurgião da coluna, com mestrado em diversas universidades da Europa, foram os melhores anos de sua vida. 

Quando estava nos braços de Maria Lúcia perdia a noção do tempo. Esquecia a hora de retornar para casa. Os dois quando andavam pelas ruas de mãos dadas, chamavam a atenção por causa da beleza daquela menina que também era apaixonada por aquele menino ainda inocente no jogo do amor. 

Paixão

Numa tarde de domingo de retorno para São Paulo, ouviu, pelo serviço de som do Aeroporto de Salvador, a recepcionista chamar o nome de seu grande amor: Maria de Fátima Quintano. Passados quase 40 anos, ainda se lembrava daquela paixão. Minutos depois, apareceu uma senhora, andando de bengala, visual castigado pelo tempo e cabelos grisalhos. 

Junto dela estavam dois rapazes que a ajudavam se locomover. Matias tentou se aproximar para ver se realmente era o seu ex-amor. Fixou os olhos no rosto dela e realmente era Maria Lúcia que não o reconheceu. Aguardou por alguns minutos ela sair do balcão da companhia aérea e desaparecer na multidão de passageiros. Matias entendeu que às vezes as boas lembranças devem ficar retidas no passado…

Astrogildo Magno é cronista


Nenhum comentário:

Postar um comentário